O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
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—Tenente, diga-me. Esses "intrusos" podem ser elementos extraterrenos? —Não sei se estou temendo ou torcendo, mas acredito que sim, são extra-terrestres. Meia-noite e dezesseis. Gaza-el, comandante dos mais valentes do exército oriental, tinha lágrimas nos olhos. Como todos, trajava túnica vermelha com barra cor de ouro. As asas eram prata e a pele, cobre-escuro. Havia se separado do grupo de guerreiros e conferenciava com Vuhtiel. — Nobre líder, sei que estou agredindo sua vontade, sei que estou rompendo as regras dessa maldita batalha, mas não posso deixar de clamar. Liberte-me, por favor. Vuhtiel olhava-o profundamente nos olhos. Aquela trombeta toni-truante nunca mais calaria. Sua eternidade seria assombrada por aquele grito metálico. O guerreiro, porém, não sabia o que pedia. Vuhtiel não podia compactuar. Não daria aos demônios a chance de lançar sobre a terra um novo flagelo nas proporções do que presenciavam agora. Meia noite e dezoito. — Desliguem os motores! — ordenou o comandante da operação. — Permaneçam na aeronave e aguardem ordens. Os Tucanos pararam; a velocidade de giro das hélices reduzia-se lentamente. Na pista, ecoava apenas o tamborilar dos pingos de chuva. Meia-noite e dez. Ensopada de chuva, uma garotinha entrou na igreja de Belo Verde, que fervia com os fiéis em devotada corrente de orações. Empurrou os adultos ajoelhados até alcançar sua vovó. Puxou-lhe a manga do vestido diversas vezes, interrompendo a oração da compenetrada senhora. A velha ralhou, mas rendeu-se ao rostinho angelical. —Que que é, baixinha? —Quero fazer cocô. —Corre no banheirinho. —Não quero ir sozinha. —Ai, minha filha! A avó levantou-se, perdeu um tempo imenso para transpor a multidão de fiéis ajoelhados e prostrados até alcançar o corredor, milagrosamente livre para
os passantes. Mudou de idéia quando viu a gigantesca fila de crianças necessitadas à porta do "banheirinho". Pegou a neta no colo e caminhou, lentamente, vencendo o amontoado de pessoas, para fora do templo. Chovia forte. Tomou emprestado o guarda-chuva de um adolescente e seguiu com a pequena para os fundos da igreja. Se tivesse sorte, o lugar estaria desocupado. O vento, combinado com a chuva, atrapalhava a visão cansada. Levou quase um minuto para concluir que estavam sozinhas. Retirou da bolsa alguns guardanapos de papel para fazer a higiene da menina. As duas acabaram molhadas, mas estava feito. Poderia voltar para a vigília. Ao erguer a menina, percebeu a expressão de surpresa no rostinho. — Anjinho... — murmurou. A velha virou o rosto na direção para onde a garotinha apontava e espantou-se com o cenário. Dezenas de pontos luminosos dançavam distantes, um quilômetro, talvez mais. Andou com dificuldade na lama até alcançar uma cerca de arame farpado de uma fazenda pegada à igreja. — Virgem Santíssima, Mãe de Deus. Cê tá certa, a-aquilo ali são anjos, meu amor... — balbuciou a vovó, deslumbrada. Minutos depois, entrou na igreja gritando pelo pastor, gritando para o povo. Tinha anjos lá fora! Meia-noite e dezenove. Os Tucanos esperavam na pista. Na sala de radar, um verdadeiro barraco estava armado e dividia as opiniões. —Pode ser um ataque? —Não contra a gente. — respondeu o comandante de operações. —Dou razão ao comandante. — prosseguiu Celso. — Veja, os novos pontos descem da Mãe e "agrupam-se" ao redor destes que estavam imóveis por quase dois minutos. Eles cercam, mas não ínteragem. — Celso apontou para um grupo pequeno de pontos luminosos. — Esses aqui estavam quase desaparecendo, um a um. Restavam pouco mais de vinte, não é? formando um círculo na altura do chão... provavelmente no chão. Fazem essas evoluções, vôos curtos; parece um balé. —Balé. Do que você está falando, tenente? —Quantos são agora? — inquiriu o brigadeiro, cortando o comandante. —Não sei... parece uma chuva de meteoros, são centenas. Só um minuto, o computador vai dizer. — Com ajuda do mouse, Celso selecionou um
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os passantes. Mudou de idéia quando viu a gigantesca fila de crianças<br />
necessita<strong>da</strong>s à porta do "banheirinho". Pegou a neta no colo e caminhou,<br />
lentamente, vencendo o amontoado de pessoas, para fora do templo. Chovia<br />
forte. Tomou emprestado o guar<strong>da</strong>-chuva de um adolescente e seguiu com a<br />
pequena para os fundos <strong>da</strong> igreja. Se tivesse sorte, o lugar estaria desocupado.<br />
O vento, combinado com a chuva, atrapalhava a visão cansa<strong>da</strong>. Levou quase<br />
um minuto para concluir que estavam sozinhas. Retirou <strong>da</strong> bolsa alguns<br />
guar<strong>da</strong>napos de papel para fazer a higiene <strong>da</strong> menina. As duas acabaram<br />
molha<strong>da</strong>s, mas estava feito. Poderia voltar para a vigília. Ao erguer a menina,<br />
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— Anjinho... — murmurou.<br />
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espantou-se com o cenário. Dezenas de pontos luminosos <strong>da</strong>nçavam distantes,<br />
um quilômetro, talvez mais. Andou com dificul<strong>da</strong>de na lama até alcançar uma<br />
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— Virgem Santíssima, Mãe de Deus. Cê tá certa, a-aquilo ali são<br />
anjos, meu amor... — balbuciou a vovó, deslumbra<strong>da</strong>.<br />
Minutos depois, entrou na igreja gritando pelo pastor, gritando para o<br />
povo. Tinha anjos lá fora!<br />
Meia-noite e dezenove.<br />
Os Tucanos esperavam na pista. Na sala de ra<strong>da</strong>r, um ver<strong>da</strong>deiro<br />
barraco estava armado e dividia as opiniões.<br />
—Pode ser um ataque?<br />
—Não contra a gente. — respondeu o coman<strong>da</strong>nte de operações.<br />
—Dou razão ao coman<strong>da</strong>nte. — prosseguiu Celso. — Veja, os novos<br />
pontos descem <strong>da</strong> Mãe e "agrupam-se" ao redor destes que estavam<br />
imóveis por quase dois minutos. Eles cercam, mas não ínteragem. —<br />
Celso apontou para um grupo pequeno de pontos luminosos. — Esses<br />
aqui estavam quase desaparecendo, um a um. Restavam pouco mais de<br />
vinte, não é? formando um círculo na altura do chão... provavelmente no<br />
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—Balé. Do que você está falando, tenente?<br />
—Quantos são agora? — inquiriu o brigadeiro, cortando o coman<strong>da</strong>nte.<br />
—Não sei... parece uma chuva de meteoros, são centenas. Só um minuto,<br />
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