12.04.2013 Views

Ano 11 Ed 127 dez 2010.pdf - Colégio Pena Branca

Ano 11 Ed 127 dez 2010.pdf - Colégio Pena Branca

Ano 11 Ed 127 dez 2010.pdf - Colégio Pena Branca

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Página -2 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010<br />

J<br />

á faz tempo que queria escrever sobre<br />

este tema, da relação de inclusão<br />

social com a Umbanda.<br />

Temos em nossa religião linhas de trabalho<br />

que se formaram a partir de arquétipos<br />

daqueles que são historicamente<br />

excluídos, inclusive por aqueles<br />

que eram legalmente excluídos, como o<br />

“Preto Velho” (arquétipo do negro escravo)<br />

e do Caboclo (arquétipo do índio).<br />

Hoje não há mais uma exclusão<br />

legal, todos são iguais perante a lei, no<br />

entanto, há outras formas de exclusão,<br />

principalmente a decorrente da condição<br />

socioeconômica e também da discriminação<br />

com que alguns grupos são<br />

tratados.<br />

Por exemplo, há aqui na região sudeste,<br />

mais especificamente São Paulo,<br />

EXPEDIENTE:<br />

Diretor Responsável:<br />

Alexandre Cumino<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 3441-9637<br />

E-Mail: alexandrecumino@uol.com.br<br />

Endereço: Av. Irerê, 292 - Apto 13 -<br />

Planalto Paulista São Paulo - SP<br />

<strong>Ed</strong>itoração e Arte:<br />

Laura Carreta<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 7215-9486<br />

Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz<br />

Tel.: (14) 30<strong>11</strong>-1499 /8<strong>11</strong>4-8184<br />

E-mail: contato@tvus.com.br<br />

Consultora Jurídica:<br />

Dra. Mirian Soares de Lima<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 2796-9059<br />

Jornalistas Responsáveis:<br />

Marcio Pugliesi - MTB: 33888<br />

Wagner Veneziani Costa - MTB:35032<br />

Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401<br />

um grande preconceito com o nordestino,<br />

é fato. E é justamente nesta<br />

cidade e Estado que mais se trabalha<br />

com a linha dos Baianos. Temos também<br />

na Umbanda a Linha de Ciganos, que<br />

por muito tempo estiveram à margem<br />

da sociedade; eram qualificados com os<br />

piores adjetivos e por conceitos como<br />

“cigano é ladrão de criancinha”.<br />

As crianças que muitas vezes são<br />

tratadas sem o devido cuidado, aqui<br />

também recebem posição de destaque<br />

assim como o idoso, o “velho”, que é<br />

sempre sinônimo de sabedoria e tratado<br />

com muito mais amor que boa parte dedica<br />

realmente aos seus avós e bisavós,<br />

quando os tem. Marinheiros, Boiadeiros,<br />

Cangaceiros, Piratas, Exus, Pombagiras<br />

e Malandros. O marginalizado<br />

É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir<br />

para o engrandecimento da religião,<br />

divulgando material teológico e unificando<br />

a comunidade Umbandista.<br />

Os artigos assinados são de inteira<br />

responsabilidade dos autores, não<br />

refletindo necessariamente a opinião<br />

deste jornal.<br />

As matérias e artigos deste jornal podem e<br />

devem ser reproduzidas em qualquer<br />

veículo de comunicação. Favor citar o<br />

autor e a fonte (J.U.S.).<br />

passa por uma re-significação de valores<br />

dentro da Umbanda. Mesmo um<br />

Cangaceiro que em vida representou,<br />

morte, medo e terror, agora pode vir<br />

trabalhando para ajudar e proteger;<br />

um Malandro não é vagabundo e sim<br />

aquele que nos ensina a passar com<br />

“jogo de cintura” e bom humor as<br />

maiores dificuldades; Exu e Pombagira<br />

são guardiões do templo e da religiosidade;<br />

Pirata não é ladrão e sim um<br />

guardião do mar; Boiadeiros e Marinheiros<br />

todos tem seu valor. Por mais que<br />

possam ter errado, ainda assim possuem<br />

qualidades e virtudes e é por meio delas<br />

que vamos buscar o que há de melhor<br />

a oferecer ao próximo.<br />

O Umbandista frente a esta diversidade<br />

de arquétipos aprende a não julgar<br />

o diferente, aprende a amar o excluído,<br />

aprende que um mesmo espírito<br />

pode reencarnar muitas vezes em diferentes<br />

condições culturais, raciais e<br />

sociais.<br />

Aprendemos que nosso valor não<br />

está na roupagem, não está na cor da<br />

pele ou dos olhos ou mesmo da orientação<br />

sexual. Nosso valor está na vida<br />

e no outro, em nossas atitudes perante<br />

a vida e perante o semelhante, por mais<br />

diferente que ele seja, todos temos<br />

uma essência original em comum, todos<br />

somos irmãos. Tudo isso aprendemos<br />

na Umbanda, uma religião que não exclui<br />

nada nem ninguém, a religião da inclusão<br />

em todos os sentidos.<br />

Justamente pelo fato de nos sentirmos<br />

excluídos em muitas situações em<br />

que outras religiões ganham destaque,<br />

como no cenário político, por exemplo,<br />

por sua força de pressão.<br />

Nós umbandistas desenvolvemos um<br />

grande senso de justiça e também o bom<br />

senso para ver o diferente com olhos de<br />

amor, pois somos também a religião dos<br />

diferentes. Enquanto muitas religiões hoje<br />

pregam discriminação e preconceito, que<br />

alimentam homofobia e agressões de<br />

todos os tipos, a Umbanda nos ensina a<br />

respeitar as diferenças.<br />

Uma criança que cresça no ambiente<br />

de Umbanda desde cedo aprende<br />

amar o diferente em todos os sentidos<br />

e é incentivada a pensar a religiosidade<br />

de um ponto de vista racional e emocional<br />

ao mesmo tempo. Racional pois tudo<br />

tem um porquê de ser e emocional pois<br />

há uma dimensão mística de profundidade<br />

na experiência religiosa de Umbanda<br />

que nem sempre dá para ser explicada.<br />

Poderia me estender muito mais<br />

ainda, no entanto, o objetivo aqui é<br />

chamar a atenção para algo muito grave<br />

que vem acontecendo, pois há tempos<br />

estamos alertando a sociedade para<br />

uma guerra religiosa que vem sendo<br />

travada contra nós, mas que vem se<br />

estendendo contra todos que sejam diferentes<br />

dos intolerantes e fundamentalistas<br />

religiosos que vem dominando<br />

o quadro social e político no Brasil.<br />

Pouca atenção e pouca mídia se tem<br />

dado aos fatos de agressão sofridos<br />

por adeptos dos segmentos afrobrasileiros.<br />

Com o passar do tempo os<br />

estragos tendem não só a aumentar na<br />

quantidade como no raio de ação.<br />

Pouca relação se faz entre ataques<br />

de homofobia e religião, mas é fato que<br />

muitas religiões não aceitam uma diferente<br />

orientação sexual.<br />

Temos visto em todas as escalas de<br />

valor social o desrespeito e a agressão,<br />

que muitas vezes começam com o<br />

“bulling” nas escolas entre crianças e<br />

termina em casos de polícia entre adultos<br />

que tiram as vidas um do outro<br />

apenas por não aceitarem que o outro<br />

seja diferente.<br />

Na Umbanda somos moldados a uma<br />

postura inclusiva, naturalmente somos<br />

lapidados. Qual preconceituoso, arrogante,<br />

soberbo, vaidoso que não muda<br />

ou começa um processo de mudança<br />

ao tirar os sapatos e ajoelhar no pé de<br />

um preto velho como ultima esperança<br />

para suas “urucubacas”, “ziqueziras” e<br />

outras “coisas feitas”; que muitas vezes<br />

ele mesmo se fez ao agredir o outro<br />

com sua postura. Quem não aprende<br />

humildade, simplicidade e respeito ao<br />

outro na Umbanda, ainda não aprendeu<br />

nada...<br />

Contatos: alexandrecumino@uol.com.br


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -3<br />

Saudação a Iansã e a Iemanjá<br />

por SANDRA SANTOS<br />

com fotos de EDUARDO BACANI<br />

D<br />

ia 04 de <strong>dez</strong>embro, foi um dia especial<br />

para a comunidade umbandista, que<br />

saudou as Mães Iansã e Iemanjá, na<br />

cidade de Mongaguá, em São Paulo. Fiéis<br />

vieram de diversas regiões do estado, para<br />

participar da festividade, lotando mais uma<br />

vez a tenda da AUEESP e do <strong>Colégio</strong> de<br />

Umbanda, no já tradicional ritual coletivo.<br />

A festa começou com a formação da<br />

ais uma vez tivemos a oportunidade<br />

de participar da Festa de Iemanjá<br />

realizada pela AUEESP (Sandra Santos)<br />

e dirigida por Rubens Saraceni.<br />

Há cerca de <strong>dez</strong> anos atrás comecei a<br />

participar da Festa de Iemanjá junto de<br />

Rubens e Alzira Saraceni; convidávamos os<br />

médiuns de nosso terreiro para se unirem<br />

aos médiuns de outros terreiros e assim realizar<br />

uma única festa em que todos os sacerdotes<br />

(Pais, Mães, Padrinhos, Madrinhas,<br />

Babás e Dirigentes em geral) eram chamados<br />

a abrir a gira (os trabalhos) em homenagem<br />

à Mãe Iemanjá juntos. Todos à frente tendo<br />

seus filhos homenageando à Mãe da Vida<br />

como uma única tenda.<br />

Assim foi durante alguns anos, e com a<br />

criação da AUEESP a Festa de Iemanjá realizada<br />

por Rubens e Alzira Saraceni ganhou<br />

um novo fôlego, mais organização e a participação<br />

de uma diretoria composta de gente<br />

que arregaça as mangas para trabalhar e<br />

faz acontecer a maior gira de Iemanjá que<br />

já tivemos a oportunidade de presenciar.<br />

Um único terreiro a céu aberto formado<br />

por milhares de médiuns (cerca de uns três<br />

mil) trabalhando em uma única vibração, sem<br />

arroubos de vaidade, de um querendo aparecer<br />

mais que o outro. Dezenas de sacerdo-<br />

corrente mediúnica, seguida de uma procissão<br />

em homenagem a Iansã, também comemorada<br />

neste dia. Durante a festa, o irmão<br />

Marcos Mozol apresentou a sociedade umbandista<br />

21 novos sacerdotes, que durante<br />

dois anos frequentaram o curso de Doutrina,<br />

Teologia e Sacerdócio de Umbanda.<br />

Vários dirigentes espirituais aproveitaram<br />

a data para realizar batizados e coroações,<br />

nas águas sagradas de Mãe Iemanjá.<br />

A praia ficou lotada de flores, jogadas ao<br />

mar em agradecimento pelo auxílio sagrado,<br />

nesta festa que é a maior manifestação<br />

pública de religiosidade.<br />

O deputado federal Vicentinho do PT<br />

mais uma vez se fez presente, prestando<br />

também a sua homenagem as nossas Iabás.<br />

Gostaria de deixar aqui registrado nossa<br />

gratidão aos colaboradores e a toda diretoria<br />

da AUEESP, que não pouparam esforços para<br />

a realização de mais um grande evento.<br />

Registro também um agradecimento especial<br />

ao querido amigo Nélson, da Casa de Velas<br />

Santa Rita, por todo apoio e carinho.<br />

Festa de Iemanjá com Rubens Saraceni<br />

por ALEXANDRE CUMINO<br />

com fotos de EDUARDO BACANI<br />

M<br />

tes se juntam ao idealizador,<br />

para lado a lado<br />

conduzirem o ritual externo<br />

mais importante do<br />

calendário Umbandista. A<br />

cada linha de trabalho<br />

que é chamada um diferente<br />

sacerdote se reveza<br />

para colocar seu<br />

mentor em terra e assim<br />

conduzir a chamada de<br />

tal linha dando exemplo<br />

de respeito e convivência<br />

religiosa.<br />

A emoção toma conta<br />

dos corações, até que<br />

a festa atinge seu ponto<br />

alto com a incorporação das Mãe Iemanjá,<br />

todos os médiuns manifestam suas Iemanjás<br />

individuais que juntas recebem os sentimentos,<br />

pensamentos e pedidos de vida e esperança.<br />

Após a chamada da Linha de<br />

Marinheiros e de uma passada pela Esquerda<br />

a festa vai chegando ao seu término com<br />

lágrimas nos olhos daqueles que puderam<br />

participar desta homenagem a Rainha do Mar.<br />

Esta mesma emoção se repete em todos<br />

os terreiros que tem a oportunidade de realizar<br />

homenagem a Iemanjá nas areias de<br />

seu sagrado ponto de força. Todos compartilham<br />

do mesmo amor, dos mesmos sentimen-<br />

tos. Ainda assim uma única festa, uma única<br />

gira com milhares de médiuns é algo que vai<br />

além do individual fortalecendo o coletivo.<br />

Nosso agradecimento especial a Pai<br />

Ronaldo Linares que todos os anos se<br />

desdobra com a FUGABC para organizar a<br />

festa de Iemanjá em Mongaguá.<br />

Quem sabe daqui a algum tempo não<br />

existam mais cercas ou paredes entre os<br />

terreiros e todos possam trabalhar desta<br />

forma. Uma praia inteira manifestando-se<br />

em um único ritual em força, poder e harmonia.<br />

E Salve a Rainha do Mar, Salve Nossa<br />

Mãe Iemanjá.


