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O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

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conseguiu espremer do jipe, deixando ,a fazen<strong>da</strong> para trás.<br />

— Vo... você... viu aquilo? — perguntou Samuel, com visível dificul<strong>da</strong>de.<br />

Gregório enxugou o suor <strong>da</strong> testa. Olhava para frente, tomando cui<strong>da</strong>do<br />

com o caminho.<br />

—Eu... eu te...<br />

—Não fala, Samu. Não fala. Fica quieto e respira. Aperta o machucado,<br />

não deixa o sangue sair.<br />

A estra<strong>da</strong> escura. Os faróis débeis tentando alertar sobre os buracos.<br />

— Num dá... eu tô... fraco.<br />

Silêncio.<br />

Samuel deixou a cabeça bater na lataria do jipe. Não tinha mais força<br />

para sustentar-se.<br />

— Não! Samuel, agüenta!<br />

— Eu te amo, mano. — expeliu o fazendeiro no meio de um<br />

suspiro prolongado.<br />

Gregório sentiu os olhos encherem de lágrimas. Olhou rapi<strong>da</strong>mente<br />

para o banco reclinado. Parecia que o irmão não respirava mais.<br />

Estacionou o jipe em frente ao hospital, tomou o irmão nos braços e<br />

adentrou o prédio. Samuel estava inconsciente, o corpo frio e imóvel. O sangue<br />

não vertia mais do ferimento. O rapaz estava desesperado.<br />

Gregório foi recepcionado pelos plantonistas, que colocaram Samuel em<br />

uma maca e o carregaram a to<strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de para a emergência. Apesar do<br />

protesto, Gregório foi impedido de acompanhar o irmão.<br />

Sentou-se na sala de espera, colocando a cabeça entre os joelhos,<br />

chorando desespera<strong>da</strong>mente.<br />

Uma enfermeira se aproximou, trazendo um cobertor para proteger as<br />

costas nuas do acompanhante.<br />

Os enfermeiros, após a primeira checagem, concluíram que o fazendeiro<br />

estava morto, não havendo na<strong>da</strong> mais o que fazer. Mediram o pulso, sem<br />

resposta. Examinaram com o estetoscópio a região torácica, sem batimentos<br />

cardíacos. Os dois saíram <strong>da</strong> sala.<br />

—Esse aí era o Samuel <strong>da</strong> Vera, não era?<br />

—Acho que sim. — respondeu o outro, tirando a touca. — Vou chamar

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