O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
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Thal notou que a luta feroz empreendida por seus guerreiros surtia efeito. Via aproximadamente cem anjos vivos, lutando, resistindo. O exército negro ainda era superior, mas não chegava a duzentos agora. Certamente, o primeiro batalhão sobreviveria ao primeiro ataque. Do seu lado, os anjos assistiam, ansiosos, prontos para entrar em campo e destruir tantos demônios quanto pudessem. O tempo passava lento, como em ampulheta danificada, cuja areia estava molhada. O tempo, sabia ele, seria a chave para aquele dia. O pastor trabalharia para que os anjos fossem favorecidos. A primeira parte, ao menos, ele havia cumprido. Reservara Gregório, protegendo-o entre amigos, longe da perturbação, mantendo Thal desperto e livre para empreender aquele combate. Era assim que deveria ser por todo aquele dia. Sem interferências. Ao lado das primeiras filas, Thal viu o anjo Miguel sendo tratado pelos irmãos. Dois anjos, com as mãos estendidas sobre seu corpo, enviavam energia curativa em ondas de luz. Provavelmente, o anjo não estaria bem o suficiente para retornar à batalha, mas não iria perecer diante das forças do mal. Vendo-o consciente e aparentemente melhor, Thal percebeu o bem que fizera Taguinel em trazê-lo de volta. O general destacou mais quatro anjos do segundo batalhão. — Vão até o campo e tragam quantos irmãos feridos e vivos puderem. Devemos isto a eles. Podemos salvar muitos dos nossos. Tomem cuidado para não interferir no conflito. Preocupem-se apenas em trazer nossos queridos irmãos. Os quatro aquiesceram e partiram, voando rente ao pasto, banhando o chão com seus corpos iluminados. Quinze minutos para a meia-noite. O prédio do Canal 3 estava fervendo. Para sorte de Elias e de Guilherme, o diretor de programações, pastor Marcelo Frias, ouvira falar algumas coisas do velho código. Não fora de todo instruído, apenas tinha recebido algum conhecimento. Não duvidou, percebendo a fé verdadeira fluindo do pastor de Belo Verde, refletida em seus olhos brilhantes, emanando de seu corpo energizado. Ordenou que a equipe de jornalismo preparasse alguma coisa para entrarem com o pedido e o assunto antes da meia-noite. Não perdeu tempo em localizar ou acordar o bispo Rufus, pois a urgência clamava rapidez e uma dose, talvez, de insubordinação. Um redator, com velocidade considerável, implantava dados no computador. Terminado o texto, enviou ordem de impressão para a mesa do diretor Marcelo. Depois de apreciar a matéria-apelo, os pastores concordaram, alterando duas ou três palavras. Marcelo acompanhou os pastores até o estúdio. O jornal noturno já havia terminado. O programa que estava no ar
naquele instante era um talk-show pré-gravado entre personalidades do mundo gospel. Um excelente momento para este tipo de interferência, pois o programa tinha o melhor índice de audiência da emissora. Elias e Guilherme ficaram impressionados com a quantidade de holofotes acesos e com a velocidade com que o set se encheu de pessoas fazendo de tudo que pudessem imaginar. Um homem se vestia enquanto o penteavam, provavelmente o apresentador de plantão. Câmeras eram ajustadas em segundos. Através de um pequeno monitor, os dois puderam apreciar a montagem do cenário. Televisores espalhados pelo set exibiam o programa que iria ao ar; aguardando o fim dos comerciais. No apresentador, plugaram um discretíssimo microfone, fizeram os últimos acertos de maquiagem, e em dois minutos tudo estava pronto. Entregaram-lhe algumas páginas e acionaram um painel próximo a Elias, onde se podia ler o texto. O talk-show voltava ao ar. Inesperadamente, a tela enegreceu e surgiu uma mensagem em letras amarelas, acompanhada por uma breve musiquinha jornalística: Informe Extraordinário! Uma voz vinda de trás das câmeras avisou: — Cinco segundos! Pelo monitor, os pastores viram todos desaparecer do cenário, abandonando o sóbrio apresentador. Sentado à sua direita, o pastor Rufus, já maquiado e preparado. — Quatro... três... dois... um... Quando a imagem entrou no ar substituindo a mensagem de letras amarelas, ninguém diria que outra pessoa estivera ali, senão os dois homens. O apresentador evangélico pedia desculpas pela interrupção do programa predileto dos espectadores e, com o texto jornalístico, introduziu a importante mensagem que o pastor Rufus trazia. Depois de uma breve fala, as câmeras focalizaram o rosto cansado do pastor. — Irmãos, como já alertou nosso amigo Calabresi, hoje eu venho aqui apelar por união... — começou o pastor. Cinco para a meia-noite. — Irmãos, como já alertou nosso amigo Calabresi, hoje eu venho aqui apelar por união. Nosso povo será provado nesta madrugada. Nosso povo precisará estar mais unido que nunca, como jamais esteve. Este é um apelo franco e genuíno para que todos se juntem nesta noite e orem com toda a força de seus corações e com todo o calor da fé cristã... — o homem discursava com sinceridade, enchendo a sacristia vazia da igreja de Belo Verde com sua voz emocionada e sua imagem sincera, ao vivo e em cores.
