O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
O Senhor da Chuva - Jovem Sul News O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
filosofia; só não queria matar. Exceção era o cabeludo. Ao lado, Gregório arrastava-se tentando alcançar a porta. Atiravam em sua direção, mas os caras estavam tão desesperados, que não acertavam nada. Gregório arrastou-se para fora e deitou-se de costas, recebendo a água da chuva no rosto, no peito e nas pernas, enchendo-se de energia novamente. Quando o pé tocara a poça, havia sentido o mesmo, mas em escala muito menor, o suficiente para romper as cordas, mas não para enfrentar as balas. Agora, sim, estava forte o bastante. Que viessem, que viessem em seu peito. Agora ele era indestrutível. Quando Tatá viu Gregório, não entendeu nada. Imaginou que o cara já tivesse posto sebo nas canelas. O que viu nos instantes seguintes, porém, foi espetacular, aquelas coisas de contar para os netos, se sobrevivesse. Não teria ficado tão deslumbrado se soubesse o desfecho daquele ato, mas apavorado. Na verdade, teria evitado com a própria vida. Gregório, com as roupas ensopadas pela chuva, voltou ao celeiro pela mesma porta. Vislumbrou espanto em duas ou três faces. Por um segundo, teve a impressão de que uma camada de luz aparecera e desaparecera sobre o corpo rapidamente. Sentia-se poderoso. O senhor da chuva voltava com mais energia. Uma rajada de balas correu em sua direção. Nenhuma o acertou, e antes que outra viesse, com uma cambalhota ligeira alcançou a arma de Edu, abandonada no meio do galpão. Engatilhou a pistola. Energia. Conhecia aquela arma. Sentiu-se confortado em tocá-la. Levantou-se rapidamente, fazendo gotículas de chuva desprender da roupa ensopada e do cabelo molhado. Era sua arma, sua espada; iria manejá-la como ninguém. Um passo para frente. Confusão. Mais tiros vindo dos seguidores de Satã. Respirava compassadamente, controlado. Precisava colocar ordem na bagunça; acertar Pablo. Puxou o gatilho. O primeiro disparo acertou um cara abaixado atrás de um latão e arrancou sua orelha esquerda, fazendo-o espernear, como um porco no matadouro. O segundo disparo fez o homem parar de espernear, atravessandolhe o coração. Os bandidos procuravam proteção e coragem para disparar novamente. Estavam amedrontados. Tinha gente morrendo, morrendo de verdade. Uma vez que estavam concentrados em acertar Gregório, Tatá aproveitou e disparou também, acertando Ney no ombro. Pablo estava escondido atrás do pneu, aguardando um bom momento para acertar a cabeça de Gregório. Precisaria de um só tiro. O velho Genaro, desesperado, gritava da porta da frente, que dava acesso ao altar, para que não matassem Gregório; essa não era a vontade de Khel. Parecia uma bicha-velha, desnorteado, agarrando o rosto com as mãos,
sem coragem de entrar no tiroteio. Gregório encerrou a agonia de mais dois ratos. Agora, eles estavam mais escassos, mais escondidos. Varreu o lugar com a visão. Ainda tinha seis homens entocados. Ney estava no chão, chorando, com o ombro sangrando. Desde que entrara no galpão, Gregório não param de avançar em passos lentos. Alcançou Ney e terminou com sua agonia. — Essa é pelo Renan, seu merda. A pistola explodiu, cuspindo um projétil certeiro. A bala entrou no olho de Ney, encerrando aquilo que ele chamava de vida. Ainda soltou um suspiro prolongado, misturado a um gemido. Estava morto. Agora, eram cinco. — Você me paga, miserável! — gritou Pablo, abandonando o esconderijo. Gregório disparou duas vezes, acertando somente o casaco do traficante. Pablo passara correndo do pneu para um amontoado de caixas, à direita de Gregório. —Você só acerta gente caída, não é? — berrou o traficante. —Acho que sim. Mas vou acertar você também, parado ou correndo. —Cê tá morto, Gregório. —Então, por que você é quem tá cagando nas calças? Os outros quatro estavam quietos, tentando espiar o que acontecia, apavorados demais para ser os heróis da noite. Que o forasteiro se virasse com o "protegido" do Gê. Gregório não deveria ter dito aquilo. O sangue de Pablo ferveu. Nenhum psicótico gosta de ser pressionado. O ódio tomou conta da cabeça do homem. Que morresse! Que se fodesse, mas levaria Gregório com ele. Tatá espreitava. Qualquer um que aparecesse para atirar ia levar chumbo. Aquele Gregório era maluco da cabeça; ficar bem ali, no meio, não era o jeito mais esperto de pegar os caras. Mas que diabos! O pior é que aquele plano maluco estava funcionando! Onze e quarenta da noite. Os anjos aguardavam o retorno de seu general, o anjo do ponto. Então, um par de olhos descolou-se do oceano vermelho estendido à frente. Veio ligeiro, como raio, direto para o diminuto grupo de anjos. Era um anjo negro.