Página -4 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010<br />

Síntese da palestra<br />

ministrada na I Semana<br />

Umbandista de SP<br />

F<br />

alar deste tema é para mim algo<br />

confortável, pois estou inserido<br />

nesta realidade tecnológica desde<br />

sempre. Meu pai é analista de sistemas,<br />

cresci vendo ele montar e desmontar<br />

computadores, aos 13 anos o ajudava<br />

no ofício. Era natural para mim ver chips,<br />

placas, cabos, enfim, peças e sistemas.<br />

Sou desta geração tecnológica e<br />

a influência natural da profissão de meu<br />

pai me levou a entender a tecnologia<br />

como uma ferramenta aliada ao homem,<br />

que pode ser usada em todas as<br />

circunstâncias e o uso que se faz dela<br />

é que determina sua utilidade.<br />

Quando a internet começou a se<br />

popularizar, eu já estava inserido na<br />

rede, muito diferente dos dias de hoje,<br />

não existiam redes de relacionamento<br />

e a ferramenta de entrosamento comum<br />

eram as salas de bate-papo oferecidas<br />

pelos principais portais provedores<br />

da época.<br />

Sites ainda eram estruturas complexas,<br />

caros e burocráticos. Não eram<br />

comuns sites de Umbanda ou de terreiros,<br />

conheci alguns poucos que já<br />

sinalizavam a importância da rede para<br />

divulgar a religião.<br />

Após algum tempo, a internet e suas<br />

possibilidades evoluíram muito, bem<br />

como a sua popularização e massificação,<br />

“pipocam” na rede centenas de<br />

sites de Umbanda, numa consulta ao<br />

site de busca Google com o termo “terreiro<br />

de umbanda” nos deparamos com<br />

96.400 resultados, com o advento do<br />

Orkut e a idéia de redes de relacionamento,<br />

ao pesquisar comunidades de<br />

Umbanda encontramos exatamente<br />

1000 registros de comunidades, a mais<br />

frequentada é a “Umbanda, Amigos e<br />

Espiritismo” com 25.000 membros e a<br />

“Umbanda - Reino de Oxalá -” com<br />

23.450 membros, esta no entanto uma<br />

das mais antigas, criada em 01 de abril<br />

de 2004. No entanto, estes números<br />

aumentam a cada dia.<br />

Com a Internet 2.0, ou seja, uma<br />

nova linguagem de programação e<br />

possibilidade de transmissão de áudio,<br />

vídeo, notícias, textos e imagens em<br />

tempo real. Blogs, Microblogs, Youtube,<br />

Facebook, Orkut e tudo o mais são<br />

ferramentas atuais para diversos formatos<br />

de comunicação e disseminação<br />

de mensagens e idéias.<br />

É preciso aceitar que a Internet<br />

não é mais uma mídia indireta como há<br />

cinco anos, hoje a Internet é uma mídia<br />

direta e talvez uma das mais eficazes<br />

para o público mais jovem. Também<br />

a mídia mais possível, pois podemos<br />

usá-la gratuitamente ou com baixos<br />

custos.<br />

As religiões no geral, antenadas a<br />

este movimento cultural, se instalaram<br />

na rede e disseminam sua crença e<br />

criam um canal de aproximação com<br />

seus fiéis, isto é natural, é necessário.<br />

RESISTÊNCIA ORTODOXA<br />

Apesar dos números e da introdução<br />

acima, ainda encontramos no meio<br />

Umbandista uma massiva resistência no<br />

uso de tecnologias, como se tecnologia<br />

desconstruísse o sagrado ou que venha<br />

a ferir a espiritualidade. Tem-se o pensamento<br />

de que tecnologia é sinônimo<br />

de “materialismo” e matéria é antievolução,<br />

pois só evolui quem se “des-<br />

prende” ou melhor, repulsa tudo o que<br />

é material, então seria “evoluído” aquele<br />

que nem aprendeu mexer no computador<br />

ou que ainda usa “telefone à manivela”,<br />

escuta música na vitrola, assiste<br />

televisão em preto e branco, melhor<br />

ainda seria não ter nada, viver maltrapilho,<br />

o que acha?<br />

Enquanto pensarem que evolução<br />

está no que se tem ou na falta do que<br />

tem e não no ser, no interior do indivíduo,<br />

no comportamento, realmente<br />

será muito difícil o entendimento da<br />

tecnologia como sinalização de<br />

evolução.<br />

Esquecem-se estes “puristas” do<br />

além, os “guardiões dos bons costumes”<br />

ou os zeladores da “verdadeira<br />

evolução”, que tudo o que acontece<br />

de desenvolvimento material no plano<br />

físico, que auxilia a vida humana é uma<br />

inspiração do astral. Eu diria que o astral<br />

já está na Internet 20.0.<br />

André Luiz já falava de projeção<br />

holográfica há 50 anos, parecia ficção<br />

pura, hoje a CNN e a Rede Globo já<br />

usam esta tecnologia, muito em breve<br />

será algo comum.<br />

Há <strong>dez</strong> anos atrás era comum ver<br />

a proibição do uso de máquinas fotográficas<br />

dentro do terreiro, não por preservação<br />

da imagem ou coisa do tipo,<br />

mas porque acreditava-se que prenderiam<br />

os guias nas fotos, que enfraqueceriam<br />

os médiuns... Hoje é comum<br />

registrar eventos, festividades com ou<br />

sem incorporação dos guias. Aprendemos<br />

que nada de ruim acontecerá.<br />

Lembro que, há cerca de 7 anos<br />

atrás, o irmão Rubens Saraceni foi severamente<br />

atacado pelos “ortodoxos”<br />

por seu guia espiritual, Mestre Seiman<br />

se utilizar do microfone para falar<br />

diretamente aos milhares de presentes<br />

nos eventos de formatura de Egrégoras.<br />

Acaso deveria o guia espiritual<br />

falar de ouvido a ouvido a mesma mensagem?<br />

Porque é estranho um Ogum<br />

falar no microfone afim de amplificar<br />

sua mensagem e ser compreendida por<br />

todos?<br />

Na verdade este “purismo barrista”<br />

é um grande engodo mascarado na idéia<br />

de pureza ou preservação que revela<br />

um grande despeito daqueles que não<br />

conseguem acompanhar de fato a<br />

evolução planetária, ao menos tecnológica.<br />

No entanto, é histórico este tipo<br />

de resistência no processo de transição<br />

entre gerações e tecnologias. Houve<br />

quem não aceitou trocar a carroça por<br />

carro, trem por ônibus, ônibus por avião<br />

e assim por diante. Aceitem ou não, a<br />

tecnologia está aí, que usemos a nosso<br />

favor.<br />

INTERNET E TRANSMISSÃO<br />

DE VALORES<br />

A rede, como é conhecida a internet,<br />

está minada de perigos, de informações<br />

equivocadas, ainda é um ambiente<br />

um tanto caótico, qualquer um<br />

escreve o que quer e mesmo no ambiente<br />

de Umbanda existem coisas contraditórias<br />

e mesmo repugnante. Cabe a<br />

nós Umbandistas de fato contribuir com<br />

a transmissão de valores, da nossa cultura,<br />

de nossos saberes, de nossa<br />

crença. Mais que isso, é importante<br />

cuidar deste conteúdo e da maneira que<br />

é transmitido.<br />

Não basta jogar as informações de<br />

qualquer maneira. É importante sim que<br />

se tenha muitos e muitos sites, com toda<br />

nossa diversidade, mas que a Umbanda<br />

como motivo central seja apresentada<br />

com responsabilidade e requinte.<br />

A maneira como se constrói um site,<br />

um blog ou um vídeo, da maneira que<br />

se apresenta é o que será “julgado”<br />

pelo internauta. A Umbanda ou o terreiro<br />

será avaliado pela imagem que ele<br />

vai transmitir. De modo que um site todo<br />

confuso, cores sem harmonia, uma bagunça<br />

de informação, poderá não só<br />

confundir o internauta visitante sobre<br />

o site, mas sobre a própria Umbanda.<br />

Temos muito conteúdo a oferecer,<br />

mas não de qualquer jeito.<br />

A<br />

FUTURO PROMISSOR<br />

Quando a Internet possibilitou a<br />

transmissão de saberes com estrutura<br />

e metodologia com segurança, surgiu<br />

um novo contexto na área da educação,<br />

emergiam na rede o Ensino à Distância,<br />

que hoje já é comum, mas que<br />

até o momento é visto com reserva pelos<br />

educadores “ortodoxos”.<br />

Em 2005 um mentor espiritual pediu<br />

que eu possibilitasse uma maneira para<br />

a divulgação da Umbanda sem fronteiras.<br />

Pesquisei bastante e criei a TVUS<br />

- TV Umbanda Sagrada, a primeira TV<br />

WEB Umbandista e quando percebi eu<br />

tinha tudo o que era necessário para<br />

um ambiente de estudos à distância,<br />

em 2006 implantamos o <strong>Colégio</strong> Virtual<br />

Umbanda Sagrada de Bauru, também<br />

o primeiro colégio virtual de Umbandista,<br />

enfim, na sequencia, outros<br />

irmãos, outras instituições vieram a<br />

somar nesta iniciativa, deixando de<br />

lado aqueles que barrariam toda<br />

iniciativa inovadora para deixar história<br />

na história da Umbanda.<br />

Posso citar relevantes iniciativas<br />

como a do irmão Manoel Lopes (São<br />

Vicente-SP), que em 2006 lançou a RBU<br />

- Rede Brasileira Umbandista, mas em<br />

1995 ele já lançara a lista virtual “Saravá<br />

Umbanda”, Manoel é super engajado<br />

nesta tecnologia, atua nesta área pro-<br />

fissionalmente e foi neste sentido que<br />

também lançou a TV Saravá Umbanda<br />

e em 2009 começou a transmitir cursos<br />

do Núcleo Mata Verde pela Internet.<br />

Também em 2006, o irmão Marcos<br />

Mozol, lança o <strong>Colégio</strong> Virtual de Umbanda<br />

Sagrada -SP. Tivemos também a<br />

TV Espiritualista, uma iniciativa do irmão<br />

Rubens Saraceni, enfim, há muita coisa<br />

boa pela rede, que enaltece a nossa<br />

religião e engrandece a nossa fé.<br />

No último dia 15 de Novembro, Rubens<br />

Saraceni lançou o Jornal de Umbanda.com,<br />

um ambiente para a fomentação<br />

de textos e artigos sobre a religião,<br />

onde todo aquele que queira divulgar<br />

seus saberes, experiências e vivências,<br />

desde que em conformidade com o respeito<br />

ao próximo, terá nesta plataforma<br />

um ambiente de divulgação, mais que<br />

isso, é a convergência de irmãos Umbandista<br />

de todo o planeta somando<br />

num ponto em comum com informações<br />

preciosas a todos.<br />

O ICA lançará neste mês o Portal<br />

ICA 2.0, reativando a Rádio Umbanda<br />

Sagrada e usando as ferramentas mais<br />

modernas para a divulgação da religião.<br />

SAGRADA INTERNET<br />

Por fim, entre o sagrado e o profano<br />

estamos nós, o uso que faremos da<br />

tecnologia virtual em prol da religião é<br />

que determinará sua utilidade e eficácia.<br />

A Internet pode ser um ambiente<br />

caótico e promíscuo, mas podemos em<br />

nosso meio torná-la um ambiente sagrado,<br />

falando do sagrado e agindo de<br />

maneira sagrada.<br />

Para a Umbanda, uma religião ainda<br />

sem força política, sem canais de TV ou<br />

rádios, onde tudo é muito difícil de realizar,<br />

a Internet é um grande advento.<br />

Não esqueçamos portanto que isso<br />

é uma iniciativa do astral e digo, em<br />

pouco tempo será normal um guia<br />

espiritual permitir ou solicitar a filmagem<br />

de uma mensagem e sua multiplicação<br />

via Internet.<br />

Que venha o futuro e que a evolução<br />

aconteça, façamos a nossa parte.<br />

www.rodrigoqueiroz.blogspot.com<br />

o sair de casa as 08h30min deparei com mais uma oferenda na esquina<br />

de casa, com alguidares, farofas, pingas, miúdos, velas, panos e fitas<br />

e algumas coisas que não decifrei.<br />

Moro ao lado de uma encruzilhada, esse tipo de oferenda é comum,<br />

tudo espalhado atrapalhando a passagem dos pedestres, um cheiro horrível,<br />

objetos que vão emporcalhar as ruas, fiquei muito indignada, mas qual a<br />

alternativa para quem quer fazer as suas oferendas? Como lidar com a<br />

religião e a sociedade visto que nem todo mundo tem condições de ir até os<br />

locais apropriados, como o Vale dos Orixás ou no ponto de força na natureza?<br />

E a questão de uma oferenda que não irá poluir o meio ambiente?<br />

Contraditório ser de uma religião que é tão ligada à natureza, ter oferendas<br />

que degradam a sua fonte.<br />

Será que o nosso problema é mais forte e importante que o respeito ao<br />

próximo e a natureza? Será que os Orixás e seus Guias não vão te ajudar, se você<br />

tiver uma atitude honesta e amorosa em não deixar os itens que poluem e que<br />

atrapalham a passagem das pessoas? Será que a magia da oferenda não vai funcionar<br />

se você recolher tudo gentilmente após as orações e alguns minutos?<br />

Nesta semana da Umbanda gostaria de propor uma reflexão de como podemos continuar<br />

com oferendas de uma forma limpa e respeitosa à outros indivíduos e a natureza. Já fiz sim oferenda igual a que fiquei<br />

indignada, mas graças ao estudo aprendi que tudo isso pode ser diferente.<br />

Que o nosso exemplo seja esclarecedor, e que o estudo seja sempre a base das nossas ações.<br />

Que a paz de Oxalá e o amor de Oxum nos guie.


