Calcificações Patológicas 2010_parte 1 [Modo de ... - UFG
Calcificações Patológicas 2010_parte 1 [Modo de ... - UFG
Calcificações Patológicas 2010_parte 1 [Modo de ... - UFG
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás<br />
Escola <strong>de</strong> Veterinária<br />
Departamento <strong>de</strong> Medicina Veterinária<br />
Setor <strong>de</strong> Patologia Animal<br />
Telefax: 62 – 3521.1580<br />
E-mail mail: : patologia@vet.ufg.br<br />
<strong>Calcificações</strong> <strong>Patológicas</strong><br />
Prof. Dr. Luiz Augusto B. Brito<br />
Definição:<br />
Calcificação Distrófica<br />
Deposiç ão <strong>de</strong> sais mi ner ais em teci dos submeti dos a q ualq uer<br />
tipo <strong>de</strong> lesão <strong>de</strong>gener ati va, necrótica, inflamatóri a, etc.<br />
Ocorre, em geral, com níveis normais <strong>de</strong> cálcio sanguíneo .<br />
Mas o pr oc es so <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição cal cári a no teci do lesionado é<br />
intensificado pela hipercalcemia.<br />
Macro:<br />
Micro:<br />
Aspecto Macro e Micro da Calcificação Patológica<br />
Siti o da l es ão esbranq uiçado, consistênci a arenosa ou pétrea,<br />
cons tataç ão do “r anger da faca” ao corte, na necr opsi a ou na<br />
inspeção da carcaça em frigoríficos.<br />
Quando cor ada por H &E apresenta- se <strong>de</strong> color ação intensamente<br />
basofílica e invariavel mente <strong>de</strong> aspecto amorfo.<br />
Col oraç ão di ferenci al: VonKossa , on<strong>de</strong> o cálci o <strong>de</strong>positado<br />
apresenta cor negra<br />
Introdução<br />
A calcificação <strong>de</strong> tecido alterado, não obe<strong>de</strong>ce às mesmas leis que regulam a<br />
calcificação óssea normal.<br />
A <strong>de</strong>posição mineral nor mal se faz em matriz orgânica. previamente<br />
preparada <strong>de</strong>nominada “Osteói<strong>de</strong>”<br />
É regulada por fatores:<br />
hormonais, nutricionais e sangüíneos<br />
Íons Cálcio e Fosfato.<br />
Frações <strong>de</strong> Bicarbonato, Magnésio, Potássio<br />
Já nas <strong>Calcificações</strong> <strong>Patológicas</strong> há também:<br />
Depósitos <strong>de</strong> frações <strong>de</strong>: Ferro, Chumbo e outros íons.<br />
Os <strong>de</strong>posito precipitam-se sob a forma <strong>de</strong> cristais ou massas amorfas.<br />
A calcificação patológica é portanto, a <strong>de</strong>posição mineral nos tecidos, à<br />
exceção dos ossos e <strong>de</strong>ntes, po<strong>de</strong>ndo ser classificada como:<br />
Calcificação Distrófica ou Calcificação Metastática<br />
Aumento da alcalinida<strong>de</strong> local<br />
Patogenia da Calcificação Distrófica<br />
tecidos <strong>de</strong>generados ou necróticos provocando uma diminuição da<br />
solubilida<strong>de</strong> do Carbonato <strong>de</strong> Cálcio, que menos solúvel precipita-se<br />
facilmente nos tecidos.<br />
Aumento da Fosfatase Alcalina<br />
Comumente observada nos processos normais <strong>de</strong> calcificação.<br />
Nos tecidos lesados é aumentada a sua liberação, o que facilita a<br />
formação <strong>de</strong> Fosfato <strong>de</strong> Cálcio.<br />
Presença <strong>de</strong> proteínas extracel ul ares<br />
proteínas, como o colágeno, possuem afinida<strong>de</strong> pelos íons cálcio,<br />
principalmente nos processos normais <strong>de</strong> calcificação.<br />
Em tecidos necrosados, essas proteínas po<strong>de</strong>m estar "<strong>de</strong>scobertas",<br />
mais livres para associação com o cálcio, estimulando a <strong>de</strong>posição<br />
<strong>de</strong>stes sobre essa matriz protéica.<br />
Exempl os freqüentes <strong>de</strong> ocorrência da Calcificação Distrófica<br />
Necrose isquêmica<br />
Necrose caseosa<br />
Inflamação e A<strong>de</strong>rência <strong>de</strong> Serosas: Pleura, peritônio e pericárdio<br />
Endotélio vascul ar: aneurismas verminóticos e placas ateromatosas<br />