- Page 177 and 178: quando eram repartidos pelas espada
- Page 179 and 180: — Vocês saíram hoje para procur
- Page 181 and 182: um anjo negro. Não é um cão. Voa
- Page 183 and 184: vivo. Era um cheiro atraente, ao me
- Page 185 and 186: Doglinhas. Um rastro farto de sangu
- Page 187 and 188: que cessou logo. Thal parecia recup
- Page 189 and 190: —Amigo, quanto tempo, hein? — c
- Page 191 and 192: os anjos de luz. Esses, sim, maneja
- Page 193 and 194: podem. Seu Deus não virá salvar s
- Page 195 and 196: Thal, por estratégia, estava aloca
- Page 197 and 198: eficiente golpe, enquanto a perna e
- Page 199 and 200: naquele instante era um talk-show p
- Page 201 and 202: o bem e o mal. Jeová e Satanás em
- Page 203 and 204: vampiro notou que vez por outra uma
- Page 205 and 206: o novo ataque do exército negro. N
- Page 207 and 208: deliciosa, ofertando as partes mais
- Page 209 and 210: Todos estavam na sacristia. Gregór
- Page 211 and 212: tentando cavar uma saída pela pare
- Page 213 and 214: Os anjos feridos melhoravam bastant
- Page 215 and 216: Thal gritou. O corpo impactou-se co
- Page 217 and 218: lata iniciou uma série de piscadel
- Page 219 and 220: — Não me provoque, filho de uma
- Page 221 and 222: tornando os corpos dos anjos enfraq
- Page 223 and 224: —Não. Vamos dar mais algum tempo
- Page 225 and 226: impossível saber. No mínimo, trê
- Page 227: campo visual, Tatá localizou Greg
- Page 231 and 232: Mael, comandante do quinto pelotão
- Page 233 and 234: Clic! O som do cano da pistola bate
- Page 235 and 236: que já tinham ouvido. A figura, ex
- Page 237 and 238: Uma colossal onda de demônios, cap
- Page 239 and 240: alcançou o cão, antes que lhe def
- Page 241 and 242: não é fixa, tem hora que parece m
- Page 243 and 244: os passantes. Mudou de idéia quand
- Page 245 and 246: Drekul, anjo-negro, destruíra inú
- Page 247 and 248: tentar confortar os humanos, tentar
- Page 249 and 250: Vera correu mais rápido, esperando
- Page 251 and 252: — Afastem-se! — tornou o médic
- Page 253 and 254: duzentos e um guerreiros. Eram infe
- Page 255 and 256: mas de alguma maneira mantinha-se s
- Page 257 and 258: —Por favor, comando, suspenda a o
- Page 259 and 260: —Prossiga, Olho 2. O piloto conti
- Page 261 and 262: —Abram fogo! — gritava Mendonç
- Page 263 and 264: Capítulo 25 No NECROTÉRIO DO HOSP
- Page 265 and 266: —Seu cão, Khel, tomou a alma de
filosofia; só não queria matar. Exceção era o cabeludo. Ao lado, Gregório<br />
arrastava-se tentando alcançar a porta. Atiravam em sua direção, mas os caras<br />
estavam tão desesperados, que não acertavam na<strong>da</strong>.<br />
Gregório arrastou-se para fora e deitou-se de costas, recebendo a água <strong>da</strong><br />
chuva no rosto, no peito e nas pernas, enchendo-se de energia novamente.<br />