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -5<br />

A palavra “incorporar” tem vários<br />

significados:<br />

- Ela nos dá a idéia de unir (incorporar<br />

alguma coisa a algo que já temos;<br />

unir conceitos ou práticas);<br />

- Igualmente, nos traz o sentido de<br />

reunir ou fazer fusões (de empresas,<br />

instituições etc.);<br />

- Também a de introduzir (incorporar<br />

um conceito: assimilar e aplicar esse<br />

conceito a alguma coisa que já fazemos);<br />

- E ainda sugere a idéia de dar forma<br />

física, forma material ou forma<br />

corpórea (dar corpo).<br />

Na Umbanda, dentro do campo da<br />

mediunidade, falar em “incorporação”<br />

sugere a idéia de “dar passagem a uma<br />

Entidade”, geralmente um Guia Espiritual<br />

que vem trazendo uma mensagem<br />

de orientação; outras vezes ocorre a<br />

incorporação de Encantados (Crianças)<br />

ou a de Naturais (Orixá do médium). E<br />

a vontade de incorporar deixa muitos<br />

médiuns angustiados!<br />

Uns, porque temem o fenômenoesquecidos<br />

de que, na incorporação o<br />

que acontece é uma espécie de união<br />

de dois mentais: o do Guia Espiritual ou<br />

Entidade e o do médium, que se sintonizam,<br />

“unindo” os respectivos campos<br />

áuricos, para que um possa expressar<br />

suas idéias e “falar com a voz do outro”isso,<br />

resumindo de forma bem simples.<br />

Mas o que vai “ganhar corpo” ou<br />

“ganhar forma” é a expressão das idéias<br />

do Guia Espiritual ou da Entidade, bem<br />

como a energia do arquétipo. Ao<br />

incorporar, os Amparadores da Luz certamente<br />

que não se apossam do corpo<br />

do médium, apenas irão moldá-lo às<br />

próprias características, fazendo com<br />

que o médium assuma todo um gestual<br />

e movimentos de apresentação do arquétipo<br />

que representam (postura corporal,<br />

dança, giros, forma de caminhar,<br />

ritmo etc.). E aqui se pode inclusive distinguir<br />

a psicofonia, estudada no Espiritismo,<br />

da mediunidade de incorporação<br />

na Umbanda. A incorporação é mais do<br />

que “falar por intermédio do outro”, pois<br />

também envolve que o médium assuma<br />

características do Ser que se manifesta<br />

através da sua mediunidade e não se<br />

limita à comunicação com espíritos desencarnados.<br />

No início da atividade<br />

mediúnica, acontece de o médium ficar<br />

angustiado, querendo logo incorporar,<br />

para “se sentir médium”.<br />

Incorporar, “receber o Guia”, não é<br />

o mais importante. Fundamental é que<br />

nos dediquemos a assimilar as orientações<br />

e os exemplos dos Guias Espirituais<br />

e das Entidades que nos amparam,<br />

procurando entender-lhes o sentido para<br />

aplicá-los em nossa vida diária e ficando<br />

atentos para as intuições que eles nos<br />

dão (que podem chegar como novas<br />

idéias, como sensações, até como perfumes<br />

e odores variados que de repente<br />

invadem o ambiente etc.).<br />

Importante é “incorporar” (assimilar<br />

e aplicar) o fundamento da mensagem,<br />

assim como a lição embutida no exemplo<br />

de conduta dos Guias Espirituais diante<br />

de um consulente ou de um médium “difícil”,<br />

buscando analisar o quanto aquilo<br />

pode ter aplicação útil no dia-a-dia.<br />

Espiritualidade não é algo para se<br />

viver apenas entre as paredes do Terreiro.<br />

É algo para vivermos “dentro de nós”,<br />

em silêncio, com naturalidade, sem alarde,<br />

sem roupa especial, sem dia marcado,<br />

sem que ninguém precise elogiar e<br />

aplaudir. É um caminho interno, é aprender<br />

a olhar tudo com os olhos da alma,<br />

porque isso vai nos ajudar a encontrar<br />

novas soluções, novas formas de viver<br />

e enxergar a vida “lá fora”.<br />

Não tem sentido fazer as coisas para<br />

se receber elogios. O essencial é fa-<br />

zermos as coisas em que acreditamos,<br />

pelo bem que elas representam. Agir assim<br />

nos livra de muitas mágoas, de muitas<br />

bobagens... Espiritualidade é algo que nos<br />

ajuda a caminhar de mãos dadas com os<br />

outros, pelo prazer de ajudar e participar,<br />

apesar de sermos diferentes, apesar de<br />

pensarmos de forma diferente, apesar<br />

dos pesares...<br />

Ser médium é ser veículo, canal,<br />

meio de comunicação. Dentro e fora do<br />

Terreiro. A melhor forma de transmitirmos<br />

as mensagens do Astral é colocálas<br />

na prática: em família, no trabalho,<br />

com os amigos, com os vizinhos, com as<br />

pessoas “difíceis”... Espiritualidade é<br />

união, é a “incorporação” (assimilação e<br />

aplicação) do verdadeiro sentido da vida:<br />

somos todos filhos de Deus, somos todos<br />

feitos de Luz, temos valores e méritos,<br />

mas também temos nossas limitações e<br />

lições a aprender.<br />

Incorporar o Guia não é tudo, é apenas<br />

uma parte das infinitas possibilidades<br />

de aprendizado que a Vida nos concede,<br />

inclusive no campo mediúnico.<br />

Portanto, no desenvolvimento mediúnico,<br />

não nos preocupemos apenas<br />

em girar, em rodar, para “mostrar que o<br />

Guia chegou”... Na verdade, os Guias e<br />

Entidades chegam ali muito antes de<br />

nós, preparando o ambiente para o<br />

trabalho. Bom mesmo será a gente conseguir<br />

abrir o coração, para incorporar<br />

(assimilar, absorver) os ensinamentos<br />

do Astral e colocá-los em prática.<br />

E se o Guia quiser incorporar, por<br />

favor: se entregue, deixe, permita-se a<br />

experiência! Não perca mais tempo se<br />

perguntando: “Será que sou eu, será<br />

que é o Guia...? Abra o coração! Busque<br />

o contato com a Espiritualidade, que a<br />

resposta virá, do jeito que precisa e pode<br />

vir, sem dificuldade, naturalmente, e só<br />

por um motivo: somos seres espirituais!<br />

A<br />

lguma vez você parou para reparar<br />

e chegou à “triste” conclusão<br />

de que os Umbandistas fumam<br />

demais? Infelizmente, isto é um fato.<br />

A preocupação em nos cuidarmos<br />

deveria ser grande, aquela tríade corpo,<br />

mente e espírito é como um mantra<br />

para mim. Tento, dentro da correria do<br />

dia a dia, chegar ao melhor desta procura<br />

e cuidar de minha mente, do meu<br />

corpo e do meu espírito.<br />

Para a mente, meditação, leitura e o<br />

exercício intelectual ajudam muito. Para<br />

o espírito, cada um pode se encontrar<br />

sua essência de várias maneiras e não<br />

necessariamente numa religião, todavia,<br />

quem o faz por meio dela sabe onde<br />

melhor encontrar ressonância no que<br />

procura. Para o corpo, o exercício físico<br />

é fundamental para saúde e para uma<br />

melhor qualidade de vida.<br />

O uso do fumo e das bebidas no<br />

ritual da Umbanda é conhecido pela<br />

maioria e é sabido que estes elementos<br />

do ritual são da essência mágica para<br />

nossa Umbanda.<br />

Porém, até mesmo os Guias vêm<br />

diminuindo sensivelmente o uso de fumo<br />

e bebidas nos rituais, e se ainda em<br />

muitos lugares se usa exageradamente,<br />

na maioria das vezes é por vaidade do<br />

médium e não do Guia.<br />

Ouvi certa vez um doce e meiga<br />

preta velha dizer: “Se não pode fumá,<br />

eu uso a vela”.<br />

Este é um movimento que vem<br />

acontecendo nos terreiros, justamente<br />

para nos amoldarmos aos novos ditames<br />

ecológicos e politicamente corretos,<br />

e nos adaptarmos a nova lei antita-<br />

bagismo. Outro senão é não dar margem<br />

para que pessoas desinformadas<br />

e maldosas digam que a Umbanda incentiva<br />

o uso do fumo e da bebida,<br />

logo porque com os médiuns a diminuição<br />

não acontece.<br />

Percebemos que quando falamos<br />

de cuidados pessoais, muitos deixam a<br />

desejar nestes quesitos e principalmente<br />

no cuidado físico.<br />

É normal e usual antes de irmos<br />

para uma gira tomarmos banho de defesa,<br />

não comermos carne 24 horas<br />

antes, não termos relações sexuais,<br />

etc, assim pedem os chefes e sacerdotes<br />

dos terreiros. Porém, também é<br />

usual e muitas vezes comum, antes de<br />

começarmos a gira vermos muitos<br />

médiuns pelo lado de fora fumando sem<br />

parar até minutos antes de começar.<br />

Vivemos este contra senso: De nos<br />

cuidarmos e prepararmos para uma gira,<br />

deixar de comer carne, relações, banho<br />

de defesa etc, enquanto muitos médiuns<br />

algumas vezes incentivados pelo sacerdote<br />

da casa fumar antes e muitas vezes<br />

nos intervalos de uma gira.<br />

Não se trata de preconceito ou intolerância,<br />

absolutamente, pois é sabido<br />

por todos que um dos piores vícios é do<br />

tabagismo; mas se os umbandistas têm<br />

consciência do mal que isso faz é preciso<br />

um esforço maior para largar.<br />

Enfim, enquanto procuramos nos<br />

preparar melhor junto da espiritualidade<br />

para melhor servir a nossa mediunidade<br />

é preciso de fato atentar para o mal<br />

que causamos as nós mesmo e o tabagismo<br />

é um dos piores males existentes.<br />

contatos: micabarbosa@gmail.com


Página -6 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010<br />

E<br />

m todas as épocas e em todos os<br />

países política e religião têm tra-<br />

vado uma luta incessante para im-<br />

porem-se na mente das populações, e<br />

com isso doutriná-los segundo cada um<br />

acha ser melhor para todos.<br />

Essa luta, ora silenciosa e ora<br />

barulhenta, nós vimos acontecer<br />

recentemente durante a campanha<br />

eleitoral para a presidência do Brasil e<br />

no segundo turno a polemica em torno<br />

do aborto levou ambos os candidatos<br />

a assumirem posições públicas e claras<br />

sobre esse tema controvertido.<br />

De um lado vimos a Igreja Católica<br />

reafirmar sua oposição ao aborto e<br />

pressionar os candidatos com tal<br />

veemência que os obrigou a assumirem<br />

que não mudariam as leis já existentes.<br />

E por outro lado vimos lideres de Igrejas<br />

Evangélicas ostentarem uma força<br />

inimaginada e constrangerem a<br />

candidata Dilma Roussef, que havia<br />

feito declarações favoráveis ao aborto<br />

recuar e assumir diante deles que não<br />

mexeria nas leis já existentes durante<br />

o seu mandato.<br />

Isso faz parte do jogo do poder e<br />

não surpreende a ninguém e não temos<br />

nada a acrescentar além de que os<br />

umbandistas também são contrários à<br />

pratica do aborto livre, cerrando fileira<br />

com as outras religiões nesse tema.<br />

O tema desse editorial é abordar a<br />

inapetência dos seguidores dos cultos<br />

afros e espiritualistas para a política e<br />

a dificuldade de elegerem candidatos<br />

comprometidos com os anseios mais<br />

profundos dos seus seguidores.<br />

Pelo expressivo número de<br />

seguidores e que alcança a casa dos<br />

milhões, os candidatos eleitos e que<br />

se comprometeram com os nossos<br />

pleitos é muito pequeno. No entanto o<br />

trabalho que vimos o vereador Quito<br />

Formiga realizar com um projeto de lei<br />

que criou a semana da Umbanda na<br />

cidade de São Paulo e que deixou<br />

orgulhosos todos os umbandista deve<br />

ser motivo de reflexão para os seus<br />

seguidores, muitos dos quais contrários<br />

a qualquer envolvimento durante as<br />

campanhas eleitorais porque acreditam<br />

que não se mistura política com religião.<br />

Infelizmente essa crença esta<br />

arraigada na nossa comunidade<br />

religiosa e não vimos nenhum dos<br />

candidatos genuinamente umbandistas<br />

serem eleito deputado estadual ou<br />

federal, ainda que tenhamos ajudado<br />

na eleição daqueles que têm<br />

demonstrado respeito e interesse pelos<br />

nossos pleitos mesmo não tendo a<br />

Umbanda como sua religião.<br />

Acreditamos que já é hora dos<br />

umbandistas se conscientizarem de que<br />

política e religião são inseparáveis e são<br />

as duas faces de uma mesma coisa<br />

porque o político tem sua religião e o<br />

seguidor de uma religião quer exercer<br />

de forma livre o seu pensamento e sua<br />

crença, sem ser perseguido por políticos<br />

seguidores de outra.


