Mais louco - Cia. Atelie das Artes
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Pessoas bondosas devem tê-las criado como seus. (CHORANDO,<br />
ABRAÇANDO NICK E GERALDINE). Crianças. Eu sou sua mãe. Será<br />
que vocês podem me perdoar pelo que fiz?<br />
NICK - Que espécie de mãe você devia ser, para se hospedar sozinha no<br />
Hotel da Estação.<br />
SRA. PRENTICE - Eu trabalhava como camareira. Fou uma espécie de<br />
brincadeira, logo depois da guerra. As consequências do Governo<br />
Trabalhista sobre a classe média beiraram o grotesco.<br />
GERALDINE - Nosso pai também trabalhava no Hotel da Estação?<br />
SRA. PRENTICE - Eu nunca vi seu pai. O incidente ocorreu durante um<br />
corte de energia elétrica. Eu engravidei enquanto esperava que o<br />
fornecimento fosse restabelecido.<br />
PRENTICE, LÍVIDO DE CHOQUE, ADIANTA-SE.<br />
PRENTICE (FRACO, A RANCE) - O senhor encotrará uma inscrição na<br />
parte posterior do broche, doutor... (RANCE VIRA O BROCHE) - “De<br />
Lílian para Avis. Natal de 1939”. Eu encontrei esse broche há muitos anos.<br />
Estava na calçada em frente a um grande magazin.<br />
RANCE - Quem eram Lílian e Avis?<br />
PRENTICE - Não tenho a menor idéia. Ele caiu da coleira de um pequinês.<br />
É possível que Lílian e Avis fossem os donos do animalzinho. (ELE OLHA<br />
EM TORNO TOCADO DE VERGONHA). Não o vejo desde que enfiei<br />
na mão de uma camareira que eu violei pouco antes do meu casamento.<br />
SRA. PRENTICE (NUM GRITO DE RECONHECIMENTO) - Agora é<br />
que compreendo por que razão você quiz que nós passássemos nossa noite<br />
de núpcias numa rouparia.<br />
PRENTICE - Eu desejava reviver um momento que me era precioso. Se<br />
você tivesse cedido aos meus desejos, nosso casamento não teria fracassado.<br />
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