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O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

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tentar confortar os humanos, tentar esconder os seres <strong>da</strong> terra <strong>da</strong> gana<br />

indescritível <strong>da</strong>s feras <strong>da</strong> escuridão. Mas, se um milagre não acontecesse, não<br />

poderiam detê-las.<br />

O vampiro limpou o sangue que escorria <strong>da</strong> boca. Afastara-se do grupo<br />

de anjos muito tempo atrás. Havia saciado a sede com as feras do inferno.<br />

Relâmpagos caíam a todo instante, batendo contra as árvores e assustando os<br />

humanos. Cheiro de chuva. O vampiro sentiu uma dor rápi<strong>da</strong> no peito... talvez<br />

o coração morto... Samuel trazia a espa<strong>da</strong> flamejante e embrenhava-se na mata<br />

vizinha ao pasto <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>. Não precisava mais aju<strong>da</strong>r as criaturas celestiais. A<br />

promessa fora cumpri<strong>da</strong>, a dívi<strong>da</strong> para com a compaixão do anjo fora paga.<br />

Destroçara um incontável número de demônios. O corpo estava coberto de<br />

sangue que vertera do ferimento provocado nas feras, mas, aos poucos, o<br />

líquido sobrenatural ia sumindo, desaparecendo de sua pele. O vampiro acreditava<br />

que os anjos recém-chegados estavam ali para reforçar o grupo<br />

resistente. Não ficaria mais em Belo Verde; era hora de trilhar o próprio<br />

caminho, de aprender a viver na Noite Escura, habituar-se a dormir em caixões<br />

e a temer o sol. Era um vampiro e mais na<strong>da</strong>. Teria de aprender, sem mestres,<br />

sem padrinhos, que poderes e que fraquezas tinha. Jamais viveria sua<br />

Aventura, jamais cruzaria os portões do Paraíso. Era hora de ir embora,<br />

investir-se <strong>da</strong> escuridão... ser filho eterno <strong>da</strong> noite... aprender a ser vampiro e<br />

esquecer a família.<br />

Thal sorriu. Sentiu o corpo tocado, a fé recompensa<strong>da</strong>. Orava por um<br />

milagre, e o milagre estava chegando. Algo em seu ouvido sussurrava,<br />

misturado aos trovões, aos relâmpagos; algo pedia que ele se agarrasse à vi<strong>da</strong>.<br />

Orava para que o tempo fosse suficiente, pois os generais autorizavam a<br />

avalanche final. Os urros <strong>da</strong>s feras foram crescendo assustadoramente.<br />

— Destruir! — gritou o general satânico.<br />

Miguel ergueu os olhos, empunhou a espa<strong>da</strong> de luz e farfalhou as asas.<br />

Se os anjos estavam ali para aju<strong>da</strong>r, era hora de agrupar. A avalanche de<br />

demônios vinha varrendo o pasto e tremendo o ar. Corriam e voavam,<br />

querendo fechar sobre o resto dos guerreiros. Retesou os músculos e aferrou as<br />

mãos no cabo <strong>da</strong> espa<strong>da</strong> e dobrou as asas, mantendo-as ergui<strong>da</strong>s. Um brilho<br />

dourado cruzou seu corpo, e a armadura energética vin<strong>da</strong> <strong>da</strong>s orações humanas<br />

refulgiu. O anjo inspirou longamente e prendeu o ar. Quando expirasse, a<br />

espa<strong>da</strong> já estaria batendo contra as armas inimigas.<br />

Meia-noite e cinco.<br />

Os disparos dentro do celeiro tinham acabado há poucos minutos quando<br />

a extraordinária explosão libertara uma luminosa esfera para o céu.<br />

Vera e Jessup não agüentavam mais aquela espera angustiante.

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