Mais louco - Cia. Atelie das Artes
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CABEÇA). O jovem que eu desejo que você contrate para seu secretário já chegou. PRENTICE (BEBENDO A ÁGUA) - Talvez ele pudesse voltar mais tarde. Eu ainda estou meio esquisito. SRA. PRENTICE - Vou ver. Trata-se de um jovem extremamente impaciente. PRENTICE - É por isso que ele se dedicou ao estupro? SRA. PRENTICE - Exatamente. Não pode esperar por nada. E SAI CORRENDO PARA O HALL. PRENTICE ENXUGA A TESTA. PRENTICE - Vinte anos lutando contra ela e a queda dos cabelos! Acho que já me enchi das duas. RANCE (ENTRANDO DA ENFERMARIA) - O senhor não terá dificuldade em reconhecer sua paciente. Cortei seus cabelos rente ao crânio. PRENTICE (CHOCADO) - Terá sido sensato, doutor? Esse gosto está de acordo com a atitude esclarecida de hoje em dia com relação aos doente mentais? RANCE - Acordo perfeito. Já publiquei uma monografia a respeito. Escrevi-a ainda na Universidade. A conselho de meu orientador. Tendo fracassado em sua tentativa pessoal de atingir a loucura, ele passou a dedicar-se a ensina-la aos outros. PRENTICE - E o senhor foi o primeiro da classe? RANCE - Havia outros ainda mais bem dotados. PRENTICE - E onde se encontram agora? RANCE - Em manicômios. PRENTICE - Como diretores? RANCE - Em grande parte. SRA. PRENTICE (ENTRANDO, DO HALL, A PRENTICE) Ele insiste na pontualidade. Deu cinco minutos. PRENTICE (A RANCE) - Um candidato a emprego, doutor. Não adiante querermos nos iludir que o socialismo não tem tido repercusão.(A SRA. PRENTICE) - Nada da secretária? SRA. PRENTICE - Nada. Já falei com a Agência de Empregos. Seus clientes têm ordens severas de telefonar imediatamente após cada entrevista. A sta. Barclay não telefonou. RANCE - É preciso organizar uma busca. (A PRENTICE). O que há por aqui em matéria de cães? PRENTICE - Um pequinês e um poodle miniatura. 20
RANCE - Pois que sejam soltos! Geraldine Barclay precisa ser encontrada e as autoridades informadas. SRA. PRENTICE - Vou falar com o chefe da guarda. Ele controla o portão e há de saber se ela deixou a clínica. (VIRA-SE PARA SAIR). PRENTICE - Não. não faça isso. A sta. Barclay está inteiramente a salvo. Está lá em baixo. Acabo de me lembrar. RANCE (PAUSA. SURPRESO) - Por que ocultou o fato por tanto tempo? PRENTICE - Eu tinha esquecido. RANCE - O senhor já teve esses lapsos de memória outras vezes? PRENTICE - Não que eu me lembre. RANCE - A sua memória o engana até mesmo a respeito de sua própria insuficiência? PRENTICE - Eu posso ter tido uma curta amnésia. Não me lembro de ter tido amnésia em qualquer outra ocasião. RANCE - O senhor pode ter esquecido. Acabou de confessar que sua memória não merece confiança. PRENTICE - Só posso afirmar o que sei, doutor. Ninguém pode esperar que eu me lembre de coisas que esqueci. SRA. PRENTICE - E o que é que sua secretária está fazendo lá em baixo? PRENTICE - Bruxinhas de pano para piorar a imagem dos bonecos em áreas de atrito por preconceito de cor. RANCE E SRA. PRENTICE TROCAM OLHARES ASSUSTADOS. RANCE - E o senhor tem coragem de nos dizer, Dr. Prentice, que havia esquecido que sua secretária estava fabricando esses monstrinhos? PRENTICE - Tenho. RANCE - É difícil de acreditar. Uma vez vista, uma bruxa dessas dificilmente é esquecida. Qual é o objetivo da fabricação desses pesadelos? PRENTICE - Eu esperava que promovessem maior harmonia racial. RANCE - Esses monstros infernais precisam ser liquidados. Eu lhe ordeno que os destrua antes que seus flúidos maléficos comecem a surtir efeito. PRENTICE (CANSADO) - Eu direi à sta. Barclay para executar suas ordens doutor. SAI PELA PORTA DA ENFERMARIA. RANCE VOLTA-SE PARA A SRA. PRENTICE E ENXUGA A TESTA. RANCE - Esse homem é um segundo Frankenstein. SRA. PRENTICE VAI ATÉ A ESCRIVANINHA E SE SERVE DE MAIS WHISKY. SRA. PRENTICE - Meu marido é uma pessoa estranha, doutor. Será que é génio, ou apenas um idiota nervoso? 21
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RANCE - Pois que sejam soltos! Geraldine Barclay precisa ser encontrada e<br />
as autoridades informa<strong>das</strong>.<br />
SRA. PRENTICE - Vou falar com o chefe da guarda. Ele controla o portão<br />
e há de saber se ela deixou a clínica. (VIRA-SE PARA SAIR).<br />
PRENTICE - Não. não faça isso. A sta. Barclay está inteiramente a salvo.<br />
Está lá em baixo. Acabo de me lembrar.<br />
RANCE (PAUSA. SURPRESO) - Por que ocultou o fato por tanto tempo?<br />
PRENTICE - Eu tinha esquecido.<br />
RANCE - O senhor já teve esses lapsos de memória outras vezes?<br />
PRENTICE - Não que eu me lembre.<br />
RANCE - A sua memória o engana até mesmo a respeito de sua própria<br />
insuficiência?<br />
PRENTICE - Eu posso ter tido uma curta amnésia. Não me lembro de ter<br />
tido amnésia em qualquer outra ocasião.<br />
RANCE - O senhor pode ter esquecido. Acabou de confessar que sua<br />
memória não merece confiança.<br />
PRENTICE - Só posso afirmar o que sei, doutor. Ninguém pode esperar<br />
que eu me lembre de coisas que esqueci.<br />
SRA. PRENTICE - E o que é que sua secretária está fazendo lá em baixo?<br />
PRENTICE - Bruxinhas de pano para piorar a imagem dos bonecos em<br />
áreas de atrito por preconceito de cor.<br />
RANCE E SRA. PRENTICE TROCAM OLHARES ASSUSTADOS.<br />
RANCE - E o senhor tem coragem de nos dizer, Dr. Prentice, que havia<br />
esquecido que sua secretária estava fabricando esses monstrinhos?<br />
PRENTICE - Tenho.<br />
RANCE - É difícil de acreditar. Uma vez vista, uma bruxa dessas<br />
dificilmente é esquecida. Qual é o objetivo da fabricação desses pesadelos?<br />
PRENTICE - Eu esperava que promovessem maior harmonia racial.<br />
RANCE - Esses monstros infernais precisam ser liquidados. Eu lhe ordeno<br />
que os destrua antes que seus flúidos maléficos comecem a surtir efeito.<br />
PRENTICE (CANSADO) - Eu direi à sta. Barclay para executar suas<br />
ordens doutor.<br />
SAI PELA PORTA DA ENFERMARIA. RANCE VOLTA-SE PARA A<br />
SRA. PRENTICE E ENXUGA A TESTA.<br />
RANCE - Esse homem é um segundo Frankenstein.<br />
SRA. PRENTICE VAI ATÉ A ESCRIVANINHA E SE SERVE DE<br />
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SRA. PRENTICE - Meu marido é uma pessoa estranha, doutor. Será que é<br />
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