Quando o pé tocara a poça, havia sentido o mesmo, mas em escala muito<br />
menor, o suficiente para romper as cor<strong>da</strong>s, mas não para enfrentar as balas.<br />
Agora, sim, estava forte o bastante. Que viessem, que viessem em seu peito.<br />
Agora ele era indestrutível.<br />
Quando Tatá viu Gregório, não entendeu na<strong>da</strong>. Imaginou que o cara já<br />
tivesse posto sebo nas canelas. O que viu nos instantes seguintes, porém, foi<br />
espetacular, aquelas coisas de contar para os netos, se sobrevivesse. Não teria<br />
ficado tão deslumbrado se soubesse o desfecho <strong>da</strong>quele ato, mas apavorado. Na<br />
ver<strong>da</strong>de, teria evitado com a própria vi<strong>da</strong>.<br />
Gregório, com as roupas ensopa<strong>da</strong>s pela chuva, voltou ao celeiro pela<br />
mesma porta. Vislumbrou espanto em duas ou três faces. Por um segundo, teve<br />
a impressão de que uma cama<strong>da</strong> de luz aparecera e desaparecera sobre o corpo<br />
rapi<strong>da</strong>mente. Sentia-se poderoso. O senhor <strong>da</strong> chuva voltava com mais energia.<br />
Uma raja<strong>da</strong> de balas correu em sua direção. Nenhuma o acertou, e antes que<br />
outra viesse, com uma cambalhota ligeira alcançou a arma de Edu, abandona<strong>da</strong><br />
no meio do galpão. Engatilhou a pistola. Energia. Conhecia aquela arma.<br />
Sentiu-se confortado em tocá-la. Levantou-se rapi<strong>da</strong>mente, fazendo gotículas<br />
de chuva desprender <strong>da</strong> roupa ensopa<strong>da</strong> e do cabelo molhado. Era sua arma,<br />
sua espa<strong>da</strong>; iria manejá-la como ninguém. Um passo para frente. Confusão.<br />
Mais tiros vindo dos seguidores de Satã. Respirava compassa<strong>da</strong>mente,<br />
controlado. Precisava colocar ordem na bagunça; acertar Pablo. Puxou o<br />
gatilho. O primeiro disparo acertou um cara abaixado atrás de um latão e<br />
arrancou sua orelha esquer<strong>da</strong>, fazendo-o espernear, como um porco no<br />
matadouro. O segundo disparo fez o homem parar de espernear, atravessandolhe<br />
o coração.<br />
Os bandidos procuravam proteção e coragem para disparar novamente.<br />
Estavam amedrontados. Tinha gente morrendo, morrendo de ver<strong>da</strong>de.<br />
Uma vez que estavam concentrados em acertar Gregório, Tatá<br />
aproveitou e disparou também, acertando Ney no ombro.<br />
Pablo estava escondido atrás do pneu, aguar<strong>da</strong>ndo um bom momento<br />
para acertar a cabeça de Gregório. Precisaria de um só tiro.<br />
O velho Genaro, desesperado, gritava <strong>da</strong> porta <strong>da</strong> frente, que <strong>da</strong>va<br />
acesso ao altar, para que não matassem Gregório; essa não era a vontade de<br />
Khel. Parecia uma bicha-velha, desnorteado, agarrando o rosto com as mãos,