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Uma hora depois, o investigador Tatá chegou. Após botar os olhos no<br />
falecido Ramiro, pediu um carro do IML pelo rádio <strong>da</strong> viatura.<br />
Os homens estavam reunidos na frente <strong>da</strong> casa-sede. Todos, exceto<br />
Celeste, que providenciava o funeral do parceiro, iriam em busca de alguma<br />
pista sobre o paradeiro de Samuel.<br />
Tatá alimentava ca<strong>da</strong> vez mais a suspeita de que Gregório estava<br />
diretamente envolvido nas mortes e em todos aqueles fatos sinistros. Teria ele<br />
mesmo <strong>da</strong>do cabo de Samuel? Afinal, sendo ele irmão, teria direito a boa parte<br />
<strong>da</strong>quelas terras se, de fato, o dono desaparecesse. Alguém que chega assim, do<br />
na<strong>da</strong>... e as coisas começam a acontecer. Já tinha visto muito <strong>da</strong>quilo. Muita<br />
morte por muito menos. Motivo o forasteiro tinha. Restava saber se teria fígado<br />
para tanto.<br />
-— Tatá, aliás, inspetor, o senhor vai nos aju<strong>da</strong>r na busca? — perguntou<br />
Gregório.<br />
— Eu lamento, amigo, mas não vou. — respondeu secamente, dirigindose<br />
para o carro. — Meus homens também têm um plano de busca. E vocês...<br />
— virou-se para o pessoal veterano <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>. — :..sei que vocês já estão<br />
acostumados em sair caçando nossas crianças perdi<strong>da</strong>s e homens desaparecidos,<br />
mas o cara não sumiu de lá sozinho, nem sabemos direito o que aconteceu. Se<br />
fugiu, se foi raptado.- Só estou pedindo para não <strong>da</strong>rem uma de heróis, ok? Não<br />
se separem. Não banquem os pistoleiros. Qualquer pista, chamem nossos caras.<br />
Tomem cui<strong>da</strong>do. Não se separem, fiquem todos juntos... quem an<strong>da</strong> sozinho<br />
por aqui está caindo morto. — sentenciou gravemente, desviando o olhar dos<br />
trabalhadores e olhando fixamente para Gregório.<br />
Antes de Tatá chegar à porteira, teve que desviar de duas caminhonetes<br />
Ford que entravam, trazendo mais gente para aju<strong>da</strong>r na procura do fazendeiro.<br />
Já eram vinte para as oito <strong>da</strong> manhã quando saíram, distribuídos em três<br />
grupos de vinte homens. O pessoal <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> manteve-se reunido, pois iria<br />
vasculhar a mata, dentro <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de. Havia lugares muito propícios para<br />
estabelecer esconderijos. Se Samuel estivesse com algum problema na cachola,<br />
provavelmente estaria escondido por ali.<br />
Havia medo ron<strong>da</strong>ndo o semblante <strong>da</strong>s equipes. Todos benzeram-se antes<br />
<strong>da</strong> parti<strong>da</strong>. A história de Ramiro não era exatamente o incentivo de que<br />
precisavam no momento. Os que tinham correntes adorna<strong>da</strong>s com crucifixo<br />
trataram de botá-las à mostra. Criaturas bizarras ron<strong>da</strong>vam suas mentes. Cãeszumbis<br />
prontos para saltar em suas jugulares pareciam espreitar em ca<strong>da</strong><br />
sombra mais aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>. Cães mortos que an<strong>da</strong>vam mordendo gente<br />
inocente e levando-a a perambular com os capetas. Vampiros.... talvez os cães<br />
fossem vampiros. Quantos haveria ain<strong>da</strong>? perguntavam. Um, dois, quinze?