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O Senhor da Chuva - Jovem Sul News

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Gregório avistou Eloísa. Não conseguiu ver o anjo planando acima do<br />

prédio até encontrar-se com a senhora. Eloísa entrou no prédio acompanha<strong>da</strong><br />

por Thal às suas costas. Logo estaria em seu confortável apartamento.<br />

Embaixo, um grande Ômega azul-escuro parou em frente ao prédio. Três<br />

homens desceram, ajeitaram-se e adentraram o edifício.<br />

Gregório alertou Renan, que checou o revólver Taurus seis tiros, 38,<br />

cano curto. Passos no corredor. Gregório espiou pelo olho mágico. Era Eloísa<br />

entrando em casa e trancando a porta. Gregório verificou sua pistola, e Renan<br />

escondeu o revólver debaixo de uma almofa<strong>da</strong> na poltrona onde permaneceria<br />

sentado. Estavam demorando, talvez checassem as armas também. Thal entrou<br />

no apartamento de Eloísa. Da pele cor de bronze emanava luz, como se a luz<br />

fosse viva, deixando um rastro benéfico, cuja bênção poderia ser capta<strong>da</strong> pelos<br />

mais sensíveis. Thal empertigou-se, tenso e atento. O rastro benéfico<br />

enfraqueceu. Sentiu um discreto e acre cheiro de enxofre no ar: era a patente do<br />

mal. Passos no corredor novamente. Eloísa fazia sua oração noturna e, ao sentir<br />

um calafrio percorrer-lhe as costas, benzeu-se. Thal pousou a mão esquer<strong>da</strong><br />

na espa<strong>da</strong>. Algo estava acontecendo. Tocaram a campainha. Eloísa<br />

sobressaltou-se. Quem seria àquela hora? O anjo sabia que o mal ron<strong>da</strong>va o<br />

prédio. As narinas estavam cheias do cheiro de um velho inimigo. De um cão<br />

malévolo, um guerreiro perigoso.<br />

Gregório observou pelo olho mágico.<br />

— Droga! Estão batendo no apartamento errado! — sussurrou<br />

Gregório.<br />

Destrancou a porta antes que a vizinha atendesse. Acenou para os<br />

traficantes, convi<strong>da</strong>ndo-os a entrar. Pablo reconheceu Gregório. Fez com que<br />

seus dois homens entrassem primeiro.<br />

Quando Eloísa abriu a porta com o anjo invisível às costas, teve tempo<br />

apenas de ver Gregório fechando a dele, mas Thal pôde ver algo mais. Algo<br />

assustador, que tornaria o mais esclarecido dos homens um louco histérico.<br />

— Cães!<br />

Sacou a espa<strong>da</strong> de luz e atravessou a parede do apartamento de sua<br />

protegi<strong>da</strong>, invadindo a casa de Gregório. Na sala, além dos humanos, havia<br />

dois demônios em forma de cães enormes, que exalavam um cheiro de<br />

podridão misturado a enxofre incandescente. As peles horren<strong>da</strong>s eram<br />

alaranja<strong>da</strong>s, quase vermelhas; an<strong>da</strong>vam sobre quatro patas, movendo-se como<br />

lobos. Assustados com a presença de Thal, rugiram excitados, ameaçadores.<br />

Escancaravam as bocarras, exibindo fileiras horripilantes de presas afia<strong>da</strong>s.<br />

Thal permaneceu firme, impassível, sem alterar a expressão. A espa<strong>da</strong> estava

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