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UM DIA DA MINHA VIDA Bobby Sands

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Um dia da minha vida<br />

—Como que «o preso»? —minha mae alporiçou-se.<br />

—É o meu filho, e logo nom podo sentar com o meu filho?<br />

—Vai ser que nom —dixo o carcereiro.<br />

—Claro que nom pode. Som normas da prisom —outro<br />

véu na sua ajuda.<br />

Eu estava demasiado ocupado recuperando a compostura<br />

como para me pôr a discutir. A minha mae tivo medo<br />

de que nom lhe permitissem continuar a visita e moveu a<br />

sua cadeira para o outro lado da mesa com fastio, junto à<br />

minha irmá e o meu pai.<br />

Os carcereiros, que ficaram imóveis à espera de se<br />

cumprir a sua ordem, retirárom-se por fim a menos de um<br />

metro da cabina e voltárom à sua conversa, fitando-nos<br />

enquanto falavam em murmúrios. Virei-me na cadeira e<br />

dei-lhes as costas. Comecei a falar com a minha família.<br />

—Como estás, filho? —perguntou a minha mae.<br />

—Nom me vai mal, mamá —respondim, vendo a angústia<br />

na sua face enquanto me examinava.<br />

—Medrou-che muito a barba da última vez que te vim<br />

—foi a brincadeira do meu pai.<br />

A minha irmá começou a me perguntar se ia muito<br />

frio nas celas. Meu pai tirou um maço de tabaco e deu-me<br />

um cigarro. Deu-me lume com o único fósforo que lhes<br />

permitiam introduzir na sala. A minha mae apanhou-me a<br />

mao livre entre as suas. Escuitei o som de passos às minhas<br />

costas. Sabia que os guardas ajejavam cada movimento e<br />

punham atençom a cada palavra.<br />

—E vós como estades? —perguntei e acrescentei que<br />

tinham os três muito bom aspeto. A cabeça flotava-me um<br />

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