Mais louco - Cia. Atelie das Artes
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PRENTICE (BRANDNDO O REVOLVER) - Fique onde está, doutor. Seu comportamento hoje é um exemplo de irresponsabilidade oficial e de sanguinolência. Vou declara-lo louco. RANCE (QUIETO, COM DIGNIDADE) - Não, eu é que vou declara-lo louco. PRENTICE - Eu é que estou armado. Pode escolher. Como é que é? Loucura ou morte? RANCE - Nenhuma das duas alternativas lhe permitiria continuar a serviço do Governo de sua Magestade. PRENTICE - Não é verdade. Os mais altos escalões de serviço público são inteiramente constituidos por loucos e defuntos. Sôa o alarme. RANCE VAI ATÉ A PAREDE ACIONAR O ALARME. A SIRENE GUINCHA. GRADES DE TÁLICAS CAEM SOBRE TODAS AS PORTAS. A SALA SÓ FICA ILUMINADA PELOS REFLEXOS DE UM POR DE SOL SANGRENTO, BRILHANDO ATRAVÉS DAS ÁRVORES DO JARDIM. PRENTICE - O circuito foi sobrecarregado. Caimos numa armadilha. RANCE (SECO) - Eu só espero que as medidas de segurança para as enfermarias sejam tão eficientes quanto as do consultório. Nós podemos morrer de inanição trancados aqui. PRENTICE - Um tributo perfeito à eficiência de nosso alarme de emergência. RANCE - Já que nenhum de nós pode fugir, sua arma é inútil. Largue-a PRENTICE POUSA O REVOLVER. RANCE PUXA O SEU E O APONTA PARA O ATÔNITO PRENTICE. RANCE (MANTENDO PRENTICE À DISTÂNCIA COM UM REVÓLVER E APANHANDO O OUTRO) - Num minuto o veremos numa camisa de força. Foi um golpe. 68
PRENTICE - Isto é um novo recorde para o senhor? RANCE (PONDO NO BOLSO O REVOLVER DE PRENTICE) - De modo algum. Certa vez enfiei uma família inteira numa camisa de força comunitária. PRENTICE - Sua mãe deve ter ficado orgulhosíssima. RANCE - Receio que não. Acontece que era a minha própria família. Eu tenho um retrato da cena lá em casa. Com meu pé bem em cima da cabeça do meu pai. Mandei uma cópia para Sigmund Freud e ele me mandou um cartãozinho muito amável. NICK ARRASTA-SE QUASE DESMAIANDO PARA UMA CADEIRA. NICK - E eu, doutor? Eu não sou louco. RANCE (COM UM SORRISO) - Você não é humano. NICK - Eu não posso ser uma alucinação. (MOSTRA O OMBRO SANGRANDO). - Veja esta ferida. É de verdade. RANCE - Parece. NICK - Se a dor é real eu também devo ser. RANCE - Eu não gosto de me envolver em especulações metafísicas. PRENTICE - Este rapaz é o boy do Hotel da Estação. Ele desrespeitou minha mulher. E não tinha nada de alucinação naquele momento. RANCE - Sua mulher é vítima de um distúrbio nervoso que a leva a imaginar que está sendo perseguida por figuras masculinas despidas. Esse rapaz é uma delas. Se foi ele quem a atacou podemos deduzir que o ataque foi produto imaginário de sua mente doentia. PRENTICE - Mas o sargento quer prender o rapaz. 69
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PRENTICE - Isto é um novo recorde para o senhor?<br />
RANCE (PONDO NO BOLSO O REVOLVER DE PRENTICE) - De<br />
modo algum. Certa vez enfiei uma família inteira numa camisa de força<br />
comunitária.<br />
PRENTICE - Sua mãe deve ter ficado orgulhosíssima.<br />
RANCE - Receio que não. Acontece que era a minha própria família. Eu<br />
tenho um retrato da cena lá em casa. Com meu pé bem em cima da cabeça<br />
do meu pai. Mandei uma cópia para Sigmund Freud e ele me mandou um<br />
cartãozinho muito amável.<br />
NICK ARRASTA-SE QUASE DESMAIANDO PARA UMA<br />
CADEIRA.<br />
NICK - E eu, doutor? Eu não sou <strong>louco</strong>.<br />
RANCE (COM UM SORRISO) - Você não é humano.<br />
NICK - Eu não posso ser uma alucinação. (MOSTRA O OMBRO<br />
SANGRANDO). - Veja esta ferida. É de verdade.<br />
RANCE - Parece.<br />
NICK - Se a dor é real eu também devo ser.<br />
RANCE - Eu não gosto de me envolver em especulações metafísicas.<br />
PRENTICE - Este rapaz é o boy do Hotel da Estação. Ele desrespeitou<br />
minha mulher. E não tinha nada de alucinação naquele momento.<br />
RANCE - Sua mulher é vítima de um distúrbio nervoso que a leva a<br />
imaginar que está sendo perseguida por figuras masculinas despi<strong>das</strong>. Esse<br />
rapaz é uma delas. Se foi ele quem a atacou podemos deduzir que o ataque<br />
foi produto imaginário de sua mente doentia.<br />
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