Mais louco - Cia. Atelie das Artes

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RANCE - O senhor já experimentou tratamento de choque? PRENTICE - Não. RANCE - Há quanto tempo ela está em tratamento? PRENTICE - A ordem de internamento ainda não foi assinada. RANCE - Traga aqui. Eu assino. PRENTICE VAI À ESCRIVANINHA. RANCE VOLTA-SE PARA GERALDINE E DIRIGE-SE A ELA COM MANEIRAS BRUSCAS. RANCE - Por que razão tirou suas roupas? Não lhe ocorreu que o seu psiquiatra poderia ficar embaraçado com o seu comportamento? GERALDINE - Eu não sou cliente. Sou da Agência de Empregos Sorriso Amigo. RANCE ( POR SOBRE O OMBRO, A PRENTICE ) - Quando foram as primeiras manifestações alucinatórias ? PRENTICE ( VOLTANDO COM UM DOCUMENTO ) - Há já algum tempo que venho tendo consciência delas, doutor. RANCE ( À GERALDINE ) - E você acha que algum homem de negócio admitiria uma datilógrafa pelada em seu escritório ? GERALDINE ( SORRINDO, E TENTANDO EXPLICAR, EM TOM RAZOÁVEL ) - O Doutor Prentice pediu que eu me despisse afim dele poder determinar minha adequação às tarefas futuras. Nunca foi sugerido que eu trabalhasse permanentemente sem roupas. RANCE ( À PRENTICE ) - Ficarei encarregado deste caso. Ele parece ter uma bizarraria preciosa para a elaboração de teses fascinantes. ( ASSINA OS DOCUMENTOS ) - Registre a admissão da paciente e ponha a farmácia de alerta para tudo o que eu possa precisar. PRENTICE SAI PARA A FARMÁCIA COM O DOCUMENTO. RANCE ( PARA GERALDINE ) - Há outros casos de doença mental em sua família ? GERALDINE ( PURITANA ) - Suas perguntas são irrelevantes. Recusome a respondê-las. RANCE - Eu acabo de atestar a sua loucura. Não sabia ? GERALDINE, COM SUSTO VIOLENTO, AFASTA-SE DE RANCE. GERALDINE - E que direito tem o senhor de tomar uma decisão tão arbitrária ? RANCE - Todo o direito. A senhorita teve um colapso nervoso. GERALDINE - Eu estou no gozo de mais perfeito juízo. RANCE - Controle-se. Por que então a senhorita teria sido declarada louca ? Até para uma louca a senhorita me parece particularmente mal educada ? 14

PRENTICE ENTRA DA FARMÁCIA, EMPURRANDO UMA MACA. NELA HÁ UM COLCHÃO DE BORRACHA, UM TRAVESSEIRO E UM COBERTOR. NO BRAÇO TRAZ UMA CAMISOLA BRANCA, DE HOSPITAL. RANCE PEGA-A E ATIRA SOBRE A CORTINA PARA GERALDINE. RANCE - Vista isso ! GERALDINE - Obrigada. Que alívio ficar vestida de novo. RANGE LEVA PRENTICE PARA UM CANTO. GERALDINE VESTE A CAMISOLA. RANGE - Quais são os antecedentes deste caso? A paciente tem família? PRENTICE - Não, senhor. Sua madrasta faleceu recentemente após um envolvimento muito íntimo com Sir Winston Churchill. RANCE - E o pai? PRENTICE - Parece ter sido um sujeito muito desagradável. Engravidou a mãe no lugar de trabalho dela. RANGE - Houve alguma razão especial para tal conduta? PRENTICE - A paciente foi muito retissente a esse respeito. RANCE - Que estranho. Mas muito revelador. (ABRE AS CORTINAS, A GERALDINE). Deite-se na maca. (A PRENTICE). Faça o favor de preparar um sedativo. PRENTICE VAI À FARMÁCIA. RANCE AJUDA GERALDINE A DESCER DA CAMA. GERALDINE - O senhor faça o favor de chamar um taxi. Eu quero ir para casa. Positivamente não tenho as qualificações necessárias para este emprego. RANCE (COLOCANDO-A NA MACA E COBRINDO-A COM O COBERTOR) Assim a sua recuperação sera cada vez mais lenta. PRENTICE ENTRA DA FARMÁCIA COM UMA BANDEJA TIPO RIM, ALGODÃO, E UMA SERINGA HIPODÉRMICA. RANGE DESCOBRE O BRAÇO DE GERALDINE E ESFREGA COM O ALGODÃO. GERALDINE (APELANDO PARA PRENTICE) - Diga a verdade, doutor! Conte a ele que eu sou datilógrafa e taquígrafa diplomada! RANCE DÁ-LHE UMA INJEÇÃO. ELA ESTREMECE E CAI EM PRANTOS. GERALDINE - Isto é incrível! Os senhores envergonham sua profissão. Depois do almoço eu vou telefonar para a Associação Médica da Inglaterra. RANCE - Aceite a realidade sem lágrimas e sem ofender as autoridades. 15

