12.04.2013 Views

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

—Você vai matá-lo mesmo. — retrucou o capanga.<br />

Pablo sacou a pistola. Conferiu o relógio. Tempo acabado. Sapecou a<br />

cabeça de Renan com um disparo certeiro. O garoto nem percebera o que tinha<br />

lhe acontecido, se estivesse sonhando...<br />

Pablo apontou a arma para Jorge, o homem de colete, e descarregou o<br />

restante <strong>da</strong>s balas enquanto gritava, intercalando a locução com ca<strong>da</strong> disparo:<br />

— Detesto — que — me deixem — nervoso!<br />

O de colete tombou morto como todo bom defunto. O outro capanga<br />

permaneceu calado.<br />

— Gosto de cumprir meus tratos e promessas. Cumpri o trato, agora<br />

só me resta a promessa. — Pablo guardou a pistola no coldre, fez sinal para o<br />

outro homem e ambos saíram do galpão. — Vamos pegar aquele monte de<br />

mer<strong>da</strong> do Gregório.<br />

Quinze minutos depois, Pablo estacionava o sedã em frente do prédio de<br />

Gregório. Sabia que não encontraria o fodido em casa, mas em algum segundo<br />

de azar, em algum descuido, poderia ter deixado qualquer vestígio ou rastro<br />

de onde fora esconder o rabo.<br />

— Sei que o cara não seria tão burro de ain<strong>da</strong> estar aqui. — disse Pablo<br />

para o auxiliar. — Por via <strong>da</strong>s dúvi<strong>da</strong>s, espere em baixo, Ney. Se o safado<br />

aparecer, é só passar fogo. Não precisa perguntar na<strong>da</strong>, nem <strong>da</strong>r bom-dia.<br />

O homem assentiu com a cabeça.<br />

Pablo adentrou o prédio, subindo as esca<strong>da</strong>s rapi<strong>da</strong>mente. Examinou a<br />

porta. Estava encosta<strong>da</strong>, e parecia ter sido força<strong>da</strong>. Talvez Gregório tivesse<br />

outras dívi<strong>da</strong>s e cobradores muito irritados. Pablo sacou a pistola e entrou<br />

lentamente, sem produzir ruído. A sala estava vazia. Os móveis pareciam<br />

adormecidos, inertes ao tempo. A janela aberta permitia a luz <strong>da</strong> lua inun<strong>da</strong>r<br />

o recinto. O chão junto à janela estava molhado, com uma pequena poça<br />

d’água, pois tinha chovido muito pela madruga<strong>da</strong>. Quer dizer que ninguém<br />

voltara para abaixar os vidros. Pablo entrou no quarto. As portas do guar<strong>da</strong>roupa<br />

estavam escancara<strong>da</strong>s, e o móvel vazio. Em cima <strong>da</strong> cômo<strong>da</strong>, um copo<br />

de café frio. Ouviu sirenes. Colocou a arma no bolso do sobretudo, segurandoa<br />

pelo gatilho. As sirenes pararam. O som não era de viatura militar, talvez<br />

ambulância. Vasculhou algumas gavetas, quase to<strong>da</strong>s vazias ou com objetos<br />

inúteis e contas a pagar. Voltou para a sala. No cantinho, perto <strong>da</strong> janela, havia<br />

um papel cor-de-rosa, quase escondido pela cortina. Abaixou-se para apanhá-lo.<br />

No corredor, formou-se uma algazarra terrível. Pablo correu para a cozinha,<br />

recostando-se à parede e aguardou um momento. Se quisessem entrar, já o<br />

teriam feito. Alguma coisa estava acontecendo no apartamento vizinho, mas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!