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Thal notou que a luta feroz empreendi<strong>da</strong> por seus guerreiros surtia<br />
efeito. Via aproxima<strong>da</strong>mente cem anjos vivos, lutando, resistindo. O exército<br />
negro ain<strong>da</strong> era superior, mas não chegava a duzentos agora. Certamente, o<br />
primeiro batalhão sobreviveria ao primeiro ataque. Do seu lado, os anjos<br />
assistiam, ansiosos, prontos para entrar em campo e destruir tantos demônios<br />
quanto pudessem. O tempo passava lento, como em ampulheta <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>,<br />
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pastor trabalharia para que os anjos fossem favorecidos. A primeira parte, ao<br />
menos, ele havia cumprido. Reservara Gregório, protegendo-o entre amigos,<br />
longe <strong>da</strong> perturbação, mantendo Thal desperto e livre para empreender aquele<br />
combate. Era assim que deveria ser por todo aquele dia. Sem interferências.<br />
Ao lado <strong>da</strong>s primeiras filas, Thal viu o anjo Miguel sendo tratado pelos<br />
irmãos. Dois anjos, com as mãos estendi<strong>da</strong>s sobre seu corpo, enviavam energia<br />
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para retornar à batalha, mas não iria perecer diante <strong>da</strong>s forças do mal. Vendo-o<br />
consciente e aparentemente melhor, Thal percebeu o bem que fizera Taguinel<br />
em trazê-lo de volta. O general destacou mais quatro anjos do segundo<br />
batalhão.<br />
— Vão até o campo e tragam quantos irmãos feridos e vivos puderem.<br />
Devemos isto a eles. Podemos salvar muitos dos nossos. Tomem cui<strong>da</strong>do para<br />
não interferir no conflito. Preocupem-se apenas em trazer nossos queridos<br />
irmãos.<br />
Os quatro aquiesceram e partiram, voando rente ao pasto, banhando o<br />
chão com seus corpos iluminados.<br />
Quinze minutos para a meia-noite.<br />
O prédio do Canal 3 estava fervendo. Para sorte de Elias e de Guilherme,<br />
o diretor de programações, pastor Marcelo Frias, ouvira falar algumas coisas<br />
do velho código. Não fora de todo instruído, apenas tinha recebido algum<br />
conhecimento. Não duvidou, percebendo a fé ver<strong>da</strong>deira fluindo do pastor de<br />
Belo Verde, refleti<strong>da</strong> em seus olhos brilhantes, emanando de seu corpo<br />
energizado. Ordenou que a equipe de jornalismo preparasse alguma coisa para<br />
entrarem com o pedido e o assunto antes <strong>da</strong> meia-noite. Não perdeu tempo em<br />
localizar ou acor<strong>da</strong>r o bispo Rufus, pois a urgência clamava rapidez e uma dose,<br />
talvez, de insubordinação.<br />
Um re<strong>da</strong>tor, com veloci<strong>da</strong>de considerável, implantava <strong>da</strong>dos no<br />
computador. Terminado o texto, enviou ordem de impressão para a mesa do<br />
diretor Marcelo. Depois de apreciar a matéria-apelo, os pastores concor<strong>da</strong>ram,<br />
alterando duas ou três palavras. Marcelo acompanhou os pastores até o<br />
estúdio. O jornal noturno já havia terminado. O programa que estava no ar