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -7<br />

T<br />

odo final de ano é passado o<br />

ritual de Pai Oxalá, que vocês<br />

poderão realizar no dia 24 de<br />

<strong>dez</strong>embro, na mesa junto com a sua<br />

ceia. Este ritual é uma prática umbandista<br />

ao Divino Trono da Fé. O Trono<br />

da Fé irradia as suas essências<br />

cristalinas que chegam até nós através<br />

de sentimentos, atuando<br />

em nosso intimo.<br />

Este ritual de Pai Oxalá<br />

realizado neste dia, beneficia<br />

a nossa casa, e principalmente<br />

nós mesmos.<br />

Refletindo em nós a paz,<br />

tranqüilidade, prosperidade,<br />

harmonia, congregação,<br />

humildade, caridade,<br />

saúde e principalmente fortalecendo<br />

nossa religiosidade,<br />

o melhor caminho para nos<br />

ligarmos ao nosso Divino Pai Olorum.<br />

ELEMENTOS<br />

1 toalha branca; 1 ramo de trigo<br />

seco; 1 taça de água mineral; 1 vela de<br />

7 dias branca; 1 cacho de uva Itália; 1<br />

taça de vinho tinto; 1 pão; Imagem de<br />

Pai Oxalá; Flores brancas; 1 taça de<br />

vinho branco; 1 prato branco; 1 cristal<br />

COMO ARRUMAR SUA MESA<br />

Forre a toalha branca, o prato branco<br />

para acender a vela de sete dias<br />

branca. Disponha todos os elementos à<br />

mesa. Pode-se cantar o ponto de Pai<br />

Oxalá, contido no CD da Mãe Monica. A<br />

toalha branca será guardada só para<br />

este ritual, a uva poderá ser consumida,<br />

as flores e o cristal poderão ser<br />

colocados em qualquer cômodo da casa.<br />

Depois que as flores murcharem deverão<br />

ser jogadas fora, o<br />

prato branco será guardado<br />

só para esse ritual. Todos<br />

ficam em volta da mesa,<br />

elevam o pensamento ao<br />

Trono da Fé, o nosso Divino<br />

Pai Oxalá, evocando este<br />

maravilhoso mistério,<br />

pedindo com fé e reverência<br />

que Pai Oxalá possa realizar<br />

as bênçãos, para a sua casa<br />

e na sua vida.<br />

Após o ritual, deixe até<br />

o dia seguinte esta<br />

oferenda sobre a mesa,<br />

então recolha a vela de 7<br />

dias e coloque no seu conga,<br />

se não tiver um conga, coloque sobre<br />

um lugar alto acima de sua cabeça, as<br />

taças de vinho e de água despeje em<br />

água corrente e o pãozinho guarde no<br />

seu pote de arroz cru (simbolizando a<br />

fartura na mesa).<br />

Veja no site www.luzdourada.<br />

org.br o vídeo em que explico como<br />

proceder o ritual, bem como o ponto<br />

cantado de Pai Oxalá.<br />

Que o Divino Pai Oxalá te proteja e<br />

derrame a sua paz em sua consciência.<br />

Natal em Pai Oxalá! <strong>Ano</strong> Novo em<br />

Mãe Oiá! Mãe do Tempo!<br />

Contatos:monica@luzdourada.org.br<br />

São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010. Mônica Bergamo<br />

Bombeiro do Além<br />

A Fundação Cacique Cobra Coral, entidade “esotérico-científica” que diz ter o poder de controlar o<br />

clima, foi acionada pelo governo do Rio para fazer chover durante as operações da polícia e da<br />

Marinha nos morros da capital. A água ajudaria a apagar os veículos incendiados e as barricadas<br />

montadas pelo tráfico.<br />

NF: A hora da verdade no Rio: A invasão dos morros<br />

no Rio era impossível por mar, arriscada pelo ar e<br />

minada por terra. Com inédito apoio da Marinha e<br />

da FCCC que monitorava o Clima, tropas do Bope<br />

desembarcaram na Penha e ocuparam bunker<br />

de traficantes que fugiram em massa enquanto a<br />

chuva apagava-reduzia os incêndios nos automóveis<br />

e desmontava as Barricadas dos bandidos...<br />

Coluna do Estadão<br />

(Diana Fernandes e Claudia Carneiro)<br />

Sábado, 02 de abril de 1999.<br />

CHUVA PELA PAZ<br />

A Fundação Cacique Cobra Coral, entidade com<br />

sede em Guarulhos na Grande São Paulo<br />

especializada em alterações climáticas, passou<br />

a ter relações estreitas com o governo Sadam<br />

Hussein desde que previu a data do ataque<br />

americano a Bagdá na Guerra do Golfo. Ontem,<br />

assessores de Sadam ligaram para a médium<br />

Adelaide pedindo que a Fundação ajude o<br />

território sérvio.<br />

Querem que a fundação faça chover na região<br />

sérvia para impedir o ataque terrestre preparado<br />

pela Otan. A chuva é o único obstáculo ao<br />

ataque, que obrigatoriamente teria de ser adiado.<br />

P<br />

NF II: Esta não é a 1ª vez que a FCCC é convocada<br />

para monitorar o clima em conflitos armados mas<br />

sempre neutra e com o objetivo de restabelecer<br />

a Paz e a Ordem. A 1ª foi na Guerra das Malvinas<br />

e as demais nas guerras do Golfo e da Iugoslávia,<br />

abaixo registrado pela mídia:<br />

RIO DE JANEIRO 10 DE ABRIL DE 1.999<br />

RIO, (Agência O GLOBO) -<br />

Mau tempo dificulta<br />

ataques da Otan<br />

O mau tempo prejudicou os ataques da<br />

Otan na noite de ontem. Das quatro<br />

aeronaves que partiriam com mísseis para<br />

atacar, apenas uma conseguiu sair. Apesar<br />

da dificuldade, a Otan afirma que mais da<br />

metade de jatos Mig da Sérvia foram<br />

eliminados. Uma declaração do presidente<br />

da macedonia também traz mais dificuldade<br />

na conclusão de planos da Otan. Ele<br />

afirmou hoje que não vai permitir que seu<br />

território seja utilizado para uma invasão<br />

por terra à Iugoslávia.<br />

São Paulo, <strong>11</strong> de abril de 1999<br />

KENNEDY ALENCAR -<br />

enviado especial a Belgrado<br />

Mau tempo atrapalha<br />

ataques da Otan<br />

Pausa: Condições meteorológicas<br />

desfavoráveis a ação militar permitem<br />

que a população de Belgrado<br />

tenha noite tranqüila.<br />

Enquanto o mau tempo diminuía a<br />

intensidade dos ataques da Otan à<br />

Iugoslávia, os camelôs da praça da<br />

republica, no centro da capital, faturavam<br />

ontem com a venda de camisetas<br />

e broches contra o bombardeio.


