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UM DIA DA MINHA VIDA Bobby Sands

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<strong>Bobby</strong> <strong>Sands</strong><br />

sujo devia feder, mas nom lhe dei importância. A minha<br />

família nom comentara nada, como sempre. A minha irmá<br />

contou-me como andavam as cousas polo bairro e quem<br />

vinhera pola casa dos meus pais a perguntar por mim, e<br />

também como lhe ia ao seu homem. Minha mae começou<br />

a falar de umha revolta que houvera no bairro e justo nesse<br />

momento um carcereiro interrompeu-na.<br />

—Ala, já está, rematou o tempo! -berrou sobre o meu<br />

ombro, sustendo a permissom de visita para que a minha<br />

mae percebesse que tinham de se ir embora.<br />

—Ainda restam dez minutos da minha meia hora —dixem<br />

sem me alporiçar.<br />

—Meu Deus, pois conta-lho entom ao diretor —respondeu<br />

desafiante.<br />

A minha mae e a minha irmá fitárom-me angustiadas.<br />

—Tanto fai, filho, decerto que só faltavam um par de<br />

minutos... —dixo a minha mae, preocupada polas consequências<br />

que podia ter para mim um confronto com o<br />

guarda.<br />

Erguim-me da cadeira, sabia que a visita concluíra, tanto<br />

tinha o que digesse. Estava triste e anojado, mas nom<br />

queria que a minha família se preocupasse, tinham cousas<br />

suficientes em que matinar. A minha mae e a minha irmá<br />

abraçárom-me e cobrírom-me de beijos, enquanto as bágoas,<br />

aparecidas de repente como saídas do nada, lhes caíam<br />

polas meixelas.<br />

Essa visom tocou-me no mais fundo.<br />

Os carcereiros metiam-me pressa.<br />

—Vamos, move-te! Dá-lhe! Já avonda, vem por aqui!<br />

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