Em células mortas e <strong>de</strong>scamadas dos Túbulos Renais<br />
Válvulas cardíacas no curso <strong>de</strong> endocar dites<br />
Em tumores<br />
Processos inflamatóri os cr ôni cos granul omatosos: Tuberculose,<br />
Actinomicose e Botriomicose<br />
Nódulos parasitários intestinais: bovinos, ovinos e caprinos<br />
Núcleo pulposo do disco intervertebr al <strong>de</strong> cães ( + Basset)
Calcificação Distrófica – Mesentério <strong>de</strong> Bovino - Actinomicose<br />
Múltiplos abscessos no omento<br />
Calcificação Distrófica – Cisticercose Bovina<br />
Coração<br />
<strong>Calcificações</strong> Distróficas em Artérias<br />
Diafragma<br />
Calcificação Distrófica – Tuberculose Aviária<br />
Intestino<br />
Calcificação Distrófica – Cisticercose Bovina<br />
Fígado<br />
Calcificação Distrófica na Aorta
Calcificação Distrófica no Átrio e na Aorta <strong>de</strong> Bovino<br />
Calcificação Distrófica da Válvula Bicúspi<strong>de</strong><br />
como resultado <strong>de</strong> Estenose Aórtica<br />
Músculo Esquelético - Calcificação Distrófica Calcificação Distrófica Renal<br />
Calcificação Distrófica no Testículo <strong>de</strong> Bovino<br />
Calcificação Distrófica em Processo Degenerativo<br />
dos Túbulos Seminíferos <strong>de</strong> Caprino
Calcificação Distrófica na Polpa <strong>de</strong>ntária - Calcificação Pulpar Calcificação Distrófica - Granuloma Calcificado no Músculo<br />
Conseqüênci as da Calcificação Distrófica<br />
o Depen<strong>de</strong>ntes do local e da intensida<strong>de</strong> do processo:<br />
o Na válvula cardíaca produz a rigi<strong>de</strong>z da mesma<br />
o Na arteriosclerose predispõe à trombose<br />
o Focos <strong>de</strong> calcificação no músculo após injeções oleosas superficiais<br />
o Focos calcificados nos músculos na Cisticercose bovina<br />
o Depósito calcário nos tecidos provoca reação inflamatória discreta.<br />
o É benéfica nos focos <strong>de</strong> necrose na Tuberculose Humana e nos Nódulos Parasitários<br />
Intestinais.<br />
o A calcificação patológica é Irreversível !<br />
Conseqüências Gerais:<br />
Calcificação Metastática<br />
Os <strong>de</strong>pósitos geralmente não causam disfunção clínica<br />
Po<strong>de</strong>m produzir imagens radiológicas marcantes no pulmão.<br />
Depósito intenso no rim <strong>de</strong>termina Nefrocalcinose<br />
Que po<strong>de</strong> causar dano renal<br />
A condição que <strong>de</strong>termina a hipercalcemia é mais importante que a calcificação<br />
em si.<br />
Calcificação Metastática<br />
Definição:<br />
“Calcificação heterotópica provocada pelo aumento da calcemia em tecidos on<strong>de</strong> não<br />
exista necessariamente lesão prévia”.<br />
Ou seja:<br />
Deposição <strong>de</strong> cálcio nos tecidos normais, sempre que houver Hipercalcemia.<br />
Ocorrência:<br />
Po<strong>de</strong> ocorrer em qualquer local do corpo, mas com predileção por:<br />
Válvula aórtica na sua túnica média<br />
Coração no interstício muscular<br />
Rins no epitélio tubular e interstício renal. Raro no glomérulo<br />
Pulmão na pare<strong>de</strong> dos alvéolos<br />
Mucosa gástrica na túnica própria e membrana basal das glândulas<br />
Alcalinida<strong>de</strong> do órgão<br />
Histofisiologia da Calcificação Metastáti ca<br />
rins, pulmões e mucosa gástrica são mais predispostos às precipitações <strong>de</strong><br />
cálcio.<br />
O pH parcialmente alcalino <strong>de</strong>ssas regiões facilita a calcificação.<br />
Essa alcalinização <strong>de</strong> pH ocorre da seguinte forma:<br />
- pulmão: liberação <strong>de</strong> CO2 aumenta o pH e precipita sais.<br />
- estômago: o aumento do HCl ativa a enzima Pepsina que quebra proteínas em<br />
pH ácido, estimulando a secreção <strong>de</strong> suco pancreático e precipitando sais.<br />
- rins: excreção <strong>de</strong> íon amônio (NH4+) no rim , elevam o pH e precipita sais.
