UM DIA DA MINHA VIDA Bobby Sands
UM DIA DA MINHA VIDA Bobby Sands
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Um dia da minha vida<br />
passos chegárom até o final do corredor e o derradeiro reconto<br />
do dia começou no extremo mais afastado. Fôrom<br />
abrindo e fechando portas até que chegárom à minha. B<br />
assomou a cabeça. Quase nom se tinha em pé e nom era<br />
quem de contar. Saiu bambeando e fechou a porta.<br />
—Caminho livre! —chegou o sinal de que passara o<br />
perigo.<br />
Ninguém se preocupara de avisar da chegada de B, porque<br />
ele só se figera notar.<br />
Caiu o silêncio sobre a galeria. No extremo do corredor,<br />
umha voz berrou:<br />
—Muito bem, agora vamos rezar o Rosário. Quem quer<br />
rezar o primeiro mistério?<br />
—Eu! —berrou alguém.<br />
—E o segundo?<br />
—Eu! —dixo Seán.<br />
Outros três companheiros oferecêrom-se para recitar<br />
o que faltava.<br />
—Hoje tocam os mistérios dolorosos! -dixo a voz. Persignou-se<br />
e começou a rezar. Os companheiros gritárom<br />
umha oraçom após outra desde as suas celas.<br />
A metade do terceiro mistério, um carcereiro começou<br />
a bater nas grades com a porra. Continuárom com o Rosário,<br />
e finalmente o carcereiro aborreceu-se e foi-se. Quando<br />
rematárom as oraçons, a galeria animou-se e encheu-se de<br />
conversas.<br />
Os rapazes do fundo do corredor decidírom mandar o<br />
carro antes de que B ou qualquer outro voltassem a osmar<br />
pola galeria.<br />
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