Página -8 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010<br />

C<br />

om o apoio do vereador Quito Formiga<br />

(que não está em campanha<br />

política e é médium), a família um-<br />

bandista conseguiu, o tão esperado Dia<br />

da Umbanda e do Umbandista na cidade<br />

de São Paulo, visto que diversos municípios<br />

e outros estados, já tinham essa<br />

data em seus calendários.<br />

Segundo nossos decanos pais Jamil<br />

Rachid e Ronaldo Linares, na década de<br />

70, o então vereador Naylor de Oliveira,<br />

figura frequente em todos os eventos e<br />

reuniões umbandistas, cogitou algumas<br />

vezes colocar em votação o projeto, mas<br />

sem prosseguimento.<br />

Em maio deste ano, nosso irmão pai<br />

Engels de Xangô, presidente da Escola de<br />

Curimba Aldeia de Caboclos, propôs ao<br />

vereador o projeto e em apenas 6 (seis)<br />

meses a lei foi aprovada!<br />

Com menos de 15 dias para organizar<br />

um evento, pensamos por onde começar<br />

e foi decidido que uma semana de atividades<br />

poderia alcançar vários públicos, iniciando<br />

então com um belíssimo evento no<br />

Clube Parque da Mooca, no dia 15 de<br />

novembro, com show das Escolas de<br />

Curimba Aldeia de Caboclos, Tambor de<br />

Orixá, do ogã Severino Sena e da Escola<br />

Nilton Fernandes, com o ogã Zezinho de<br />

Oxalá e Conceição da Jurema.<br />

Os presidentes de federações presentes<br />

foram convidados a dar seus depoimentos<br />

sobre essa religião genuinamente<br />

brasileira, e fizeram suas colocações: pai<br />

Ronaldo Linares, da Federação Umbandista<br />

do Grande ABC, pai <strong>Ed</strong>son dos Anjos,<br />

da Associação Paulista de Umbanda,<br />

Sandra Santos, da Associação Umbandista<br />

e Espiritualista do Est. de SP - AUEESP, e<br />

pai Rubens Saraceni, do <strong>Colégio</strong> de Umbanda<br />

Sagrada. A seguir pai Ronaldo produziu<br />

e apresentou um dos espetáculos<br />

mais bonitos que a Umbanda têm: o Congá<br />

ao Vivo, que como sempre, emociona<br />

a quem assiste.<br />

No dia 16 de novembro, no Clube<br />

de Regatas Tietê aconteceu um workshop<br />

de tambor, toques e canto.<br />

Dia 17/<strong>11</strong>, na Câmara Municipal de<br />

São Paulo, a sessão solene com a oficialização<br />

da Semana da Umbanda e do Dia<br />

Municipal da Umbanda e do Umbandista,<br />

sob o comando do vereador Quito Formiga,<br />

que mais uma vez reafirmou seu compromisso<br />

com os umbandistas, informando<br />

que na medida do possível, irá elaborar<br />

leis que favoreçam ao bem-estar da comunidade.<br />

Texto de SANDRA SANTOS com fotos gentilmente cedidas pela APEU<br />

Presentes ao evento os vereadores<br />

Jamil Murad e Netinho de Paula, que se<br />

colocaram à disposição do vereador Quito<br />

para também defender essa bandeira em<br />

plenário e nas ações que forem necessárias.<br />

As principais federações e associações<br />

de Umbanda se fizeram presentes também<br />

nesse Ato Solene, sempre enfatizando os<br />

laços que nos ligam e fizeram com que<br />

fôssemos atores de momentos decisivos<br />

para a Umbanda paulista, e dispostos a<br />

ouvir e estudar projetos oferecidos, e que<br />

venham beneficiar a Umbanda.<br />

Dia 18/<strong>11</strong>, cerca<br />

de 300 pessoas<br />

assistiram um encontro<br />

de curimbas, entre os<br />

quais estavam Aldeia<br />

de Caboclos, Filhos de<br />

Umbanda, Razão para<br />

Viver, APEU.<br />

Dia 19/<strong>11</strong>, show<br />

com Lyz Hermann, ogã<br />

Élcio de Oxalá, entre<br />

outros.<br />

Dia 20/<strong>11</strong>, sob a<br />

coordenação de<br />

<strong>Ed</strong>son Rocha, presidente<br />

do Clube Tietê,<br />

e com a apresentação do ogã Juvenal e da<br />

Iyá Ekedji Ogunlade, aconteceu o “Tributo<br />

a Zumbi dos Palmares”, onde medalhas<br />

comemorativas foram entregues<br />

ao Obá José Mendes<br />

(tataraneto de Zumbi<br />

dos Palmares), Príncipe<br />

Otunba Adekunle Aderomu,<br />

Mãe Maria Aparecida<br />

Naléssio, presidente do Primado<br />

do Brasil, Sandra<br />

Santos, presidente da<br />

AUEESP, Pai <strong>Ed</strong>son, em<br />

nome de seu pai espiritual<br />

José Valdivino (In Memoriam),<br />

fundador da Escola<br />

de Curimba Umbanda e<br />

Ecologia, os deputados federais Arnaldo<br />

Faria de Sá, Penna do PV e Vicentinho do<br />

PT, vereador Quito Formiga, Mestre Tucano<br />

Preto, capoeirista e representando o carnaval<br />

paulista: Robson de Oliveira, Angelina<br />

Basílio, presidente da Sociedade Rosas<br />

de Ouro e Betinho em nome de seu pai, Sr.<br />

Nenê (In Memoriam), fundador da Escola<br />

de Samba Nenê da Vila Matilde.<br />

Encerrando o domingo 21/<strong>11</strong>, o fórum<br />

Cidadão Umbandista trouxe palestras com<br />

Alexandre Cumino falando sobre a<br />

História da Umbanda, Rodrigo Queiroz<br />

com a Internet e a Umbanda, Nélson<br />

Alves com Projetos Sociais e a dra Nanci<br />

comentando sobre a intolerância sofrida<br />

pela sua casa.<br />

Praticamente em todos os eventos os<br />

nomes dos nossos queridos decanos foram<br />

lembrados e saudados, com suas histórias<br />

de luta e perseguição. Os que já<br />

partiram para Aruanda também foram<br />

reverenciados com muito carinho e saudades.<br />

Numa semana muito atribulada, mas<br />

de intensa alegria para a família umbandista,<br />

cabe ressaltar que as principais<br />

federações e associações co-irmãs, e os<br />

umbandistas que realmente vestem a camisa<br />

desta religião centenária, estiveram<br />

presentes em todos os dias, unidos e irmanados,<br />

numa verdadeira corrente de religiosidade<br />

e solidariedade (entidades sociais<br />

foram beneficiadas com os alimentos<br />

arrecadados). Pessoas realmente sérias,<br />

éticas e compromissadas com a religião, e<br />

que resgatam diariamente o “Orgulho de<br />

Ser Umbandista”.<br />

A comunidade umbandista parabeniza<br />

pai Engels de Xangô pelo empenho e<br />

dedicação, nessa tarefa de juntar todos<br />

os nossos irmãos para essa importante<br />

comemoração.<br />

Agradecemos também a UDU, na pessoa<br />

do jornalista Marques Rebelo, por todo<br />

o trabalho realizado, ao Nelson Alves pelo<br />

apoio e incentivo, à família Aldeia de Caboclo<br />

pela organização brilhante desta<br />

semana, e de forma especial ao Vereador<br />

Quito Formiga, pela Lei número 15323/<br />

2010, que institui o Dia da Umbanda e do<br />

Umbandista na cidade de São Paulo.<br />

Parabéns UMBANDA !!!<br />

Contatos: sandracursos@hotmail.com


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -9<br />

A<br />

primeira Semana Umbandista de Volta Redonda,<br />

realizada entre os dias 12 e 15 de<br />

novembro no município de Volta Redonda,<br />

na região Sul Fluminense, provou que no Século<br />

XXI, definitivamente, a fé e a democracia pisam<br />

firme no mesmo chão. A maior prova disso foi a<br />

diversidade de cores, sons, emoções e cultura que<br />

invadiu o palco do Memorial Zumbi durante os<br />

quatro dias de evento, e que mostrou a força de<br />

uma das mais antigas e tradicionais religiões de<br />

matriz afro existentes no Brasil: a Umbanda.<br />

P<br />

or solicitação do deputado Simão<br />

Pedro (PT), foi realizada, no dia 26/<br />

<strong>11</strong>, sessão solene, no plenário<br />

Juscelino Kubitschek, com a finalidade<br />

de homenagear os 50 anos do Primado<br />

Organização Federativa de Umbanda e<br />

Candomblé do Brasil. O início da sessão<br />

se deu com a Banda da Polícia Militar do<br />

Estado de São Paulo e a participação<br />

dos Lanceiros da Cavalaria 9 de Julho<br />

da Polícia Militar de SP. A Instituição,<br />

fundada em 28 de setembro de 1960,<br />

por Félix Nascentes Pinto, agrega<br />

tendas, ilês ases, cabanas e centros.<br />

A plenária recebeu<br />

naquela noite<br />

quase 350 pessoas,<br />

entre religiosos, sacerdotes,<br />

filiados,<br />

amigos e admiradores<br />

do Primado. Em seu<br />

discurso emocionado<br />

a Primaz do Primado<br />

do Brasil Maria Aparecida<br />

Nalessio reafirmou<br />

o compromisso<br />

deixado por Félix Nascentes<br />

Pinto em fun-<br />

Apenas para se ter<br />

uma ideia da importância<br />

do evento, que<br />

reuniu mais de 20 casas<br />

de umbanda e candomblé<br />

de toda a região<br />

e cerca de 500 médiuns,<br />

basta dizer que<br />

mais de mil pessoas passaram<br />

pelo Memorial<br />

Zumbi durante o evento.<br />

Um grande percentual<br />

deste público, sem dúvida, era formado por adeptos<br />

da religião, mas o evento também atraiu a atenção de um<br />

número significativo de pessoas que ousaram deixar de lado<br />

seu pré-conceito sobre o assunto e ir conhecer de perto a<br />

Umbanda, suas crenças e seus rituais.<br />

Ponto para os organizadores da Semana, em especial<br />

para a Mãe Sandra Mara, do Templo de Umbanda Luz Divina,<br />

e para o Pai Randolfo, que cuidou com especial carinho dos<br />

rituais espirituais realizado no local.<br />

damentar a humildade, a unidade e<br />

elevar o Povo do Santo ao patamar de<br />

igualdade perante todas as Religiões.<br />

Nesta premissa segundo Mãe Cidinha<br />

como é carinhosamente chamada citou<br />

dos avanços de sua Instituição no combate<br />

a intolerância religiosa e a participação<br />

direta nas políticas públicas existentes;<br />

onde o Primado do Brasil faz a<br />

diferença participando ativamente das<br />

conferências municipais, estaduais e<br />

nacionais que ocorrerão no ano de 2009<br />

e 2010, além é claro de sua participação<br />

direta nas maiorias dos eventos ocor-<br />

Um texto de<br />

MÁRCIA CHAVES<br />

com fotos de<br />

MANOEL CÉSAR<br />

ridos em São Paulo e em outros Estados.<br />

“Este é um legado que o nos diferencia<br />

das demais federações, pois além de<br />

assistirmos nossos federados fazemos<br />

a diferença em políticas públicas voltadas<br />

não somente para a Matriz Africana,<br />

mas para todos os segmentos<br />

religiosos e para aqueles que<br />

vivem e são taxados como as<br />

minorias” – afirma Mãe Cidinha.<br />

Houve ainda momentos culturais<br />

e a apresentação do Grupo<br />

Maculele Acaraçu Tamandaré e do<br />

Grupo Nega Nagô. Abrilhantaram<br />

este evento as grandes personalidades<br />

de nossa Religião e autoridades<br />

como: Babalorisá Francisco<br />

de Osun, Iyalorisá e Comendadora<br />

Carmen Prisco de Osun, Mam’etu<br />

Kayandewa, Iyalorisá Regina de Osossi<br />

do Rio de Janeiro representando a<br />

baluarte da Umbanda Fátima Damas e<br />

o Babalawo Ivanir dos Santos ambos<br />

do Rio de Janeiro, Pai Milton Aguirre,<br />

Mãe Maria Imaculada, Sacerdotisa de<br />

Umbanda Maria Adelina Bitencurt de<br />

Macedo, Maria Aparecida Pinto<br />

(Cidinha), Pai <strong>Ed</strong>son dos Anjos, Dr. Jader<br />

Freire de Macedo Junior – Vice Presi-<br />

“Estamos, todos, muito emocionados, pois<br />

trabalhamos arduamente para que essa homenagem<br />

aos 102 anos da Umbanda alcançasse seu<br />

objetivo e acho que conseguimos atingir nossa<br />

meta. Agradeço a todos que partilharam conosco<br />

deste sonho e que arregaçaram as mangas para<br />

realizá-lo, desde a Prefeitura de Volta Redonda,<br />

demais parceiros deste projeto, até os nossos Pais,<br />

Mães e Filhos de Santo, passando obviamente<br />

pelos oradores Rodrigo Queiroz e Alexandre<br />

Cumino, Sacerdotes de Umbanda que enriqueceram<br />

nosso encontro com seus conhecimentos”<br />

– ressaltou Sandra Mara, organizadora<br />

da Semana.<br />

Além das apresentações de dança, capoeira,<br />

curimba e atabaques que emocionaram o público,<br />

a Semana Umbandista também contou com a<br />

caminhada em homenagem a São Jorge, palestras,<br />

exposição, feira de livros e um gira pública onde<br />

<strong>dez</strong>enas de médiuns de várias casas de Umbanda<br />

incorporaram pretos velhos e caboclos, desmistificando<br />

a imagem que muitas pessoas ainda têm da<br />

religião e provando que a umbanda, como diz sabiamente<br />

Mãe Sandra, “é uma religião que pratica<br />

a caridade e só quer o bem”.<br />

