12.04.2013 Views

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Doglinhas. Um rastro farto de sangue corria em direção à porta principal,<br />

desaparecendo para dentro <strong>da</strong>s terras do sítio de Genaro.<br />

— Ele se foi. — lamentou o velho Gê. — Por quê?<br />

Oito e trinta e cinco <strong>da</strong> noite.<br />

Gregório sentiu uma leve pica<strong>da</strong> no braço e um líquido queimando as<br />

veias. Se Jessup estivesse certo, dormiria em dois minutos. A sacristia estava<br />

com a luz apaga<strong>da</strong> quase por completo. Gregório sentiu um peso repentino nos<br />

olhos. Estava olhando fixamente para o rosto aflito de Vera. Piscou e abriu os<br />

olhos novamente. Vera estava mais para a esquer<strong>da</strong> agora. Havia cochilado...<br />

Era possível. As coisas principiavam a perder a ordem.<br />

—Durma, Gregório. Durma e nos ajude. — disse a cunha<strong>da</strong>.<br />

—Como posso aju<strong>da</strong>r? — perguntou aflito, sentindo a voz modifica<strong>da</strong>.<br />

—Liberte o que está dentro de você.<br />

—Libertar o quê?<br />

Vera encarou-o, franzindo a testa, tentando compreender o que o<br />

cunhado dizia.<br />

Gregório sentiu os braços pesados; não podia movê-los. Ouvira Vera<br />

dizer: Liberte o que está dentro de você. Mas ele fizera aquela cara esquisita quando<br />

ele a interrogara. Será que estava escutando coisas devido às drogas? Piscou e<br />

abriu os olhos. Dessa vez, parecia terem-lhe roubado alguns minutos. Todos<br />

estavam sentados, talvez cochilando, ou orando. Havia algo diferente.... mais<br />

luz na sala. Piscou novamente e percebeu um movimento no canto <strong>da</strong> sala.<br />

Seres iluminados estavam ali dentro! Pareciam alienígenas. Tinham formas<br />

humanas, mas os corpos emitiam luz. Não, não emitiam; havia luz neles. Eram<br />

quatro, um em ca<strong>da</strong> canto <strong>da</strong> sacristia. Eles murmuravam algo como: Liberte-o.<br />

Liberte-o. Gregório piscou. Sentia o sono sugá-lo com força para a Terra do<br />

Nunca. Sentia-se literalmente agarrado aos últimos segundos de<br />

consciência, tomado por uma sensação angustiante como se fossem os últimos<br />

de sua vi<strong>da</strong>. Lembrou-se <strong>da</strong>s esferas de luz sobrevoando a fazen<strong>da</strong>. Eram eles!<br />

Estiveram lá! Estavam ali agora! Para quê?<br />

Ao se perguntar, Gregório percebeu que o lugar brilhou ain<strong>da</strong> mais.<br />

Os olhos pesaram definitivamente. Será que estava dormindo? Sonhando com<br />

aquilo... Agora era o próprio corpo que brilhava. Ele tinha luz, tinha asas.<br />

Gregório estava vendo o corpo com asas de anjo. Foi então que percebeu<br />

alguma coisa embaçando a vista, atravessando os olhos, como uma imagem<br />

holográfica. Havia um anjo levantando-se dentro de seu corpo. Havia um anjo<br />

saindo de dentro dele. O anjo pôs-se de pé. A luz começou a cessar,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!