12.04.2013 Views

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

eve segundo, abrindo e aumentando de dentro para fora. Sorriu. Uma goteira.<br />

Era discreta. Demorou até a água ondular novamente. Eram gotas <strong>da</strong> chuva.<br />

Ergueu o rosto, procurando a resposta. E lá estava. Enquanto sua cara servia de<br />

saco de panca<strong>da</strong>s para Pablo, Genaro disparara para cima, abrindo um buraco<br />

no teto. Em intervalos de oito segundos, o chão era bombardeado por<br />

generosas gotas d’água vin<strong>da</strong>s do céu, vin<strong>da</strong>s <strong>da</strong> chuva. Se quisesse escapar<br />

vivo, era melhor alcançar a poça. Seria questão de tempo até a água se ajuntar<br />

e a ação se tornar possível.<br />

Gregório esticou o corpo, empurrando a cabeça para frente. Se desse<br />

certo, talvez as gotas atingissem sua cabeça. Esforçou-se ao extremo, até o pulso<br />

gritar de dor. Não <strong>da</strong>va. Se abaixasse um pouco, o pé direito alcançaria a poça.<br />

Lamentava a bota não possuir um furo na sola. A água jamais atravessaria<br />

aquele calçado.<br />

— Que cê tá querendo fazer? — perguntou Ney, que o observava<br />

curioso há alguns minutos. — Tá se esfregando que nem bicha-louca aí nesse<br />

pau...<br />

—Não enche, Ney. Tô com um problema aqui...<br />

Ney aproximou-se.<br />

—Que problema, bonitão?<br />

—Acho que entrou um prego na minha bota. Um prego dos<br />

grandes. Meu pé tá parecendo uma bica de água natural de tanto<br />

sangue que está saindo. Argh! Como dói.<br />

—Que se fo<strong>da</strong>, Grégui. — retrucou, <strong>da</strong>ndo as costas.<br />

Gregório continuou simulando seus gemidos por mais alguns segundos,<br />

tentando se livrar <strong>da</strong> bota. Esfregava a batata <strong>da</strong> perna contra a coluna,<br />

procurando uma reentrância na madeira onde a boca <strong>da</strong> bota pudesse se<br />

enroscar. Assim, talvez conseguisse se livrar <strong>da</strong> peça.<br />

Dez e cinqüenta e cinco <strong>da</strong> noite.<br />

—Eles ain<strong>da</strong> têm aproxima<strong>da</strong>mente quinze mil sol<strong>da</strong>dos.<br />

—E o que esperam? — inquiriu Mael.<br />

—Estão separados em grandes grupos, com mil demônios ca<strong>da</strong>.<br />

Não sei o que aguar<strong>da</strong>m... talvez saibam que Thal não está aqui.<br />

—É bem possível.<br />

—Devemos atacar, Mael?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!