11. Reunião, 30/11/1995 - Confraria de Cachaca Copo Furado - RJ

Ipanema - Rio de Janeiro - Brasil Protetor: São Benedito
Criada em 13 de agosto de 1994 Unidos Beberemos! Sozinhos Também! Patrono: Tom Jobim
ATA DA 11ª REUNIÃ0
Data: 30 de novembro de 1995
numa noite de 5ª feira.
Local: Bar do Beto
na rua Farme de Amoedo, 51
em Ipanema.
Compareceram os seguintes confrades e confreiras, antigos e novos:
1. Marcelo,
2. Edu,
3. Lula,
4. Auxiliadora,
5. Kabinha,
6. Ophélia,
7. Sandes,
8. Flávio,
9. Tonzito,
10. Corrêa,
11. André,
12. Totonho,
13. Luiz Fernando,
14. Vany,
15. Magoulas,
16. Raul,
17. Pitta,
18. Léo Peteca,
19. Palhares,
20. Luiz Carlos,
21. Juliana,
22. Paulinho Metrô,
23. Carlos Lyra,
24. José Roberto,
25. Muller,
26. Ivan,
27. Magda,
28. Saturnino Braga,
29. Lúcia Couto,
30. Orlando Kemp Cavalcanti,
31. Luiz Rivelli e
32. José Vianna.
Justificaram suas ausências: Rogério, José Nilo, Mirian, Orlando, Gustavo, Ana Lúcia, Lúcio Mauro, João Paulo,
Marcilio, Bruno, Rezende, Ana Valéria, Carlos Alberto e Zé Guimarães. Apareceram como convidados: a mulher
de Muller com uma amiga; a cantora Kátia Mota, convidada de Sandes; Elmira, mulher de Rivelli; o jurista e
poeta Lyad de Almeida e o Prof. Ruysday, convidados de Marcelo; Otto Dumovich, escultor e músico, convidado
da Presidência; a mulher de Paulinho Metrô; o médico James Feighelstein e sua Izette, convidados de Kabinha e
Tonzito; uma dupla esperta de pingófilas inominadas, com mais de 60 anos, que beberam tudo e não pagaram a
conta; e a médica Maria Emília, convidada de Raul. (De novo.)

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Distribuídos aos presentes a Ata da Reunião de Outubro e o jornal GOLES & TRAGOS nº 6.
ADENDOS À ÚLTIMA ATA: Luiz Carlos doou ao Patrimônio Liquido a pinga ESPECIAL AGUARDENTE DE
CANA, fabricada e engarrafada por YAMAGUTI & CIA LTDA., de Córrego da 0nça, Três lagoas, MS, que FOI
PARA 0 ALTAR.
Para onde foi também a AZULADINHA TAIL, Aguardente composta com folhas de laranjeiras, 40º GL,
Alcoólico por mistura, produzida e engarrafada por Taquari Ago Industrial Ltda., na Fazenda Porto Alegre, São
Miguel dos Campos, AL, doação de 0rlando Drummond. Registre-se, ainda, que ao final da reunião de outubro,
Lula trouxe até o Presidente o simpático casal Antônio Gillet e Margarida Lamarca, pingófilos interessados na
Confraria, em conhecer e ingressar. Recepcionamos e explicamos. Eis as especificações da SÃO DOMINGOS, a
pinga do pastor de Minas que foi para a PRATELEIRA na reunião de outubro: SÃO DOMINCOS Caninha,
produção doméstica, vendas sob encomenda, produzida e engarrafada em Elói Mendes, MG.
Às l9hl5m, Marcelo, com as saudações a São Benedito, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e um gole no cuité da
pinga do barril, pedra-madeira fundamental da Confraria, abriu os trabalhos e lançou o brinde-grito de paz
UNIDOS BEBEREMOS! SOZINHCS TAMBEM! Imediatamente, todos cantaram o Hino da Confraria, obraprima
em primeiro grau da sensibilidade e talento do confrade Corrêa de Araújo. A sinhazinha da confraria,
Juliana, sempre doce e terna, recebeu o dizimo voluntário dos confrades e óbulo compulsório dos visitantes.
