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e dirigiu-se para a caminhonete. Os homens subiram. Mael agarrou o párachoque<br />
<strong>da</strong> pick-up firmemente. Veio o tranco: não precisaria empregar tanta<br />
força, pois seria fácil detê-la. O único inconveniente era um cão aproximar-se e<br />
molestá-lo, mas, com sua visão periférica, percebia que restavam poucos<br />
animais, e os irmãos estavam levando a melhor. Uma esfera de luz<br />
aproximava-se à esquer<strong>da</strong>. Era um anjo. Era Thal. O general vinha muito<br />
rápido. Por um instante, tudo tornou-se brilhante demais para Mael. Em<br />
segui<strong>da</strong> os olhos perderam o brilho, lentamente. Thal não chegara até ele<br />
ain<strong>da</strong>. Soltou a pick-up, não suportando mais o peso. A força sobrenatural<br />
esvaía-se. Escurecia. A ponta de uma espa<strong>da</strong> apareceu em seu peito e um<br />
hálito quente aproximou-se na nuca.<br />
— Morra, miserável... — balbuciou baixinho um anjo negro.<br />
Descontrolado, Thal bombardeou o capô <strong>da</strong> pick-up, sacudindo-a<br />
violentamente. Os humanos assustaram-se, mas o veículo começou a<br />
movimentar-se. Tentou levantar-se, mas caiu de costas. Via agora os faróis<br />
vermelhos, como olhos de demônios, afastando-se. Eles não poderiam levar<br />
Gregório. Queria levantar-se, porém foi impedido pela ponta <strong>da</strong> espa<strong>da</strong> de um<br />
anjo demoníaco, de peito largo e braços fortes. Tinha os músculos<br />
proeminentes e trajava um saiote vermelho. Os chifres eram curtos, porém<br />
pontiagudos.<br />
O demônio sorria. Tinha o anjo do ponto à sua mercê. O general estava<br />
indefeso.<br />
—O campo é lá. — disse Thal, apontando sua espa<strong>da</strong> para o pasto.<br />
—Não precisa dizer, seu filho <strong>da</strong> mãe. Só quero que saiba que eu poderia<br />
ter liqui<strong>da</strong>do você aqui mesmo. — advertiu o anjo do mal.<br />
— Por que está no chão, rolando na lama como os porcos, guerreiro?<br />
— perguntou o inimigo, balançando a cabeça indignado.<br />
Thal ficou em silêncio. A visão o abandonava, enegrecia. Estava sem<br />
forças até para falar.<br />
Sentiu que o levantavam e ouviu o barulho de asas demoníacas sendo<br />
abertas, espalhando som de trovão. Desejou a chuva. A chuva o recuperaria.<br />
Estava sendo carregado com consideração e cui<strong>da</strong>do. Voava rápido. Para onde?<br />
O pânico começou a crescer. Poderia estar sendo carregado para o lado dos<br />
demônios, que avançariam contra ele, todos ao mesmo tempo. Seria<br />
estraçalhado, arremessado ao mar de olhos em brasas. Tentou mover-se. O<br />
corpo não obedecia. Temeu desmaiar, como quase acontecera naquele dia no<br />
beco, em que Khel lhe parecera tão poderoso. Sentiu o corpo liberto.<br />
Despencava <strong>da</strong>s alturas, como aquele dia no beco, quando despencara de cima<br />
do prédio. Quase podia ver tudo acontecendo novamente. Estaria sonha...