Eu concordo e acrescento: “uma religião que<br />

merece ser respeitada e que acaba de romper barreiras<br />

e ganhar as ruas, provando que a diversidade,<br />

a democracia e a fé podem sim andar de mãos<br />

dadas e pisar o mesmo terreiro”.<br />

Saravá! Axé! Motumbá! Mucuiú! Nsala!<br />

Mojubá! Amém!<br />

Contatos: temploumbandaluzdivina@gmail.com<br />

dente da Comissão de Direito e Liberdade<br />

Religiosa da OAB-SP, Dra. Juliana<br />

Ogawa integrante da mesma Comissão<br />

da OAB-SP, o escritor Diamantino<br />

Fernandes Trindade representante do<br />

Pai Ronaldo Linares, Sandra Santos<br />

entre outros.<br />

No final houve um “pocket show”<br />

com a cantora Liz Hermann e a confraternização<br />

de todos num coquetel que<br />

fora oferecido pela Instituição homenageada.<br />

Primado de Umbanda:<br />

Rua Mendes Junior, 41 - Brás - SP - Brasil<br />

(0<strong>11</strong>) 2693-4399 /(0<strong>11</strong>) 2796-8466<br />

www.primado.com.br<br />

E-mail:primado@primado.com.br


Página -10 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010<br />

Q<br />

uando falamos de Falanges, muitos<br />

não entendem o termo e alguns,<br />

que tem algum conhecimento,<br />

muitas vezes definem como “gangues<br />

espirituais”.<br />

Bem, o termo gangue é um tanto<br />

pejorativo, pois dá a impressão de estarmos<br />

nos referindo a uma turma de<br />

arruaceiros, algo maléfico, bagunça,<br />

anarquia, etc.. Então, para tentar entender<br />

o que seria uma Falange e como<br />

é a sua formação teremos que abstrair<br />

alguns conceitos humanizados.<br />

Por enquanto, não podemos nos apegar<br />

a nomes de Guias. Por que eu digo<br />

isso? Para não nos limitarmos a uma única<br />

entidade. Este é um assunto interessante<br />

e um tanto confuso para muitos.<br />

Quantos de nós já tomou um passe<br />

com uma entidade, perguntou o seu<br />

nome, e quando a entidade responde<br />

achamos que já a conhecemos e informamos<br />

no mesmo instante: “Ah tomei<br />

passe com o Sr. ou com a Sra. no terreiro<br />

tal, lembra-se?”.<br />

Pode acontecer da entidade lhe responder:<br />

“Não me lembro”.<br />

Então alguns começam a achar que<br />

o médium é um fingidor, ou que o terreiro<br />

não presta, etc.. Inúmeros serão os<br />

pensamentos negativos com relação ao<br />

cenário de sua pergunta e à resposta<br />

da entidade.<br />

Mas vamos esclarecer isso em conjunto<br />

com a atuação das Falanges.<br />

Quando entramos em uma consulta<br />

com uma Entidade/Força com a qual já<br />

tomamos um passe em outro centro,<br />

achamos que estamos diante da mesma<br />

Entidade/Força e para espanto de<br />

muitos pode ser que não.<br />

Como assim? Na maioria das vezes<br />

estamos diante de um mesmo nome de<br />

Entidade, mas não da mesma Entidade/<br />

Força do atendimento anterior.<br />

Vamos encarar o nome do Guia como<br />

se fosse uma especialidade profissional,<br />

certo?<br />

Vamos dizer que uma Entidade Exu-<br />

Catacumba, por exemplo, ocupasse um<br />

cargo de um médico Cardiologista.<br />

Aí eu pergunto: no nosso plano material<br />

quantos cardiologistas existem?<br />

Inúmeros, certo? Por quantos médicos<br />

cardiologistas já passamos em consultórios<br />

e depois encontramos os mesmos<br />

médicos em um outro hospital? Poucas<br />

vezes, eu acredito. É dessa mesma forma<br />

que acontece no processo espiritual.<br />

Quando vamos ao terreiro tomar um<br />

passe com o Sr. Exu Catacumba e em<br />

visita a outro terreiro encontramos outro<br />

Exu-Catacumba, pode não ser o<br />

mesmo. Alguns poderão afirmar: “Ah,<br />

mas isso não é possível”.<br />

Se não é possível eu pergunto: Como<br />

explicar que dentro de uma mesma<br />

Gira podemos ter a manifestação da<br />

mesma Entidade/Força em vários médiuns<br />

diferentes? Desculpem a brincadeira,<br />

mas a Entidade sai correndo<br />

incorporando e desincorporando cada<br />

médium. A partir daí podemos enterder<br />

o que vem a ser uma Falange.<br />

Seguindo com o exemplo acima, um<br />

terreiro poderá abrir uma gira voltada<br />

para esta Entidade/Força, o Sr. Exu-<br />

Catacumba. Nessa gira, todos os médiuns<br />

vão incorporar o Sr. Exu-Catacumba,<br />

porque estarão “usufruindo” de<br />

uma força que possui o seu poder firmado<br />

e assentado e que está chamando<br />

seus vários “profissionais” para trabalhar.<br />

Se não fosse desta forma, como<br />

teríamos os nossos Cultos Coletivos,<br />

onde inúmeros médiuns incorporam o<br />

Orixá Ogum ao mesmo tempo; onde<br />

inúmeros médiuns recebem Yemanjá ao<br />

mesmo tempo?<br />

Já pararam para analisar que ao<br />

mesmo tempo em que ocorre o trabalho<br />

em sua casa, em seu terreiro, do outro<br />

lado da cidade está acontecendo uma<br />

Gira da mesma forma e que algumas<br />

entidades que estão trabalhando lá<br />

estão trabalhando no seu também?<br />

Por exemplo, um terreiro na Zona<br />

Norte de São Paulo está fazendo uma<br />

Gira de Esquerda e um médium é<br />

incorporante de Exu-Pimenta e na Zona<br />

Sul de São Paulo, ou seja, do outro lado<br />

da cidade existe um outro terreiro que<br />

um outro médium também é incorporante<br />

de Exu-Pimenta. Se usarmos uma<br />

visão humanizada, um dos dois ficará<br />

sem o trabalho. Mas isso não ocorre<br />

porque existem as falanges.<br />

Nesse exemplo, serão chamadas as<br />

Entidades/Forças representantes das<br />

Falanges e direcionadas para os médiuns<br />

que deverão trabalhar com a força<br />

de Exu-Pimenta.<br />

Há pouco tempo em um trabalho,<br />

eu observei um consulente perguntar<br />

ao médium incorporado no momento da<br />

consulta: “O Sr. é o Exu Tranca-Ruas”?<br />

Então a Entidade respondeu: “Não,<br />

sou o Exu-Toquinho”.<br />

Logo, o consulente responde: “É que<br />

eu achei que era o Sr. Tranca-Ruas, pois<br />

ontem eu tomei um passe com ele em<br />

outra casa e queria perguntar algumas<br />

coisas que não ficaram claras”...<br />

Não podemos pensar que existe<br />

apenas um Exu Tranca-Ruas. Mas sim<br />

dizer que existe apenas uma força que<br />

sustenta o Reino, o Trono, a Estrutura<br />

de Tranca-Ruas, mas que são vários os<br />

seus representantes. Este é o poder<br />

da Falange.<br />

Da próxima vez em que for tomar o<br />

seu passe e se questionar com relação<br />

ao nome do Guia ou da Entidade, lembrese<br />

que está diante de um dos inúmeros<br />

representantes daquela força.<br />

Espero ter ajudado aqueles que não<br />

tinham o conhecimento do termo Falange<br />

e aos que estavam com dúvidas que<br />

estas tenham sido sanadas.<br />

Grande abraço e axé.<br />

Contatos: dlg.guedes@gmail.com<br />

R<br />

Quantas histórias se perdem, quantas vidas são interrompidas,<br />

quantos caminhos desviados... Se não houver erro não há aprendizado.<br />

Contudo, o custo de ser você mesmo pode ser alto.<br />

Não me conformo com o que me faz sofrer. Sendo assim, como<br />

forma de expressão, ficam aqui algumas coisas que tenho aprendido:<br />

• Seja sempre você, mas analise a estrutura que o outro tem<br />

para receber a sua verdade. • Não hesite em voltar atrás, mas saiba<br />

colocar o limite de até que ponto você ceder é importante para o<br />

outro, para você mesmo e para o contexto. Saiba voltar atrás. Isso<br />

pode custar muito alto e o caminho nem sempre permite que você<br />

mude de idéia novamente.<br />

• Não mude se isso for ferir sua essência. Mas se o desejar, mude<br />

de vida porque nenhuma imposição social deve influenciar sua pessoa.<br />

• Priorize sua família, seus filhos, seu companheiro. Isto faz parte da<br />

vida real. Baladas passam, como tudo nesta vida. O que fica são suas<br />

raízes, seu lar. • Segurança, ou falta dela numa relação, nada tem a<br />

ver com desconfiança. Se você sente o solo firme não se preocupará<br />

ecebi diversos retornos positivos sobre<br />

o texto “Mediunidade de Desdobramento<br />

Espiritual” e muitos<br />

deles me questionando como fazê-lo.<br />

Na intenção de ajudá-los no processo<br />

de desenvolvimento dessa prática<br />

mediúnica, vou passar uma prática preparatória<br />

que me foi ensinada pelo<br />

astral.<br />

Gostaria de lembrar-lhes que da<br />

mesma forma que outra prática mediúnica,<br />

o desdobramento espiritual requer<br />

disciplina, estudo e prática constante.<br />

Como toda prática mediúnica, eu<br />

aconselho que antes de iniciar você faça<br />

suas firmezas e orações não se esquecendo<br />

de pedir a Pai Obaluayê, o<br />

Senhor das Passagens, permissão e<br />

amparo durante sua prática.<br />

O ideal é que você esteja deitado<br />

ou bem encostado, pois caso ocorra o<br />

desdobramento, você não “despertará”<br />

interrompendo o processo.<br />

Outra prática que deve ser comum,<br />

principalmente no começo enquanto você<br />

ainda não domina o processo, é fazer<br />

essa prática em horários onde o silêncio<br />

seja maior e seus familiares já estejam<br />

dormindo para que não haja interrupção.<br />

A prática que passarei abaixo visa<br />

preparar seu corpo espiritual e mental<br />

para o desdobramento. Pode ser que<br />

ele já ocorra, mas pode ser que você<br />

tenha que praticá-lo mais vezes. Pode<br />

ser também que você durma durante o<br />

procedimento interrompendo a prática.<br />

Não se preocupe, pois isso é normal e<br />

com o tempo você dominará isso também.<br />

VAMOS À PRÁTICA ENTÃO:<br />

Com os olhos fechados comece a<br />

respirar profundamente enquanto tenta<br />

silenciar a mente de seus pensamentos<br />

e procure prestar atenção em sua<br />

respiração.<br />

Mantenha esse procedimento por<br />

algum tempo até sentir-se relaxado.<br />

Comece a prestar atenção em seus<br />

dedos dos pés, um a um, imagine que<br />

eles estão saindo do seu corpo junto<br />

com seus pés, como que descolando.<br />

Faça esse procedimento lentamente,<br />

dedo a dedo, cada um dos pés, depois<br />

as pernas, o abdômen, os dedos das<br />

mãos, as mãos, braços e finalmente a<br />

cabeça. Lembre-se que é um exercício<br />

de visualização.<br />

Conduza seu “corpo espiritual e<br />

mental” para dar uma volta pelo local<br />

que você está, seu quarto é o limite<br />

nesse momento e o que você deve<br />

conseguir é “flutuar” por todo o cômodo<br />

visualizando todos os móveis que estão<br />

dentro dele.<br />

Depois de feito isso, retorne para<br />

próximo de seu corpo físico e deite-se<br />

novamente sobre ele para começar o<br />

processo de volta.<br />

Imagine cada parte de seu corpo<br />

espiritual agora voltando para o corpo<br />

físico um a um e quando terminar abra<br />

seus olhos e sente-se devagar.<br />

Agora agradeça sua primeira prática<br />

preparatória e se quiser mantenha<br />

um pequeno caderno-diário com as sensações<br />

e impressões do que aconteceu.<br />

Faça essa prática todas às noites<br />

ou alternando-as com outras práticas<br />

e certamente o resultado virá com o<br />

tempo.<br />

no que está ao redor.<br />

• Não permita a influência de energias negativas. Não dê força<br />

àqueles que não têm nada e querem que você também não tenha.<br />

• O amor verdadeiro é supremo. Se você não merecer um<br />

mínimo consideração, chame de qualquer coisa, menos de amor.<br />

• Seja digno, não desça nunca. Não exponha a única coisa que<br />

você tem por posse: sua vida. • Respeite para ser respeitado.<br />

• Confie no que você planta e no que você é. A evolução é<br />

individual e solitária por mais que isso possa doer. • Confiança e fé,<br />

são as bases da vida. • Confie em si próprio como o ser transformador<br />

que é. Sempre podemos nos tornar melhores. • o Amor é Incondicional<br />

mas apenas se não for unilateral, esta é a diferença. • e para<br />

encerrar, esta, de um grande amigo e mestre... “se é difícil é porque<br />

é para nós, os melhores” (por Adriano Camargo).<br />

“Andar com fé eu vou.. que a fé não costuma faiá...” Tenho o<br />

TEMPO a meu favor... em mim... minha essencia pura... sou parte<br />

DELE... o TEMPO... Salve minha Mae Oya...