0 Presidente anunciou as relevâncias da pauta: convidados ilustres e as cananizações, como confrades honoríficos,
de Saturnino Braga e Lúcia Couto; do aguardentófilo Orlando Kemp Cavalcanti, vindo especialmente de Santa
Tereza do Porto Firme, MG, para a reunião, doando ao nosso Patrimônio Liquido, uma dúzia de VELHA
AROEIRA e de SI SOBRA NOIS VENDI. E como confrades militantes, o cachaçólogo juramentado José Vianna,
residente em Saquarema, RJ; e José Rivelli, aguardenteiro em Lavras, MG, morador em Ipanema, fabricante da
ÁGUA VIVA, que, novamente ofereceu um exemplar de oito anos à Confraria.
O Presidente foi liberando as pingas, com informações sobre cada uma. Desculpando-se pelo trânsito, e apesar de
Cesar Maia, Saturnino e Lúcia conseguiram chegar incólumes ã reunião e, porque tinham outro compromisso,
foram logo cananizados: o vereador pelo confrade Carlos Lyra, e Lúcia pela confreira Magda. Saturnino tomou
duas no cálice e mais duas no Cuité. Isto visto pelo Presidente. Antes de cantar o Hino com os seus confrades,
Saturnino falou que, mesmo como Honorífico, iria freqüentar regularmente a Confraria, "que não era papo furado
não". Alguns confrades lembraram-lhe, então que "o copo é furado, mas o papo não pode ser". Cantamos
PARATY PRA VOCÊ para os aniversariantes do mês, anunciados por Auxiliadora.
Foram cananizados também: Orlando Kemp Cavalcanti por Kabinha; José Vianna por Ivan; e José Rivelli por
Kemp. Este, chamado por Marcelo de "cardiologista da cachaça", pois faz pinga com o coração e do coração do
que é destilado, falou sobre as suas duas criações: VELHA AROEIRA, envelhecida em carvalho e da SI SOBRA
NOIS VENDI (cachaça nova), dando explicações sobre C seu trabalho de alquimia, e revelando a sua satisfação e
honra por estar entre nós. José Vianna, emocionado, disse que, se, por questões de superlotação no sodalício, sua
presença criava problemas, ele adiaria o seu ingresso, no que recebeu um sonoro "não apoiado". José Vianna
recitou, de sua autoria, versos significativos para nós: "Ah! cachaça amiga, / Não há quem me diga / Que não tem
valor. / E por ser tão boa / Vive assim ã toa /Sem saber se impor!... / Ela dá coragem, / Ela dá vantagem / Dá
inspiração, / E não admite / Falta de apetite / Numa refeição. / A moça solteira /Que por brincadeira / Toma seu
pifão / E as que não gostam dela / Debaixo da cama têm um garrafão. / Essa gente rica / De casa bonita / Gosta
dessa coisa boa / Bebe a cozinheira / Bebe a arrumadeira / E bebe a patroa. Aplausos faiscantes”.
Leonel Brizola, encarnado por André, comentou o ingresso de Saturnino na Confraria. E Lula, também vivido por
André, falou da sua formação livresca. Ovações sem ovos. Risos e palmas. Muitas. Elogios ao talento de André, a
grande novidade no Humor brasileiro nos últimos anos, a nova lógica no Humor brasileiro, herdeiro condigno de
Itararé e Veríssimo. Carlos Alberto Afonso presenteou a Confraria com foto de Aline Afonso, em moldura e
vidro, que documenta a entrega, por Saturnino Braga, da Medalha Pedro Ernesto ao confrade Carlos Lyra.
Emoção.

