12.04.2013 Views

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ombardeou o grupo.<br />

—Que mer<strong>da</strong> é essa? — perguntou Aloísio.<br />

—Sei lá. Esse ar deve estar preso aí há anos, cheiro de bolor... na<strong>da</strong><br />

mais. — explicou Teodoro. — Isso aqui tá fechado há uns oito anos,<br />

desde que mu<strong>da</strong>ram para a sede baixa, a nova. — Coçou a cabeça. —<br />

Algum candi<strong>da</strong>to?<br />

O pessoal se entreolhou, tentando descobrir alguém mais empolgado.<br />

Diante <strong>da</strong> demora:<br />

— Tudo bem. Eu vou. — ofereceu-se Teodoro. — Alguém trouxe uma<br />

lanterna?<br />

— Eu tenho... mas deixei na pick-up. — disse um voluntário.<br />

— Então não adianta. Alguém tem fósforo? — perguntou Jonas. Os<br />

homens tiraram as caixinhas e apareceu também um isqueiro Bic.<br />

— Ótimo, agora eu vou. — disse Teodoro, imbuindo-se de coragem.<br />

André pegou duas caixas e desceu também.<br />

Apesar do vento morno, embaixo estava muito mais frio e escuro do que<br />

a casa. Logo após os primeiros degraus, a luz do sol abandonava os<br />

expedicionários. Teodoro faiscou o Bic, trazendo luz para o cômodo abandonado<br />

há tanto tempo. As paredes estavam arrebenta<strong>da</strong>s por grossas raízes; o chão<br />

coberto por musgo e vegetação rasteira. A chama do isqueiro tinha pouca força,<br />

iluminando com eficiência apenas dois metros à frente. Nenhuma pista de que<br />

alguém houvesse usado o lugar para se esconder, pelo menos não nos últimos<br />

dois anos. André acendeu um maço de palitos, aju<strong>da</strong>ndo bastante.<br />

—Ninguém veio aqui não, Teodoro.<br />

—Eu sei, mas a gente já tá aqui, vamos olhar tudo, ué.<br />

Os dois continuaram aprofun<strong>da</strong>ndo-se na catacumba géli<strong>da</strong>. No último<br />

cômodo, encontraram alguns caixotes empilhados. Um vento morno voltou a<br />

varrer as dependências do porão, apagando as chamas fracas. Assustado,<br />

André virou-se em direção à porta, e o cano <strong>da</strong> espingar<strong>da</strong> impactou-se contra<br />

a arma de Teodoro, que deixou cair o isqueiro no chão.<br />

— Cui<strong>da</strong>do diabo!<br />

André derrubara as caixas de fósforos também.<br />

—É que eu ouvi um barulho esquisito, Teo.<br />

—E precisa cagar nas calças por causa de barulho, caralho! —

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!