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Capítulo 12<br />
PELA MANHÃ, OS DOIS homens deixaram a pousa<strong>da</strong> e dirigiram-se para o<br />
centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Encostaram o carro em frente <strong>da</strong> pa<strong>da</strong>ria e, estrategicamente,<br />
foram tomar o café <strong>da</strong> manhã.<br />
Sentaram e fizeram o pedido. O plano era ficar por ali, son<strong>da</strong>ndo o<br />
povo, pescando informações para encontrar Gregório. Com sorte, conseguiriam<br />
saber do homem ain<strong>da</strong> naquele dia.<br />
Um gran<strong>da</strong>lhão gordo entrou e sentou ao lado deles. Vestia camisa, to<strong>da</strong><br />
aberta, e camiseta branca e imun<strong>da</strong> por baixo. Pablo acenou com a cabeça. O<br />
homem não respondeu ao aceno, mas demorou no olhar perguntando-se quem<br />
era o cara.<br />
—E então, Jeff, o que vai ser? — in<strong>da</strong>gou o balconista.<br />
—Me dá um pão com salame e um conhaque.<br />
O balconista preparou o sanduíche e logo voltou, puxando conversa:<br />
—Você está sabendo alguma coisa sobre o Samuel?<br />
—Hum, não. — grunhiu, enfiando um naco de pão na boca. — O que eu<br />
deveria saber?<br />
—Parece que ele foi atacado por um cachorro e levado para o<br />
hospital muito mal. Está lá internado, sem falar uma palavra com ninguém,<br />
parecendo um louquinho de pedra.<br />
—Que morra... ele e o bosta do irmão dele. — Jeff virou o conhaque duma<br />
vez. — Coisa idiota, ir pro hospital por causa de cachorro. Quem te<br />
contou?<br />
—Minha irmã é enfermeira lá, deu plantão esta madruga<strong>da</strong>. Tava o maior<br />
bochicho por causa disso. Quando o Gregório chegou com ele, parecia<br />
que o Samuel já tava morto.<br />
Pablo virou-se discretamente, prestando mais atenção na conversa, agora<br />
que a razão de sua viagem parecia fazer parte <strong>da</strong> narrativa do balconista.<br />
—Na ver<strong>da</strong>de, ele ain<strong>da</strong> estava vivo. — prosseguiu o balconista.<br />
— O esquisito é que um dos enfermeiros que estava atendendo ele<br />
morreu.<br />
—Como? — perguntou Ney, o parceiro de Pablo, intrometendo-se na<br />
conversa.<br />
O balconista e Jeff viraram-se para o estranho, mas compreenderam a<br />
curiosi<strong>da</strong>de. O homem continuou a interessante narrativa, encarando a