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Samuel interrompeu o banquete quando os fachos de luz convergiram<br />
para ele.<br />
—Ele tá com o Doglinhas... — sussurrou um dos satanistas.<br />
—Esse Doglinhas já era. — disse Ney, pouco penalizado com a situação<br />
do defunto gordo.<br />
—Irmão! — gritou Genaro para Samuel. — Por que está matando<br />
dos nossos se lhe trouxemos tanto do que se alimentar? — perguntou,<br />
apontando para os corpos decapitados.<br />
Samuel soltou o corpo obeso, que explodiu contra o chão, sangrando<br />
espetacularmente. O gorducho soltou um gemido curto, involuntário. Um<br />
braço tentou levantar e suplicar pela vi<strong>da</strong>, mas.<br />
O grupo espalhou-se, evitando que Doglinhas matasse algum deles na<br />
que<strong>da</strong>. Apontaram novamente as lanternas para o teto. Na<strong>da</strong> mais havia ali.<br />
Logo em segui<strong>da</strong>, a atenção do grupo foi toma<strong>da</strong> pela voz fria do vampiro que<br />
parecia vir de todos os cantos.<br />
—Aquilo que chamam de alimento eu chamo de bosta. Aquilo é gente<br />
morta. De que me serve carne morta? Se me valesse de alguma coisa,<br />
eu atacaria açougues, não humanos vivos. Ah, ah, ah!!! — ria<br />
Samuel, enquanto os homens zanzavam freneticamente suas lanternas,<br />
tentando localizá-lo. — Vão e enterrem esses pobres coitados. De na<strong>da</strong><br />
servem... Que tenham os sacramentos completados para não vagar na<br />
beira do rio. Os corpos só servem para estercar a terra.<br />
—Irmão, não mate mais nenhum de nós. Trouxemos você para cá para<br />
somar, para nos aju<strong>da</strong>r. Precisamos de sua força para atormentar,<br />
precisamos de você nesta guerra.<br />
—Lamento decepcioná-los, mas hoje está havendo uma guerra muito<br />
maior do que qualquer um de vocês sonha ou possa vislumbrar.<br />
Hoje é dia de espalhar terror. Hoje é dia <strong>da</strong>s forças negras se agrupar e se<br />
deleitar. Me tiraram <strong>da</strong> cova. Com que permissão? Fui usado por<br />
demônios! Quase destruído ao sol! O que mais querem vocês? Samuel<br />
moveu-se e continuou. — Hoje, eu já tenho uma missão, uma promessa<br />
a cumprir. E não é aqui com vocês, não será ao lado de vocês.<br />
O vampiro silenciou. As luzes continuaram percorrendo o salão à sua<br />
procura. Depois de alguns minutos de busca, o medo crescendo, os homens<br />
<strong>da</strong>quela igreja negra concluíram que o demônio havia abandonado o lugar.<br />
Perguntaram a Genaro se poderiam acender as luzes. O homem concordou,<br />
resmungando. O aliado fora embora. As luzes voltaram a funcionar. O<br />
amontoado de cadáveres continuava lá; apenas um estava faltando: o