12.04.2013 Views

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

osto, sem resposta.<br />

—Acho que esse safado tá morto, Pablo.<br />

—Pode ser. De todo jeito, vamos levar esse filho <strong>da</strong> puta. Safado;<br />

me passou a perna.<br />

Quatro carregaram Gregório com dificul<strong>da</strong>de. Saíram pelo corredor e o<br />

passaram pela janela arromba<strong>da</strong>. Um dos homens adiantou-se e aproximou a<br />

pick-up o máximo possível. Acomo<strong>da</strong>ram Gregório na traseira do veículo e<br />

zarparam, deixando para trás a igreja de Belo Verde. Pela rua de terra bati<strong>da</strong>,<br />

chegariam à rua central, e de lá, rumariam ao sítio de Genaro.<br />

Tudo parecia <strong>da</strong>r certo até que o motorista <strong>da</strong> pick-up sentiu a ro<strong>da</strong><br />

traseira patinar. A impressão era que o veículo tinha afun<strong>da</strong>do em uma poça de<br />

lama. Automaticamente, engatou o sistema 4x4 e patinou mais um pouco. O<br />

motor roncou furiosamente.<br />

O motorista já pensava em descer quando outra estranheza abateu-se<br />

sobre os seqüestradores. Um estalo esquisito... uma bati<strong>da</strong> de carro. Algo havia<br />

atingido o capô <strong>da</strong> pick-up, fazendo-a chacoalhar. Os homens gritaram,<br />

surpreendidos. Repentinamente, o carro estava livre, tomou impulso violento,<br />

devorando a estradinha de terra.<br />

Deveria ser uma poça de lama, pensava o motorista.<br />

O céu escurecera ain<strong>da</strong> mais. Nuvens negras e pesa<strong>da</strong>s cobriam todo o<br />

firmamento. Trevas. Relâmpagos começavam a cruzar o céu, transformando a<br />

noite em algo ain<strong>da</strong> mais tenebroso. Medo.<br />

Nove e cinqüenta e cinco <strong>da</strong> noite.<br />

A segun<strong>da</strong> avalanche de criaturas do inferno parecia muito mais feroz<br />

que a primeira. A matilha que permanecia abaixo <strong>da</strong> batalha rodopiava ansiosa,<br />

esperando, carniceira, os anjos caídos.<br />

Alguma coisa diferente precisava acontecer, pensou Thal. Elias tinha que<br />

obter êxito absoluto em sua empresa. Precisavam reforçar o grupo de orações.<br />

Calculava que se as coisas não mu<strong>da</strong>ssem, suportariam, no máximo, até a meianoite.<br />

Quando sentia o escudo fortalecer, era sinal de baixa nos anjos em<br />

batalha. Os mortos paravam de receber energia que vinha <strong>da</strong> casa, que, por não<br />

ser consumi<strong>da</strong>, retornava ao grupo vivo. Era considerável, mas precisavam de<br />

muito mais. E somente com as orações, com fé ver<strong>da</strong>deira, multiplica<strong>da</strong> várias<br />

vezes, poderiam trazer energia suficiente para protegê-los e fortalecê-los ain<strong>da</strong><br />

mais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!