12.04.2013 Views

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

encher a boca com a carne ilumina<strong>da</strong> dos inimigos celestiais. Como eram<br />

frágeis! E tão poucos! Poderia eliminá-los em minutos. Chegava a ser<br />

decepcionante.<br />

Por que os imundos generais não ordenavam um ataque completo,<br />

maciço, com todos os bandos, com to<strong>da</strong>s as criaturas numa só Leva?<br />

Esmigalhariam as poucas centenas de inimigos. Odiava-os por permitirem a<br />

vi<strong>da</strong> dos anjos. O cão-demônio rugiu ansioso. Queria comê-los vivos. Todos,<br />

os anjos, os generais pertinentes, todos! Olhando para o campo, viu quando o<br />

último irmão negro, ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> primeira leva, fora destruído por um anjo de luz.<br />

Estavam ali, parados, quando poderiam estar lá, espalhando terror e dor. Agora,<br />

os anjos aguar<strong>da</strong>vam, fracos... presas fáceis. Queria ir ao ataque! Que<br />

liberassem a segun<strong>da</strong> leva de demônios!<br />

— Ora, essa! Ataquemos! — gritou Rakin. — Os filhos <strong>da</strong> puta estão<br />

descansando! — berrou incontido.<br />

Os generais lançaram um olhar raivoso para o sol<strong>da</strong>do impertinente.<br />

Rugidos desafiadores cortaram a floresta. Conheciam a natureza <strong>da</strong>queles cães.<br />

Os generais confabularam por breves segundos. Sabiam que contrariá-los por<br />

demais era inconveniente. Tornavam-se incontroláveis. Sobretudo, perigosos.<br />

— Tropa! — vociferou um anjo negro. — Carga!<br />

O cão Rakin sentiu o coração disparar. Estava autorizado. Impulsionou-se<br />

com tamanha força e vontade que fez a terra debaixo dos pés voar para trás.<br />

Raras vezes suas ações manifestavam-se no plano físico. Se um ser humano<br />

estivesse ali, provavelmente morreria de susto ao ver terra voando sem<br />

motivo natural ou talvez morresse intoxicado pelo ódio que sobrecarregava a<br />

área, exalado pela milícia <strong>da</strong>s trevas.<br />

Rakin rugia, galopando. Arreganhou o cenho, expondo a horripilante<br />

dentição amarela<strong>da</strong>. Os olhos permaneciam fixos no anjo que vira assassinar<br />

o último demônio. O corpo subia e descia com feroci<strong>da</strong>de. O galopar dos<br />

incontáveis cães irmãos ecoava poderoso em seus ouvidos. Era uma canção de<br />

guerra. Trovão, trovão, trovão. A sede por matança impulsionava-o para o meio<br />

do campo, percebendo to<strong>da</strong> a potência, do ataque avizinhando-se. Seus irmãos<br />

vinham atrás. Ele era o primeiro, o líder <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> leva. Na crista <strong>da</strong> on<strong>da</strong>.<br />

Mil demônios malévolos, despregados do oceano escarlate, voavam para o<br />

campo de batalha. Sua visão periférica percebeu o céu ser invadido por luz. Os<br />

anjos vinham para aju<strong>da</strong>r os moribundos remanescentes. Eram tão poucos.<br />

Rakin começou a gargalhar. Iria se divertir, iria matar. Alcançou o centro do<br />

campo e ria. Lá estava sua presa. Fraca e feri<strong>da</strong>. Sentiu o coração cantarolar<br />

pela segun<strong>da</strong> vez, acelerar. Era algo semelhante ao que os humanos machos<br />

sentem quando vislumbram pela primeira vez uma fêmea adolescente,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!