O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
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O anjo ergueu a espada ardente e desceu-a velozmente, separando a cabeça do cão do resto do gigantesco corpo. O demônio teve tempo apenas de gritar um sonoro Não. Os anjos descravaram as espadas, deixando o corpo acéfalo se contorcer morbidamente. O grupo da frente olhava sem piscar para os demônios à beira da floresta, ainda imóveis. A boca do cão abria e fechava, emitindo um grunhido, mas em menos de um minuto, a cabeça estava sem vida. — Reagrupar! — ordenou Thal. Os anjos, depois de apreciar com gosto a morte de um dos generais inimigos, voltaram às posições, separados em grupos de duzentos. — Lutem, amigos! Lutem com todo o coração! Haverá novas batalhas para todos nós! — gritava Thal, enquanto uma fatia do oceano vermelho desprendia-se silenciosamente do horizonte, tomando conta do pasto e do céu, como nuvem de horror, uma nuvem brasil. — Lutem e sejam bravos. Temos as orações. Não temam as espadas inimigas. Garanto que estaremos todos juntos em outras batalhas, como anjos irmãos, anjos de luz. Com amor! Com paz! Eu buscarei cada um que cair. Eu tirarei o rastro do mal que cada um contrair. Os que forem para a escuridão, por mim serão salvos. Não temam, não chorem, não sofram. Cumprirei minha palavra, irmãos! Guerreiem com o coração! Eu juro! Os anjos abriram as asas, gritando. — Primeiro batalhão! Tomem posição! — gritou o líder do primeiro batalhão, o anjo Taguinel. Os anjos deram alguns passos para frente, separando-se ainda mais dos restantes. O grupo de olhos vermelhos agora tomava formas mais nítidas. Inúmeros voaram e correram até atingir o meio do campo, aguardando o primeiro batalhão. riste. — Primeiro batalhão, ao campo! — ordenou Taguinel, com a espada em Os anjos, lentamente, desdobraram as asas esplêndidas, produzindo um som melodioso. Uma cometa fez-se ouvir. Decolaram, a caminho da Batalha Negra. Quantos retornariam? Quantos ainda viveriam para a luz? Os rostos duros como pedra expunham a tristeza que carregavam. Para muitos, apesar do discurso inflamado do líder, aquele seria o último combate.
Thal, por estratégia, estava alocado no último batalhão. Afinal, ele era o ponto, a chave para que os cães pudessem iniciar a destruição humana. O sexto batalhão era o único que possuía duzentos e um anjos, tensos e preparados para destruir e ser destruídos. Instantes depois, subindo vinte metros, os anjos aumentaram a velocidade, mas não se transformaram em bolas de luz. Eram nove horas da noite. Nove e dois da noite. Na igreja de Belo Verde, simultaneamente, muitas pessoas foram invadidas por uma sensação de desconforto. O que as unira durante aquelas horas de oração tinha começado. Havia uma guerra espiritual perto dali, estavam certos. As vozes intensificaram-se. Os dispersos, percebendo algo no grupo, concentravam-se. Oravam. Mais gente chegava. Foram montados toldos do lado de fora para abrigar um número sempre maior de pessoas de cidades vizinhas, solidárias com Belo Verde. Os que tinham parentes religiosos ligavam e pediam que se unissem à corrente de orações. Os anjos estavam precisando. As pessoas não conheciam o velho código, onde os eventos espirituais eram descritos com minúcia e clareza, onde os incrédulos tornavam-se crédulos; o invisível tornava-se visível; os anjos eram explicados e conhecidos; o bem e o mal se misturavam e coexistiam. A corrente aumentava, e, como não acontecia há muito na face da Terra, centenas de fachos de luz subiam aos céus, destinados aos anjos de Belo Verde. Concentravam-se na Casa Celestial, voltavam para a Terra e envolviam os anjos naquela corrente do bem, naquela armadura valiosa. Os cães rugiam embaixo. Os anjos começavam a encontrar os primeiros demônios voadores, os primeiros entre milhares. Os monstros vieram ao ataque em um grupo de mil. Provavelmente seria assim até todos os anjos perecer. De certa forma, se aquele fosse o padrão, as coisas poderiam ser mais suaves para o minúsculo exército angelical. Talvez pudessem resistir mais tempo, umas poucas horas, com sorte. As primeiras espadas chamejantes chocaram-se contra as armas inimigas, lançando chispas no céu, enchendo os ouvidos com o tilintar apavorante, o retinir da guerra. Espada contra espada, vida contra vida. Thal podia vê-las. Seu coração apertou quando o primeiro batalhão desapareceu entre a turba satânica. Percebeu a armadura cintilar novamente. Olhando para o céu, notou que a cada minuto o facho de luz, saindo da igreja, aumentava e que novos acendiam no horizonte. Cada vez, mais humanos estavam envolvidos no conjunto de orações com a finalidade de fortificá-los.
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Os anjos, depois de apreciar com gosto a morte de um dos generais<br />
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para todos nós! — gritava Thal, enquanto uma fatia do oceano vermelho<br />
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Temos as orações. Não temam as espa<strong>da</strong>s inimigas. Garanto que estaremos<br />
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temam, não chorem, não sofram. Cumprirei minha palavra, irmãos! Guerreiem<br />
com o coração! Eu juro!<br />
Os anjos abriram as asas, gritando.<br />
— Primeiro batalhão! Tomem posição! — gritou o líder do primeiro<br />
batalhão, o anjo Taguinel.<br />
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Inúmeros voaram e correram até atingir o meio do campo, aguar<strong>da</strong>ndo o<br />
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Os anjos, lentamente, desdobraram as asas esplêndi<strong>da</strong>s, produzindo um<br />
som melodioso. Uma cometa fez-se ouvir. Decolaram, a caminho <strong>da</strong> Batalha<br />
Negra. Quantos retornariam? Quantos ain<strong>da</strong> viveriam para a luz? Os rostos<br />
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