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—Renan.<br />
—Re... Renan? — in<strong>da</strong>gou Gregório.<br />
—Sim. Ele morreu te odiando. Ele quer te matar. Pediu para eu fazer<br />
isso. Eu vou te matar, meu irmão.<br />
Gregório sentiu o estômago se contorcer. A visão enegreceu, recuou dois<br />
passos atordoado e sentou-se no sofá. O cheiro insuportável invadiu o quarto.<br />
A voz do irmão parecia mais rouca, mais grave. Do que ele estava falando?<br />
— Você matou o rapaz. Você vai morrer. Pelas minhas mãos. Vou<br />
degolar você e vê-lo sangrar, perder as forças e morrer. Eu o encontrei na beira<br />
do rio, indo cumprir sua Aventura... Ele me pediu para acabar com você... você<br />
não é amigo de ninguém.<br />
Gregório estava aturdido demais para responder. O irmão permanecia de<br />
olhos fechados, tornando aquele momento ain<strong>da</strong> mais sinistro, macabro.<br />
Sentiu as forças se acabando; sentiu medo. Fechou os olhos perdendo,<br />
involuntariamente, os sentidos.<br />
—Você, seu monstro vil e incorreto, está jogando sujo novamente. Como<br />
ousa ocupar alguém tão correto e justo? — perguntou Gregório, também<br />
de olhos fechados.<br />
—Thal? Eu vou matá-lo, Thal. Custe o que custar. Primeiro, preciso matar<br />
a carne que te aprisiona, mas você conhece a lei: só a carne<br />
fere a carne... eu não poderia... como você não pode me ferir enquanto<br />
estiver estacionado aqui. — Khel riu, rugindo ferozmente.<br />
O anjo levantou-se do corpo de Gregório, deixando o espírito de luz<br />
banhar todo o quarto. A luminosi<strong>da</strong>de que desprendia de sua capa de energia<br />
brilhava num tom azulado.<br />
— Por que tanto ódio, criatura inferior? — perguntou o anjo.<br />
Samuel abriu os olhos e arreganhou a boca.<br />
— Por que você interfere nos meus planos? Não me deixa articular com<br />
os homens! Você não se limita à sua vigília! Você me desafia, mata meus<br />
comparsas com sua espa<strong>da</strong>. Não vou permitir isso novamente! Matarei<br />
você, tão certo quanto lhe falo neste momento. Na<strong>da</strong> vai segurar meu ódio,<br />
nem que eu tenha que recrutar to<strong>da</strong> a legião demoníaca, nem que eu traga<br />
para esta terra todo o exército de meu senhor. Você não vai sair deste lugar<br />
com vi<strong>da</strong>, anjo maldito. Você quebrou a Lei ao escapar <strong>da</strong>quela maneira. O<br />
Homem sabe. A Lei não permite que os Sol<strong>da</strong>dos fujam para o plano físico. A<br />
Lei não permite que os Sol<strong>da</strong>dos possuam a carne. Você pode não me temer,<br />
mas teme ao Homem. Você quebrou a Lei e sabe que agora eu tenho uma