O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

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12.04.2013 Views

com ele, subindo e subindo. Estava investido de um poder num nível nunca experimentado. Era hora de aproveitar e acabar com a raça dos demônios... Rezava para que ainda houvesse tempo... Assim que botou os olhos no céu, descobriu por que não se continha dentro do corpo: transbordava em energia pura. O pastor Elias certamente tinha conseguido executar com perfeição sua tarefa. Milhares de raios de luz jorravam em direção ao céu, voltando aos anjos em forma de energia. Dessa maneira, suportariam severas investidas do inimigo; estariam refeitos em questão de segundos. Restava saber se ainda poderia executar sua tarefa... Quanto tempo estivera aprisionado à carne do mortal? Voou como raio em direção à igreja. O portentoso facho de luz parecia arder, tamanha sua intensidade! Lá estavam seus homens, pelejando como vitoriosos. A chuva intensificava ainda mais o bem-estar de Thal. Sabia que poderia vencê-los. O oceano vermelho parecia uma represa prestes a ruir, mas, ao invés de água furiosa, libertaria demônios enlouquecidos. Quando começou a descer, pronto para entrar na batalha, aconteceu. O mar vermelho desgrudou-se do horizonte, deixando a beira da floresta, todos de uma vez, como um estouro de manada. Eram mais de dez mil. De relance, Thal não tinha certeza se contava com mais de cem homens. Seria dura a batalha, mas levariam tantos quanto pudessem. A cidade não morreria. Ele não iria permitir! Os generais satânicos tinham se impacientado. Por volta da meia-noite, o céu se iluminou intensamente, e seus homens começaram a levar a pior. A cada mil enviados, as baixas no exército de luz eram insignificantes. Havia um pequeno grupo separado, os anjos feridos. Não eram problema, deveriam estar imprestáveis para a batalha. Em luta, havia aproximadamente cento e vinte, investidos de muito mais força, certamente recebendo orações. Era hora de acabar com a brincadeira, antes que o poderoso general Thal voltasse, sem dar chance de se beneficiarem do poder das preces. — Tropas, preparar para atacar! — gritou um general-demônio. — Todos ao mesmo tempo! Os milhares de cães impacientaram-se, enfiando as patas no gramado, atirando terra para o ar. Anjos negros desembainharam as espadas, prontas para acertar os anjos de luz. Todos queriam estar na frente; do contrário, não teriam o prazer de destruir nenhum. Eram tão poucos, tão miseráveis! Um demônio alado desceu das alturas gritando e gargalhando. — Ele está vindo! Referia-se ao anjo Thal. — Atacar! Atacar! Atacar!

Uma colossal onda de demônios, capetas, anjos bestiais e cães vermelhos tomou conta do gramado, avançando como uma parede de destruição. Thal alcançou o grupo de feridos. Miguel estava à frente, aguardando o momento de entrar em campo, e o momento era aquele. —Quantos vocês são, Miguel? —Somos oitenta e dois. —Estão todos recuperados? —Ainda não. Thal lançou um olhar para o campo. A onda chegava, implacável, e em segundos estaria em cima de suas cabeças. —Quantos vão lutar? —Todos, general. Thal balançou a cabeça, agradecido. —E quantos eles são? —Onze mil. Thal desembainhou a espada. Acreditava ser esta a última vez que usaria a inseparável arma amiga. Iria sem medo; cumpriria seu destino com hombridade. A onda encobriu seus guerreiros, que batalhavam no campo. Atacava com fúria mortal, formando uma redoma escarlate, sufocando os anjos de luz. O anjo olhou para os feridos, encabeçado pelo legendário Miguel. Juntos, formariam a última carga. Os guerreiros se colocavam de prontidão, erguendo o peito e deixando a água da chuva abençoar o corpo. Um vento forte cruzou o pasto, balançando os cabelos dos anjos. Todos, como o general, sentiam a energia transbordar. Poderiam morrer, mas surpreenderiam as feras, isso era certo. — Vamos. — ordenou Thal. Pelo que ele enxergou, contavam com pouco mais que noventa anjos no campo de batalha, e estava entrando com oitenta e dois anjos, nem todos completamente curados. Considerando que as feras ainda eram aproximadamente onze mil, seriam mais de sessenta demônios para cada anjo de luz. Thal abriu um sorriso, revelando paz e perseverança a seus homens. A couraça espectral refulgiu. Atravessaram a gigantesca redoma escarlate, abrindo caminho à custa de

Uma colossal on<strong>da</strong> de demônios, capetas, anjos bestiais e cães vermelhos<br />

tomou conta do gramado, avançando como uma parede de destruição.<br />

Thal alcançou o grupo de feridos. Miguel estava à frente, aguar<strong>da</strong>ndo o<br />

momento de entrar em campo, e o momento era aquele.<br />

—Quantos vocês são, Miguel?<br />

—Somos oitenta e dois.<br />

—Estão todos recuperados?<br />

—Ain<strong>da</strong> não.<br />

Thal lançou um olhar para o campo. A on<strong>da</strong> chegava, implacável, e em<br />

segundos estaria em cima de suas cabeças.<br />

—Quantos vão lutar?<br />

—Todos, general.<br />

Thal balançou a cabeça, agradecido.<br />

—E quantos eles são?<br />

—Onze mil.<br />

Thal desembainhou a espa<strong>da</strong>. Acreditava ser esta a última vez que usaria<br />

a inseparável arma amiga. Iria sem medo; cumpriria seu destino com<br />

hombri<strong>da</strong>de.<br />

A on<strong>da</strong> encobriu seus guerreiros, que batalhavam no campo. Atacava<br />

com fúria mortal, formando uma redoma escarlate, sufocando os anjos de luz.<br />

O anjo olhou para os feridos, encabeçado pelo legendário Miguel. Juntos,<br />

formariam a última carga. Os guerreiros se colocavam de prontidão, erguendo o<br />

peito e deixando a água <strong>da</strong> chuva abençoar o corpo. Um vento forte cruzou o<br />

pasto, balançando os cabelos dos anjos. Todos, como o general, sentiam a<br />

energia transbor<strong>da</strong>r. Poderiam morrer, mas surpreenderiam as feras, isso era<br />

certo.<br />

— Vamos. — ordenou Thal.<br />

Pelo que ele enxergou, contavam com pouco mais que noventa anjos no<br />

campo de batalha, e estava entrando com oitenta e dois anjos, nem todos<br />

completamente curados. Considerando que as feras ain<strong>da</strong> eram<br />

aproxima<strong>da</strong>mente onze mil, seriam mais de sessenta demônios para ca<strong>da</strong> anjo<br />

de luz. Thal abriu um sorriso, revelando paz e perseverança a seus homens. A<br />

couraça espectral refulgiu.<br />

Atravessaram a gigantesca redoma escarlate, abrindo caminho à custa de

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