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -<strong>11</strong>


Página -12 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010<br />

ADRIANO<br />

CAMARGO<br />

S<br />

alve sagrados irmãozinho e irmãzinha<br />

em Mãe Natureza. Que as bênçãos<br />

vivas de Jurema possam ser<br />

verdadeiras em sua vida!<br />

Muito bem, chegamos a mais um fim<br />

de ano. Natal, <strong>Ano</strong> Novo, promessas, reflexões...<br />

Todos os anos no mês de <strong>dez</strong>embro<br />

nós aproveitamos para das dicas costumeiras,<br />

como ervas para limpeza e descarrego<br />

do ano que passou, abertura de<br />

caminhos para o próximo ano, além de<br />

valiosas dicas sobre organização para a<br />

próxima temporada.<br />

A maioria dos leitores aguarda por essa<br />

matéria, sabedora que é da importância<br />

de entrar o ano bem preparado. Por isso,<br />

além das já consagradas dicas, quero falar<br />

um pouco sobre a regência do ano.<br />

Muitos estudiosos (e outros nem tão<br />

estudiosos assim), fazem previsões para o<br />

ano que entra, qual Orixá regente, qual<br />

planeta e signos favorecidos, enfim, ferramentas<br />

facilitadoras do entendimento do<br />

novo, do rito de passagem, da nova etapa<br />

de doze meses que mexe tanto com a gente.<br />

Mas, como podemos perceber, as opiniões<br />

são muitas e variadas. Cada um prevê<br />

conforme seu prisma, seu ponto de<br />

vista. Quem é de Ifá, verificará no jogo de<br />

búzios e assimilará a resposta. Quem é de<br />

tarô, verificará em seu oráculo o que virá<br />

pela frente. Nós na Umbanda, onde o oráculo<br />

vivo é a mediunidade, ficamos à mercê<br />

das opiniões alheias e acabamos absorvendo<br />

o que melhor nos convém.<br />

Eu gosto muito de partir de um princípio<br />

lógico, racional mesmo, que é a astrologia,<br />

a numerologia (cabalística e pitagórica),<br />

muito além dos achismos que somos<br />

bombardeados todos os dias por pseudo<br />

conhecedores dos oráculos. Geminiano<br />

que sou, não poderia ser diferente. Sempre<br />

busco explicações lógicas para o que “ouço<br />

falar”, alias, é muito comum a gente ouvir<br />

falar de algo que alguém disse em algum<br />

lugar, não é?<br />

ESCOLA DE BARALHO CIGANO<br />

Carmem Romani Sunacai<br />

<br />

Prof.Rose de Souza<br />

2292-8296 / 7874-1060<br />

http://carmemromani.com/<br />

Templo UFFAD<br />

O próximo ano, de acordo com os<br />

especialistas em astrologia, será regido pelo<br />

planeta Mercúrio, esse fantástico astro que<br />

rege os signos de gêmeos e virgem, ligado<br />

aos assuntos do pensamento, comunicação,<br />

raciocínio, informação, e muitos outros.<br />

Na mitologia grega representa Hermes,<br />

o mensageiro entre os mundos. Na<br />

numerologia, 20<strong>11</strong> é um ano 4, que no<br />

tarô é a carta do imperador.<br />

Um ano de realizações concretas, ou<br />

seja, a colheita. Um ano ligado à natureza<br />

também. As situações cotidianas, aqueles<br />

probleminhas do dia a dia que insistem em<br />

aparecer podem ser acentuados para uma<br />

solução mais assertiva.<br />

Por associação, podemos chegar a<br />

vários orixás presentes na energia de 20<strong>11</strong>.<br />

Sendo mercúrio o mensageiro e o comunicador,<br />

encontramos os Orixás Exu e Oxóssi<br />

(comunicação, fala, expressão, velocidade),<br />

além de Oxumaré (a renovação e flui<strong>dez</strong>)<br />

e para os culto de nação Ibeji (os<br />

gêmeos), Logun <strong>Ed</strong>é – vibração de Oxóssi<br />

e Oxum, e o sagrado e poderoso Ossayn<br />

– Orixá das folhas e do axé vegetal nos<br />

candomblés.<br />

Muito alem de dar aqui a regência exata<br />

do ano, quero com essas pequenas informações<br />

apenas traçar uma linha que poderá<br />

nos conduzir aos nossos melhores resultados<br />

em 20<strong>11</strong>.<br />

Vamos encerrar o ano de 2010 com<br />

banhos e defumações de descarrego que<br />

esvaziem os acúmulos energéticos do período<br />

anterior, deixando a casa livre e desimpedida<br />

para receber o novo. Abusem<br />

das cascas de alho e cebola, dandá da<br />

costa, folhas de cana e folhas de bambu ,<br />

quebra pedra, pau tenente, angico e mutamba<br />

(açoita cavalo).<br />

Oferende Exu, Pomba Gira e Mirins<br />

sobre a folha da bananeira, não que seja<br />

uma folha específica desses mistérios, mas<br />

sobre a folha da bananeira “Eles” desencadeiam<br />

em nós e para nós a segurança e<br />

Formando<br />

turma para TEOLOGIA DE UMBANDA<br />

Rua Mohamed Ibrahim Saleh, 422 -<br />

Nova São Miguel Paulista - SP<br />

Tel: (<strong>11</strong>) 2956-4881<br />

proteção necessárias para a absorção do<br />

magnetismo adequado ao novo ano. Sigam<br />

as orientações sobre oferendas no<br />

livro Rituais Umbandistas de Rubens Saraceni<br />

– <strong>Ed</strong>itora Madras. Ao oferendarem<br />

esses mistérios á esquerda, não esqueça<br />

de por um pedaço de fumo de corda<br />

também.<br />

A preparação para a entrada do ano<br />

pode ser feita com banhos e defumações<br />

com folhas de graviola, capim cidreira,<br />

samambaia, alecrim, calêndula, folhas de<br />

louro, folhas de abacateiro, que devem<br />

ser usadas não somente antes da virada<br />

do ano, mas na primeira semana de 20<strong>11</strong><br />

também, pelo menos uma vez.<br />

Os grãos e sementes mais adequados<br />

para compor a mesa de réveillon, ou<br />

colocados no seu altar, podem ser o grão<br />

de bico, a ervilha, o milho seco, o feijão<br />

fradinho, a soja, o trigo, e o anis estrelado.<br />

Vale muito, para quem tem casas religiosas<br />

(centros, terreiros,etc), na virada<br />

do ano abrir uma mandala com sete grãos<br />

colocados em cima de sete folhas de taioba<br />

(um punhado de grão em cada folha dispostas<br />

em forma circular), com três<br />

velas de sete dias no centro desse<br />

círculo, em triângulo – uma branca<br />

em cima, uma verde e uma cor de<br />

rosa na base. Pedindo a força viva<br />

de Oxóssi e Jurema para abertura<br />

de caminhos, prosperidade e saúde<br />

e principalmente crescimento<br />

espiritual e material.<br />

Se puderem, oferendem Oxóssi<br />

na mata com sete frutas diferentes,<br />

sete sementes, e sete raízes, três velas<br />

verdes, três velas cor de rosa, uma<br />

vela branca, flores do campo, suco<br />

de milho com cerveja branca, um<br />

pedaço pequeno de fumo de corda<br />

e farinha de milho. Se quiser, coloque<br />

em torno de uma moranga levemente<br />

cozida, aberta e regada de<br />

mel, isso mesmo, podemos sim<br />

oferendar Oxóssi com mel!<br />

Leve no ato da oferenda, um ou mais<br />

vasos com flores, peça que seja abençoado<br />

pelo sagrado pai Oxóssi, seu poder divino<br />

e suas forças naturais, e traga para sua<br />

casa. Leve frutas a mais também para trazer<br />

de volta.<br />

Vale lembrar que os medos do dia a<br />

dia, a preocupação com o futuro, o transito<br />

infernal, as dificuldades financeiras e de<br />

relacionamento, tomam o tamanho e a<br />

proporção que damos a eles.<br />

Potencialize os sentidos positivos. O<br />

mesmo trabalho que seus mentores espirituais<br />

tem para lhe indicar um bom caminho,<br />

é o dos obsessores para lhe tirar dele.<br />

Dê atenção a quem pode te ajudar a evoluir,<br />

dê valor aos bons pensamento e boas<br />

intuições.<br />

Ofereça o que há de melhor em você.<br />

Sorria, agradeça, perdoe, seja generoso<br />

na matéria e no espírito. Dôe tempo a quem<br />

precisa, doe matéria a quem precisa, limpe<br />

seu guarda roupas, descarte o que você<br />

não precisa mais. Renove. Ouse. Seja feliz.<br />

Falando em ousadia, vou eleger uma<br />

erva para o ano de 20<strong>11</strong>: É o Abre<br />

Caminho – Lygodium volubile Sw.<br />

Essa poderosa erva trepadeira, é nativa<br />

e muito abundante na mata atlântica e faz<br />

jus ao nome popular: abre caminho.<br />

Entendemos “abrir caminhos” como<br />

melhorar o astral a ponto de aproveitar as<br />

oportunidades que acontecem e, às vezes<br />

estamos tão envolvidos com os problemas<br />

cotidianos que não as percebemos. Literalmente<br />

atrair a boa sorte.<br />

Nossa capa:<br />

A imagem publicada<br />

na capa desta edição,<br />

é uma reprodução de<br />

umas das obra da<br />

pintora mexicana<br />

FRIDA KHALO<br />

(1907-1954): o quadro<br />

“Love Embrace”<br />

(1949). Para a artista,<br />

as cores possuaim um<br />

significado particular:<br />

Para ela, amarelo significava loucura. O verde tépida e<br />

boa luz. O vermelho “Sangue, talvez, quem sabe!”<br />

Melhora o ânimo para a solução das<br />

dificuldades do dia a dia. Um verdadeiro<br />

levantador de astral.<br />

Pela sua capacidade expansora,<br />

também é usado na cabeça, na forma de<br />

“coroa”, para iniciação (coroação) de<br />

médiuns.<br />

Os nomes chamados genéricos – abre<br />

caminho, abre tudo, quebra demanda, etc.,<br />

vem sendo usados há muito tempo como<br />

forma de definir energeticamente o padrão<br />

de funcionamento de uma erva. Deve-se<br />

tomar cuidado com a definição da erva a<br />

ser usada e sua procedência para não sermos<br />

enganados por pessoas mal intencionadas<br />

que só procuram comercializar<br />

alguns “matos” sem critério.<br />

Sinônimos populares: samambaia<br />

abre caminho<br />

Indicações ritualísticas: Como o<br />

nome diz, uma excelente abridora de<br />

caminhos.<br />

Ação (verbos): abrir, motivar,<br />

expandir, direcionar, habilitar<br />

Cor energética: verde claro<br />

Orixás principais: Oxóssi e Ogum<br />

È isso ai turminha, muito obrigado por<br />

mais um ano, muito obrigado por tudo.<br />

Bençãos de Mamãe Jurema em nosas<br />

vidas! Um ótimo Natal e um 20<strong>11</strong> de muitas<br />

ervas e conhecimento!<br />

Adriano Camargo – O Erveiro da<br />

Jurema - (<strong>11</strong>) 4177-<strong>11</strong>78<br />

www.erveiro.blogspot.com<br />

adriano@ervasdajurema.com.br


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -13<br />

J<br />

á fui um daqueles que discriminavam os<br />

umbandistas; chamava de macumbeiros.<br />

Eu, quando bem jovem, abria champanhe<br />

que ofertavam a Iemanjá na praia e bebia<br />

dando risada. Eu não acreditava que se<br />

incorporassem espíritos, achava tudo uma<br />

grande fantasia.<br />

É... eu era igual aqueles que me recriminam<br />

hoje. Como posso eu hoje falar de<br />

quem me repudia por ser Umbandista? Tenho<br />

realmente que me resignar, perdoar, e<br />

muitas vezes me calar.<br />

Me pergunto por quê, justo eu, um descrente,<br />

um jovem que consumiu drogas, bebeu<br />

e cometeu tantos pecados, uma pessoa<br />

torta, sem a devida cultura, sem a necessária<br />

moral, Por quê fui arrebatado para o trabalho<br />

espiritual?<br />

Confesso. Entrei num terreiro de Umbanda<br />

por querer me livrar dos vícios; à procura<br />

de alívio para os meus conflitos. Procurei<br />

um terreiro de Umbanda porque não me<br />

livrava dos maus pensamentos, dos vícios,<br />

drogas e bebida.<br />

“VÍCIOS” eu disse.O vício maior é o<br />

desvio de caráter e de conduta. Tive ciência<br />

através da UMBANDA sobre o que sentia:<br />

Era obsediado por espíritos do baixo astral.<br />

Freqüentava um centro Kardecista desde<br />

pequeno levado por um médium muito<br />

amigo de minha mãe. Era ele quem insistia<br />

que eu tinha que freqüentar as mesas kardecistas,<br />

mas, para minha surpresa, depois<br />

de anos dentro de um centro espírita ele<br />

vem e me diz: “Antonio tem um terreiro de<br />

Umbanda lá perto da praça do Largo. Eu fui<br />

lá e é muito bom. Você tem de ir lá o mais<br />

rápido possível. Se não der certo lá, vá em<br />

outro até você encontrar o seu lugar.<br />

Não gostei da idéia de me envolver com<br />

aqueles macumbeiros. Mas fui numa quinta<br />

feira, e lá me defumaram, rezaram... achei<br />

legal, não havia tambores. Pensava que era<br />

de outro jeito.<br />

Fui atendido por um senhor negro que<br />

CASA CASA SÃO SÃO BENEDIT<br />

BENEDITO<br />

BENEDIT<br />

FOGOS<br />

o <strong>Ano</strong><br />

Inteiro<br />

CASA 7 LINHAS<br />

