Mais louco - Cia. Atelie das Artes
Mais louco - Cia. Atelie das Artes
Mais louco - Cia. Atelie das Artes
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
PRENTICE (BRANDNDO O REVOLVER) - Fique onde está, doutor.<br />
Seu comportamento hoje é um exemplo de irresponsabilidade oficial e de<br />
sanguinolência. Vou declara-lo <strong>louco</strong>.<br />
RANCE (QUIETO, COM DIGNIDADE) - Não, eu é que vou declara-lo<br />
<strong>louco</strong>.<br />
PRENTICE - Eu é que estou armado. Pode escolher. Como é que é?<br />
Loucura ou morte?<br />
RANCE - Nenhuma <strong>das</strong> duas alternativas lhe permitiria continuar a serviço<br />
do Governo de sua Magestade.<br />
PRENTICE - Não é verdade. Os mais altos escalões de serviço público são<br />
inteiramente constituidos por <strong>louco</strong>s e defuntos. Sôa o alarme.<br />
RANCE VAI ATÉ A PAREDE ACIONAR O ALARME. A SIRENE<br />
GUINCHA. GRADES DE TÁLICAS CAEM SOBRE TODAS AS<br />
PORTAS. A SALA SÓ FICA ILUMINADA PELOS REFLEXOS DE<br />
UM POR DE SOL SANGRENTO, BRILHANDO ATRAVÉS DAS<br />
ÁRVORES DO JARDIM.<br />
PRENTICE - O circuito foi sobrecarregado. Caimos numa armadilha.<br />
RANCE (SECO) - Eu só espero que as medi<strong>das</strong> de segurança para as<br />
enfermarias sejam tão eficientes quanto as do consultório. Nós podemos<br />
morrer de inanição trancados aqui.<br />
PRENTICE - Um tributo perfeito à eficiência de nosso alarme de<br />
emergência.<br />
RANCE - Já que nenhum de nós pode fugir, sua arma é inútil. Largue-a<br />
PRENTICE POUSA O REVOLVER. RANCE PUXA O SEU E O<br />
APONTA PARA O ATÔNITO PRENTICE.<br />
RANCE (MANTENDO PRENTICE À DISTÂNCIA COM UM<br />
REVÓLVER E APANHANDO O OUTRO) - Num minuto o veremos<br />
numa camisa de força. Foi um golpe.<br />
68