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Bebeu-se 8 (oito) litros de cachaça:
- CORISCO, de Paraty, RJ, 1995, em barril de Carvalho, do Patrimônio Líquido;
- VAMOS NESSA, de Paraty, RJ, 1995, do Patrimônio Liquido;
- MARÉ ALTA, de Paraty, RJ, produzida e engarrafada por Indústria de Bebidas Maré Alta Ltda., na Fazenda
Corisco, 47º GL, produção artesanal em alambique do Príncipe Dom João de Orleans e Bragança,aguardente que
integra o patrimônio Líquido da Confraria;
- ÁGUA DA VIDA, de Lavras, MG, com 8 anos de envelhecimento em barril de carvalho, doação de
Rivelli, seu fabricante;
- CACHAÇA DO PABRE TOLEDO, de Tiradentes, MG, 18º C, produzida e engarrafada peso Grupo Padre
Toledo, doação de Marcelo;
- BROTINHO, de Luiz Alves, SC, 20º C, fabricada e engarrafada por Wilmar Silva, doação de James e Izetti;
- VELHA AROEIRA, de Santa Tereza do Porto Firme, Micro região de Viçosa, MG, com selo da AMPAQ, 47,2º
GL, tonel nº 27, envelhecida em barril de carvalho por quatro anos, produzida e engarrafada por Orlando Kemp
Cavalcanti, doação do próprio fabricante, agora nosso confrade honorífico, aguardente vencedora do 8º e do 10º
Festivais da Cachaça de Minas Gerais (1993 e 1995);
- VALE VERDE, de Vianópolis, Betim, MG, 44º GL, produzida e engarrafada por Comercial Regon Ltda., na
Fazenda Vale Verde, Km 39 da Rodovia MG-50, com selo da AMPAQ, fabricada em 12.9.92, envelhecida em
tonel de carvalho, e engarrafada em 15 de setembro de 1995, doação dos fabricantes ao Patrimônio Liquido da
Confraria;
- MINHA DEUSA, do mesmo lugar e fabricante da VALE VERDE, 43,7º GL, com selo da AMPAQ, porém com
apenas 1 ano de envelhecimento em barril de carvalho, destilada em 28.9.94 e engarrafada em 28 de setembro de
1995 (bebidas duas garrafas de 600ml da MINHA DEUSA);
- S/ ROTULO, produção doméstica da Fazenda Herdade, de Matias Barbosa, MG, Rodovia BR-040, km 805
MG, doação de Luiz Carlos (a confirmar);
- DE CABEÇA PRA BAIXO, 20º C, fabricada e engarrafada por Amaral e filhos Indústria e Comércio Ltda. -
Afinco -, em Itaquara, BA, doação de James e Izzeti; PARATY COM MURICY, aguardente composta de
Sergipe, concessão d Confraria ao sexo forte. Foram feitas outras doações de Magoulas, Kemp e José Vianna, a
serem especificadas quando da degustação dos preciosos líquidos.
A Presidência levantou a discussão em torno da proposta do confrade Carlos Lyra, para a criação de um Conselho
de Pingo-Ética, com a finalidade de acompanhar criticamente a vida da Confraria, sugerir à Presidência etc. O
debate transformou-se em exacerbações quase pessoais a confrades e visitantes que se constrangeram com
restrições à presença de convidados. Totonho e Vany se excederam na forma e no tom, contra visitas e abstemias
respectivamente, apesar de bem intencionados. O Presidente, surpreso, foi a nocaute. Tratou-se de organização,
formalidades e informalidade, convidados abstêmios apenas alegres. Pronunciaram-se: Marcelo, várias vezes
tentando o entendimento; Carlos Lyra, em ato de desprendimento, renunciando ã indicação para compor o
Conselho, por ser “o pai da criança"; Lula, contra o fechamento total aos convidados; Ophélia, pela racionalidade
com informalidade; Magda, Magoulas e Palhares, comedidos, procurando uma saída; Léo Peteca, revoltado,
ameaçando sair da Confraria. Edu, pela informalidade sem tumulto. C convidado Lyad de Almeida sugeriu
critério, ao invés de organização demasiada, burocracia.
Não houve um julgamento formal das cachaças, exceção para a MARÉ ALTA, aguardente do Príncipe Dom João
de Orleans e Bragança, de Paraty, RJ, que foi ratificada a sua ida PARA O ALTAR, já que a sua estréia
degustativa entre nós deu-se na reunião de agosto, 1º aniversário da Confraria, quando não houve julgamento
protocolar das pingas. Também foram PARA O ALTAR, em aclamação desordenada: a VELHA AROEIRA, de
Santa Tereza do Porto Firme, MC; a VALE VERDE, de Vianópolis, Betim, MG; a MINHA DEUSA, idem. Na
próxima reunião haverá nova degustação de algumas pingas que não foram julgadas.
A reunião foi atípica, diversa da tradição copofuradística, devido a catarses verbais de alguns confrades. Por isto,
também não houve juramento dos novos confrades. A pauta da Presidência não pôde ser regularmente cumprida.
Tudo terminou às 2lh30m.

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Criada em 13 de agosto de 1994 Unidos Beberemos! Sozinhos Também! Patrono: Tom Jobim
Em tempo: Foram sorteados vários volumes de tankas e haikais e reflexões filosóficas de Lyad de Almeida e dois
exemplares do primeiro livro de poesia de Batatinha, amiga e convidada de Flávio. A autora autografou a obra.
Pitta ganhou um quilo de carne de sol de Caicó, região do Seridó, RN.
Confrades e confreiras foram brindados com cocadas brancas e pretas da Bahia.