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alertar os irmãos a unir-se àquele pequeno grupo.<br />
—Obrigado por sua preocupação conosco, irmão Vuhtiel. — Mas<br />
pergunto para que veio, então?<br />
—Para orar ao lado dos seus, irmão. Para orar.<br />
Thal, abandonando o grupo de Vuhtiel, voltou rápido para a torre <strong>da</strong><br />
igreja. Noticiou o triste encontro com o anjo do continente asiático e percebeu a<br />
tormenta crescer entre os guerreiros.<br />
No solo, ao lado <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> igreja, percebeu que Sandra acabara de<br />
entrar no prédio. O anjo dirigiu-se para o interior <strong>da</strong> casa sagra<strong>da</strong>,<br />
atravessando como fantasma a porta frontal. Aproximou-se <strong>da</strong> mulher, ouvindo<br />
o importante relato que trazia. O pastor Elias encontrava-se no hospital de Água<br />
Brava, recebendo atendimento intensivo. Estava muito ferido e provavelmente<br />
ficaria internado vários dias.<br />
Trespassando o teto, Thal rumou para Água Brava, transformando-se em<br />
bola de luz. Segundos depois, pairava sobre o hospital. Desceu lentamente,<br />
atravessou o telhado e chegou ao corredor do último an<strong>da</strong>r. Procurou placas<br />
informativas, mas desistiu: perderia minutos preciosíssimos. Desceu à recepção<br />
onde um grande relógio no corredor apontava 5 e 30 <strong>da</strong> manhã.<br />
Tônico havia sido o primeiro a acor<strong>da</strong>r. Eram cinco <strong>da</strong> manhã, e o sol já<br />
havia aparecido. Esperou pacientemente dez minutos sentado na frente <strong>da</strong><br />
casa. Como o pai não <strong>da</strong>va sinais, decidiu caminhar até a sede; talvez Vera<br />
ou Gregório já estivessem de pé.<br />
Estranhou Ramiro não estar por ali ou perto do poço. Geralmente ele era<br />
o primeiro a pôr o nariz pra fora e preparar um saboroso café preto.<br />
Tônico pegou um caminho no meio do milharal. Bateu os olhos no relógio<br />
digital: cinco e vinte e dois. À direita, percebeu uma barulheira de insetos.<br />
Parecia abelhas, muitas, voando aos montes, porém nunca percebera nenhuma<br />
colméia por ali. O som não vinha de muito longe, provavelmente estariam no<br />
meio do milharal, um perigo para a gente que trabalhava na colheita. Parou para<br />
ouvir melhor e, talvez, descobrir onde estavam. Poderiam estar no caminho que<br />
Ramiro fazia para ir e vir. Embrenhou-se nas altas hastes verdes enfeita<strong>da</strong>s<br />
com os frutos amarelos. Depois de várias passa<strong>da</strong>s, a plantação atingia a<br />
estradinha que levava para a casa de Ramiro. O som <strong>da</strong>s abelhas estava bem<br />
mais volumoso ali e vinham do lado <strong>da</strong> casa do empregado. Moscas varejeiras<br />
passavam zunindo pelos ouvidos, confundindo-o com sons <strong>da</strong>s abelhas.<br />
Alguns passos à frente, percebeu a nuvem de insetos voando de cima do<br />
milharal até o chão. Tônico foi descendo lentamente o olho, acompanhando as<br />
moscas. Não havia abelha, tampouco colméia, mas um corpo estendido.