Histofisiologia da Calcificação Metastáti ca<br />
Tabela <strong>de</strong> pH – Varia <strong>de</strong> 0 a 14<br />
O pH é neutro com um valor <strong>de</strong> 7, se for mais alto será ALCALINO e<br />
se for mais baixo será ÁCIDO.<br />
9,0 .......................100 vezes mais alcalino do que um PH <strong>de</strong> 7,0<br />
8,5<br />
8,0 ........................10 vezes mais alcalina do que um PH <strong>de</strong> 7,0<br />
7,5<br />
7,0 ......................... Neutro<br />
6,5<br />
6,0.......................... 10 vezes mais ácida do que um PH <strong>de</strong> 7,0<br />
5,5<br />
5,0........................... 100 vezes mais ácida do que um PH <strong>de</strong> 7,0<br />
Pulmão<br />
1. Matriz Óssea<br />
Calcificação Metastática<br />
Rim<br />
Estrutura Anatomohi stofisi ol ógica do Osso<br />
o Matriz óssea do fêmur tem distribuição diferente da do úmero<br />
o As c élul as osteog êni cas da matriz são percorri das por canalic ulos<br />
<strong>de</strong>nomi nados “C anais <strong>de</strong> H ar vers e <strong>de</strong> Vol kmann” , que per mi tem<br />
a distribuição uniforme <strong>de</strong> tecido ósseo<br />
o Este sistema, ao q ual se apõe a matriz mi neral é <strong>de</strong>nominado<br />
OSTEÓIDE, ou seja a matriz não mineralizada.<br />
Aumento da concentr ação <strong>de</strong> Co2<br />
Histofisiologia da Calcificação Metastáti ca<br />
Favorece a <strong>de</strong>posição calcária local<br />
Menor solubilida<strong>de</strong> dos sais <strong>de</strong> cálcio<br />
aceita-se também q ue sol ubili da<strong>de</strong> do íon Ca ++ sej a menor nestes<br />
órgãos<br />
Todas essas modificações são fugazes, por isso a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> cálcio leva<br />
tempo.<br />
Nos tecidos com calcificação temos irritação constantes dos tecidos, <strong>de</strong>vido<br />
à presença <strong>de</strong> cálcio.<br />
Essa irritação leva os fibroblastos modifiquem sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
regeneração, causando uma metaplasia na qual eles começam a s e<br />
diferenciar em osteoclastos e osteócitos, levando à formação <strong>de</strong> osso.<br />
1. Matriz Óssea<br />
Estrutura Anatomohi stofisi ol ógica do Osso<br />
o Osteóci tos envol vi dos por substânci a protéi ca do grupo col ágeno<br />
e compostos polissacarí<strong>de</strong>os (5% da matriz)<br />
o Disposi ção das fi bras altamente organizada for mando r e<strong>de</strong>s<br />
fibrocolágenas, segundo leis mecânicas e linhas <strong>de</strong> força.<br />
Estrutura Anatomohi stofisi ol ógica do Osso<br />
Osso Compacto
Estrutura anatomohistofi siol ógica do Osso<br />
Osso Compacto<br />
Estrutura anatomohistofisiológica do Osso<br />
o Celulas do complexo ósseo:<br />
o Células Osteoprogenitoras<br />
o Osteoblastos<br />
o Osteócitos<br />
o Osteoclastos<br />
o responsáveis pela Reabsorção óssea<br />
o As proteínas do osso incluem:<br />
o Colágeno Tipo I responsável por 90% do componente orgânico<br />
o Proteínas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>rivadas dos osteoblastos<br />
o Fatores Hormonais:<br />
o Glândulas Paratireói<strong>de</strong> e Tireói<strong>de</strong>:<br />
o função <strong>de</strong> manter a relação Ca:P constante na circulação<br />
o Paratormônio (PTH) e Calcitonina<br />
Osteoclastos em ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reabsorção<br />
Lacunas <strong>de</strong> Howships<br />
Fonte: http://www.icb.ufmg.br/mor/biocelch/material_fto_greg/osseo.ppt<br />
2. Matriz Mineral<br />
Estrutura anatomohistofisiológica do Osso<br />
o O equilíbrio entre as fibras colágenas e os cristais ósseos constitui o <strong>de</strong>nominado<br />
“material difásico”<br />
o O osso tem papel vital na homeostasia dos minerais<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista bioquímico temos:<br />
o matriz orgânica ( 35% )<br />
o elementos inorgânicos ( 65% )<br />
Componentes inorgânicos:<br />
o Hidroxiapatita <strong>de</strong> cálcio (Ca10(PO4)6(OH)2)<br />
o 99% do Cálcio corporal<br />
o 80% do Fósforo corporal<br />
o 65% do Sódio e do Magnésio orgânico<br />
Apesar das célul as ósseas r epr esentar em 2% do peso ósseo, s ão<br />
responsáveis por sua formação e manutenção por toda a vida<br />
Osteoblastos em ativ ida<strong>de</strong><br />
Osteoclastos em ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reabsorção<br />
Lacunas <strong>de</strong> Howships