PRENTICE ENTRA DA FARMÁCIA, EMPURRANDO UMA MACA.<br />

NELA HÁ UM COLCHÃO DE BORRACHA, UM TRAVESSEIRO E<br />

UM COBERTOR. NO BRAÇO TRAZ UMA CAMISOLA BRANCA,<br />

DE HOSPITAL. RANCE PEGA-A E ATIRA SOBRE A CORTINA<br />

PARA GERALDINE.<br />

RANCE - Vista isso !<br />

GERALDINE - Obrigada. Que alívio ficar vestida de novo.<br />

RANGE LEVA PRENTICE PARA UM CANTO. GERALDINE<br />

VESTE A CAMISOLA.<br />

RANGE - Quais são os antecedentes deste caso? A paciente tem família?<br />

PRENTICE - Não, senhor. Sua madrasta faleceu recentemente após um<br />

envolvimento muito íntimo com Sir Winston Churchill.<br />

RANCE - E o pai?<br />

PRENTICE - Parece ter sido um sujeito muito desagradável. Engravidou a<br />

mãe no lugar de trabalho dela.<br />

RANGE - Houve alguma razão especial para tal conduta?<br />

PRENTICE - A paciente foi muito retissente a esse respeito.<br />

RANCE - Que estranho. Mas muito revelador. (ABRE AS CORTINAS, A<br />

GERALDINE). Deite-se na maca. (A PRENTICE). Faça o favor de<br />

preparar um sedativo.<br />

PRENTICE VAI À FARMÁCIA. RANCE AJUDA GERALDINE A<br />

DESCER DA CAMA.<br />

GERALDINE - O senhor faça o favor de chamar um taxi. Eu quero ir para<br />

casa. Positivamente não tenho as qualificações necessárias para este<br />

emprego.<br />

RANCE (COLOCANDO-A NA MACA E COBRINDO-A COM O<br />

COBERTOR) Assim a sua recuperação sera cada vez mais lenta.<br />

PRENTICE ENTRA DA FARMÁCIA COM UMA BANDEJA TIPO<br />

RIM, ALGODÃO, E UMA SERINGA HIPODÉRMICA. RANGE<br />

DESCOBRE O BRAÇO DE GERALDINE E ESFREGA COM O<br />

ALGODÃO.<br />

GERALDINE (APELANDO PARA PRENTICE) - Diga a verdade,<br />

doutor! Conte a ele que eu sou datilógrafa e taquígrafa diplomada!<br />

RANCE DÁ-LHE UMA INJEÇÃO. ELA ESTREMECE E CAI EM<br />

PRANTOS.<br />

GERALDINE - Isto é incrível! Os senhores envergonham sua profissão.<br />

Depois do almoço eu vou telefonar para a Associação Médica da Inglaterra.<br />

RANCE - Aceite a realidade sem lágrimas e sem ofender as autoridades.<br />

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