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não sabendo o que responder.<br />
—Calma lá, pessoal. Deixa eu terminar! Quero que você trepe comigo<br />
em cima <strong>da</strong> casa e me ajude a consertar a calha que não está<br />
funcionando. Você me aju<strong>da</strong>?<br />
—Claro. — respondeu o cunhado, mais aliviado.<br />
Os três se entreolharam, deixando escapar sonoras risa<strong>da</strong>s.<br />
Depois de mais de uma hora de prosa na varan<strong>da</strong>, recolheram-se.<br />
Gregório encostou-se na janela, observando a paisagem. A torre d’água,<br />
cilíndrica, semelhante a um farol, aponta<strong>da</strong> para o céu, já era companheira<br />
habitual do cenário de sua janela. Uma novi<strong>da</strong>de na paisagem era o esqueleto<br />
do velho celeiro. Ficou parado um tempo, tentando adivinhar as formas na<br />
escuridão. Fazia uns cinco minutos que estava na brincadeira, quando uma<br />
outra coisa lhe chamou a atenção. Estava escuro demais para definir. Um vulto<br />
sobrenatural vagava entre as ripas baixas. Instantes após, avistou outra sombra<br />
juntando-se à primeira. Pareciam dois porcos chafur<strong>da</strong>ndo no chão. Eram<br />
quadrúpedes, com certeza, mas grandes demais para ser porcos. Arrepiou-se.<br />
Seriam onças, então? Pensou em chamar o irmão. Os dois fantasmas continuaram<br />
perto do celeiro. Cerrou os olhos, tentando desven<strong>da</strong>r o mistério. Estava<br />
entretido com os vultos quando, repentinamente, avistou uma esfera luminosa<br />
cruzando o céu. Gregório ficou boquiaberto. A estranha bola de luz pairou<br />
próximo <strong>da</strong> caixa d’água. Não enxergava formas no interior do objeto nem<br />
precisava seu tamanho real. Feixes de luz provenientes <strong>da</strong> bola distante<br />
alcançavam a janela. O deslumbramento deu lugar ao medo. Seria uma nave?<br />
Estrela cadente não era. Estrelas não estacionam no céu! O objeto era dono de<br />
uma luz fenomenal. Gregório vasculhou o esqueleto do celeiro à procura <strong>da</strong>s<br />
sombrias criaturas. Não viu na<strong>da</strong>. Teriam elas presenciado o estranho<br />
fenômeno também? Se viram, já tinham fugido assusta<strong>da</strong>s. O terreno estava<br />
vazio à.exceção do objeto voador. Saltou pela janela no intuito de investigar o<br />
estranho fenômeno mais de perto. Era lindo. Tinha uma luz pratea<strong>da</strong>, por<br />
vezes azula<strong>da</strong>. Aproximou-se mansamente, evitando qualquer ruído. A coisa<br />
poderia escutá-lo. Estava a uns quinze metros <strong>da</strong> caixa d’água; o celeiro<br />
aparecia à esquer<strong>da</strong>, sem nenhum movimento estranho. Decidiu avançar mais.<br />
Se Gregório fizesse idéia do que sua curiosi<strong>da</strong>de implicaria, certamente<br />
desistiria <strong>da</strong> funesta expedição. Desafortuna<strong>da</strong>mente, o homem estava<br />
excitado demais para raciocinar ou perceber as sombras malévolas que voltavam<br />
a ron<strong>da</strong>r o celeiro.<br />
Estava agora a cinco metros <strong>da</strong> caixa d’água. Aparentemente, o objeto<br />
ain<strong>da</strong> não havia detectado sua presença, já que permanecia flutuando,<br />
oscilando para cima e para baixo. A ca<strong>da</strong> passo, a luz tornava-se mais intensa.