Artigos Religiosos, Velas,<br />

Defumadores, Imagens, etc ...<br />

(14) 3232-3876<br />

Rua Gerson França, 2-28<br />

Centro, Bauru - SP<br />

O MAIS COMPLETO ESTOQUE<br />

DE ARTIGOS RELIGIOSOS<br />

(14) 3223-2552<br />

Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru<br />

me disse que estava compromissado em<br />

ajudar. Me falou que quando sentisse necessidade<br />

chamasse mentalmente pelo seu<br />

nome, CABOCLO TABAJARA.<br />

- Ué! – estranhei, - eu não disse nada,<br />

não pedi nada.<br />

Ele me disse calmamente: “Filho nunca<br />

entre nestes lugares que cobram para fazer<br />

caridade. Você não pode frequentar estes<br />

lugares, caridade é caridade”.<br />

Depois, me enfumaçou com um charuto,<br />

bateu com um maço de folhas por todo o<br />

meu corpo e pediu que eu acendesse uma<br />

vela branca por sete dias e oferecesse ao<br />

anjo da guarda. Bom, até aí, nada demais,<br />

e eu até gostei.<br />

Resolvi voltar outras vezes e só depois<br />

de alguns meses percebi que já não tinha<br />

aqueles desejos que conflitavam com o meu<br />

“EU”. Começava a refletir sobre mim mesmo,<br />

conversava sozinho e obtinha respostas.<br />

Comecei a sentir uma vibração uma<br />

energia, me desequilibrava quando tomava<br />

os passes. Cheguei a comentar com minha<br />

esposa, que me disse que eu estava “influenciável”.<br />

Um dia fui ao terreiro e estava fechado.<br />

Nunca mais abriu. Procurei outro, mas demorei<br />

a encontrar. Depois de 3 anos encontrei<br />

um dos bons, bem indicado quando o<br />

encontrei. Fui feliz e levei comigo minha filha<br />

mais velha, na época com 10 anos.<br />

Quando chegou a minha vez entrei radiante,<br />

feliz. “Que bom reencontrar esta corrente<br />

e agradecer por ser algo melhor hoje<br />

do que fui outrora”.<br />

Diante da entidade que me assistia, do<br />

nada, aconteceu um fenômeno mediúnico:<br />

Minha mente parecia turva, meu corpo se<br />

curvou. Uma energia passava pelo meu<br />

braço direito e era absorvida pelo chão. Eu<br />

tentava me pôr ereto e não conseguia.<br />

Lutava contra o meu próprio corpo. Eu ouvia<br />

a mim mesmo falar; mas não era eu! Eu estava<br />

ao lado de mim. Travou-se uma conversa<br />

entre as entidades ali presentes e eu não<br />

entendia nada. Não conhecia aqueles termos,<br />

aquela linguagem. Quando voltei a mim,<br />

parecia que foram segundos, mas soube que<br />

durara muito mais.<br />

Me deram água, conversaram comigo,<br />

mas eu não ouvi nada. Só queria estar o<br />

mais longe possível daquele lugar, e rápido!<br />

Minha filha chorava calada na cadeira.<br />

Naquele dia eu jurei que nunca mais entraria<br />

num terreiro de Umbanda.<br />

Mas, na outra semana lá estava eu. A<br />

curiosidade sobre o fenômeno acontecido<br />

foi maior que o medo.<br />

Após muito pensar fui entrando, entrando;<br />

aceitei o convite entrei para a corrente.<br />

Fui batizado; e comecei o meu desenvolvimento<br />

dentro dos trabalhos de Umbanda. Vi<br />

e vivenciei coisas maravilhosas, porém, me<br />

faltava o entendimento do que acontecia e<br />

fui em busca de conhecimento e de respostas<br />

que não tinha.<br />

Saí deste terreiro e retornei logo após.<br />

Neste meio tempo fui estudar Teologia de<br />

Umbanda e Magia Divina, com este irmão ,<br />

mestre e amigo Alexandre Cumino. Não satisfeito,<br />

frequentei por dois anos consecutivos<br />

o curso de Teologia e mais um pouquinho<br />

neste terceiro ano.<br />

Aconteceu que no astral me confiaram<br />

uma tarefa de suma responsabilidade, que<br />

me esforço em realizar todos os dias. Hoje<br />

eu sei que fui levado pelos mentores espirituais.<br />

Sou alertado todos os dias pelos meus<br />

santos anjos das qualidades divinas que<br />

devo mirar. E não me esqueço de como eu<br />

era, e vislumbro como deverei ser um dia.<br />

O tempo corre diferente hoje: Calmo e<br />

sereno, sou um dos moços de cabelos brancos<br />

com os olhos brilhando como uma criança que<br />

vê o mar pela primeira vez, sentado nas fileiras<br />

do conhecimento. Sinto hoje a Umbanda em<br />

minha vida plena e pela eternidade.<br />

Antonio Bispo (médium, leitor, aluno, aprendiz).<br />

CURSO DE ATABAQUE<br />

(CURIMBA) TOQUE E CANTO<br />

TAMBOR DE ORIXÁ<br />

COM SEVERINO SENA, HÁ 14 ANOS FORMANDO OGÃS E INSTRUTORES.<br />

NOVAS TURMAS! HOMENS E MULHERES!!! Esta é<br />

a sua oportu-nidade de aprender canto e toque na<br />

Umbanda, para guias e Orixás!!!<br />

SEM TAXA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá,<br />

Angola, Congo e Barra Vento<br />

SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19H20 ÀS 22H30<br />

CEIE - CENTRO DE EST. INIC. EVOLUÇÃO<br />

Pça Joaquim Alves, 1 - Penha - SP<br />

SEXTAS-FEIRAS, AS 19H00 e<br />

SÁBADOS, AS 9H00<br />

INSTITUTO SETE PORTEIRAS DO BRASIL<br />

Av. Tiradentes, 1290 - Metrô Armênia<br />

ADQUIRA O CD “A Umbanda canta<br />

para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá”<br />

INFORMAÇÕES PELO TEL:<br />

3984-0181/9622-7909<br />

www.tambordeorixá.com.br<br />

tambordeorixa@terra.com.br<br />

ERVEIRO DA JUREMA<br />

TEMPLO ESCOLA “VENTOS DE ARUANDA”<br />

Cursos Ministrados por Adriano Camargo<br />

• Curso de Ervas: Manipulação Ritualística 1, 2, 3, 4 e 5;<br />

• Ervas na Umbanda;<br />

• Magia Divina das 7 Chamas, das 7 Pedras e das 7 Ervas;<br />

• Teologia de Umbanda; • Sacerdócio de Umbanda.<br />

Novidade! VENDAS DE ERVAS PELA INTERNET !<br />

www.erveiro.elo7.com.br<br />

Pagamentos facilitados.<br />

Informações e Inscrições:<br />

Av. Senador Vergueiro, 4362 - Sl. 2<br />

Rudge Ramos - São Bernardo do Campo<br />

(<strong>11</strong>) 4177-<strong>11</strong>78 - 9279-0528<br />

www. ventosdearuanda.com.br


Página -14 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010


JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010 Página -15<br />

Este texto foi extraído da Coluna Panorama<br />

do site www.santuariodaumbanda.com.br<br />

por Maria Aparecida Calamari Linares<br />

N<br />

o último dia 09 de novembro de<br />

2.010, com início às 20hs, foi<br />

realizado no auditório do Hospital<br />

Santa Catarina (na Av. Paulista) um<br />

importante encontro inter-religioso<br />

patrocinado pelo MOFIC (Movimento de<br />

Fraternidade de Igrejas Cristãs) e a Casa<br />

de Reconciliação.<br />

Fazem parte do MOFIC as igrejas:<br />

Apostólica Armênia, Católica Romana,<br />

Episcopal Anglicana, Evangélica de<br />

Confissão Luterano no Brasil, Ortodoxa<br />

Antioquina e Presbiterianas Unida.<br />

A Casa de Reconciliação - católica<br />

romana - dirigida pelo Padre José Bizon,<br />

tem por objetivo aproximar as diferentes<br />

confissões religiosas num movimento<br />

inter-religioso que visa maior compreensão<br />

e harmonia inter-religiosa, respeitando<br />

direitos e opiniões de pessoas que,<br />

mesmo praticando outras religiões, respeitam<br />

e adoram ao mesmo Deus, Pai de<br />

todos nós.<br />

Mas seria a Umbanda uma religião<br />

cristã? Não nos resta a menor dúvida<br />

quanto a origem cristã da Umbanda:<br />

1. Todas as casas nascidas da Ten-da<br />

Nossa Senhora da Piedade (a primeira<br />

de Pai Zélio de Moraes) traziam o nomes<br />

de san-tos católicos; 2. Todo nosso<br />

calendário litúrgico co-in-cide com o<br />

calendário católico ro-mano; 3. Nossos<br />

altares são praticamente altares<br />

católicos, com os santos principais do<br />

catolicismo sincretizados com os orixás<br />

africanos; 4. Todos os umbandistas<br />

mantêm o maior respeito para com Sua<br />

Santidade o Papa.<br />

Mas como e por que Pai Ronaldo foi<br />

convidado a participar desse encontro<br />

inter-religioso?<br />

O convite foi formulado pelo Pe.<br />

Bizon da Casa de Reconciliação ao Pai<br />

Ronaldo por sua credibilidade, quer da<br />

FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE<br />

“ABC”, quer do SANTUÁRIO NACIONAL<br />

DA UMBANDA, ambos sempre citados<br />

como instituições exemplares, além de<br />

serem obras para as quais Pai Ronaldo<br />

dedicou mais de 50 anos de seus mais de<br />

sessenta anos de vida sacerdotal.<br />

Qual o objetivo desse<br />

encontro? O encontro teve por<br />

tema: “Vocês não podem ser-vir<br />

a Deus e ao dinheiro! ” Mateus<br />

c.6, v.24.<br />

“Economia a serviço da vida”<br />

é parte da campanha da fraternidade<br />

da C.N.B.B. que todos os<br />

anos desenvolve programa para<br />

reduzir a fome e a miséria no<br />

Brasil e nós, umbandistas de<br />

verdade, não podemos cruzar os braços,<br />

mas sim mergulhar de corpo e alma,<br />

fazendo todo o possível para estar ao<br />

lado de quem luta contra a pobreza.<br />

A propósito, vale lembrar que a<br />

presidente eleita Dilma Roussef tem como<br />

compromisso de campanha ERRADICAR<br />

a miséria em seus quatro anos de<br />

governo. ROGAMOS A DEUS, SENHOR<br />

DE NOSSOS DESTINOS, para que esse<br />

nobre objetivo seja alcançado.<br />

A cerimônia teve a participação do<br />

economista Thomaz Ferreira Jensen (do<br />

DIEESE), que fez um balanço da situação<br />

fundiária do país mostrando o enorme<br />

desequilíbrio entre os proprietários de<br />

terras. Lembrou que no Brasil 300<br />

proprietários são donos de uma área<br />

superior a todo o Estado de São Paulo,<br />

reforçando a necessidade de limitar a<br />

aquisição de terras por grupos<br />

econômicos estrangeiros.<br />

Ao término da palestra do<br />

economista, Sua Eminência, o Cardeal<br />

Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Pedro<br />

Scherer usou a palavra para em seguida,<br />

num breve ritual simbólico, depositar<br />

algumas sementes de girassol numa<br />

pequena jardineira, simbolizando que<br />

todos devemos participar dessa<br />

campanha da fraternidade contra a fome<br />

e a miséria. Este gesto que foi<br />

posteriormente repetido por todas as<br />

dignidades eclesiásticas presentes.<br />

Todos trouxeram palavras de<br />

estímulo à fraternidade e repetiram o<br />

gesto de espargir as sementes. Pai<br />

Ronaldo foi muito feliz em sua fala<br />

lembrando que ao semear aquelas<br />

sementes esperava também estar<br />

semeando o amor no coração de todos,<br />

sendo muito aplaudido.<br />

Estiveram presentes nessa cele-<br />

Bispo da Diocese Anglicana de<br />

SP - Bispo Roger D. Bird<br />

Cardeal Arcebispo de São Paulo<br />

Dom Odilo Pedro Scherer<br />

bração os seguintes líderes religiosos:<br />

• Dom Odilo Pedro Scherer – Car-deal<br />

Arcebispo de São Paulo; • Dom<br />

Damaskinos Mansour – Arcebispo da<br />

Igreja Ortodoxa Antioquina • Bispo<br />

Ro-ger D. Bird – Bispo da Diocese<br />

Anglicana de São Paulo; • Pastor<br />

Mathias Tolsdorf – da Igreja Evangélica<br />

de Confissão Luterana no Brasil; •<br />

Mon-ge Josbim – da Tradição Zen Budista<br />

– Representando a Monja Coen; •<br />

Babalaô Ronaldo Antonio Linares –<br />

presidente da FEDERA-ÇÃO UMBAN-<br />

DISTA DO GRANDE “ABC” – mantenedora<br />

do SANTUÁRIO NACIONAL DA<br />

UMBANDA; • Sr. Afonso Moreira Júnior<br />

– da Federação Espírita do Estado de<br />

São Paulo; • Sr. Mustafá Goktepe –<br />

Mulçumanos Turcos, da Associação de<br />

Jornalista e Escritores da Turquia; •<br />

Swami Nirmalatmananda – Monge Hindu<br />

da Ordem Ramakrisna da Índia; • Pe.<br />

Demetrius – Igreja Ortodoxa Grega; •<br />

Pe. Yeznig – da Igreja Apostólica<br />

Armênia; • Pe. José Bizon – da Casa de<br />

Reconciliação; • Rabino Henry I. Sobel –<br />

Tradição Judaica; • Palestrante: Thomaz<br />

Ferreira Jansen – Economista do DIEESE.<br />

Para maior beleza do evento,<br />

aconteceu uma belíssima apresentação<br />

musical do Coral Resistência de Negros<br />

Evangélicos, sob a condução do Maestro<br />

Moisés da Rocha. Como cristãos-umbandistas<br />

que somos, desejamos que o<br />

espírito da fraternidade encontre guarida<br />

em todos os corações fazendo com que<br />

se empenhem por todos os meios para<br />

que a Campanha da Fraternidade<br />

alcance seus reais objetivos.


Página -16 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - DEZEMBRO/2010

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!