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Os anjos feridos melhoravam bastante quando retirados <strong>da</strong> batalha.<br />
Cerca de cinqüenta permaneciam imóveis, como num estado de hibernação.<br />
A luminosi<strong>da</strong>de em suas peles retornava gra<strong>da</strong>tivamente, conferindo aparência<br />
saudável. Talvez houvesse tempo de se restabelecer e voltar ao campo de<br />
batalha. Talvez.<br />
Do meio <strong>da</strong> briga, os quatro anjos resgatadores traziam mais dois.<br />
Voavam em veloci<strong>da</strong>de média. Deixaram os feridos à margem do grupo para<br />
que os juntassem aos demais. Quanto aos quatro aju<strong>da</strong>ntes, já estavam<br />
novamente a caminho <strong>da</strong> batalha, do vespeiro, esperançosos em resgatar mais<br />
irmãos <strong>da</strong>s garras <strong>da</strong> morte.<br />
Thal os observava quando sentiu uma sensação ruim... uma per<strong>da</strong> de<br />
energia. Coisa estranha. Pairado, para melhor observar a batalha, perdeu altura<br />
até tocar o chão, desequilibrado, de quatro, com os joelhos fincados no campo<br />
gramado.<br />
Trovejou. A chuva viria, o que aumentava suas esperanças. Com a chuva,<br />
teria energia extra, mesmo que temporariamente. Iria atacar com fúria e<br />
rapidez. Aproveitar o poder <strong>da</strong> chuva... que o fazia indestrutível.<br />
Thal olhou para o braço. A pele clareou; podia ver o chão através <strong>da</strong><br />
túnica e do braço. Estava desaparecendo. Olhou para trás, para a igreja. Era<br />
isso! Aqueles cães tinham ido acor<strong>da</strong>r Gregório. Não podia permitir. Estaria<br />
tudo acabado. Quando Gregório adormecesse novamente, adormecesse,<br />
poderia ser tarde demais, poderia não haver por que lutar. O anjo gigante<br />
decolou. Precisava chegar o quanto antes. Mais um segundo. Algo de errado,<br />
no entanto, estava acontecendo. As asas perderam a potência. Ele sentia medo.<br />
Caiu involuntariamente, batendo em um morro, jogando terra para os lados e<br />
arrancando plantas. Uma dor profun<strong>da</strong> no tronco. Estava interagindo com o<br />
plano físico. Nunca acontecia, ao menos que fosse preciso e que ele desejasse...<br />
Estava perdendo o controle. Estava tonto, como acontecera ao abandonar o<br />
corpo de Gregório. O braço do anjo formigava... uma fisga<strong>da</strong>, como se algo<br />
penetrasse seu corpo espiritual. Sono... Seria o que os humanos chamavam<br />
estar drogado? Levantou o rosto do chão e olhou para a igreja, mais próxima.<br />
Lá de trás, pôde ver os homens escapando por uma abertura. Havia um corpo.<br />
Era Gregório, inexplicavelmente, ain<strong>da</strong> adormecido. Thal levantou-se com<br />
dificul<strong>da</strong>de, esforçando ao máximo para não perder o equilíbrio. Estava<br />
dopado, drogado. Como era possível sentir-se assim? Não podia esmorecer;<br />
precisava lutar! A vi<strong>da</strong> de muitos anjos dependiam <strong>da</strong> sua consciência.<br />
Precisava lutar! Não sabia li<strong>da</strong>r com o novo. Estavam colocando o homem num<br />
veículo. Tinha que detê-los. Os anjos e cães próximos à cena estavam ocupados<br />
demais para intervir. Decolou. Tomou veloci<strong>da</strong>de. Iria detê-los.<br />
Mael viu quando Gregório foi colocado no veículo. Destruiu mais um cão