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Capítulo 21<br />
O SOL JÁ DESPONTARA em mais de sua metade no horizonte. Havia<br />
oitocentos e dez anjos dispostos a defender o Exército de Luz durante a Batalha<br />
Negra. Entretanto, a grande maioria dos que foram abor<strong>da</strong>dos para a grande<br />
luta demonstravam ver<strong>da</strong>deiro pavor e decidiram não batalhar numa guerra em<br />
que a morte parecia tão certa.<br />
Thal reuniu-se com vinte anjos nomeando coman<strong>da</strong>ntes. Alertou mais<br />
uma vez sobre a possibili<strong>da</strong>de de a Batalha Negra começar ain<strong>da</strong> naquele dia,<br />
muito provavelmente ao pôr-do-sol. Consumiu quase meia hora com<br />
sugestões e definições de comportamento para os grupos que iriam lutar.<br />
Teriam que contar com eles próprios e torcer para que o número de demônios<br />
não fosse tão superior. Thal era o general, o alvo principal. Ele quebrara a lei.<br />
Ele permitira que o palco para o flagelo fosse montado.<br />
Vieram <strong>da</strong>r notícias de Alanca. O anjo <strong>da</strong> patrulha estava quase sem<br />
vi<strong>da</strong>. Não sabiam se poderiam contar com aquele importante guerreiro para as<br />
horas críticas que se avizinhavam. Thal temia o escasso tempo. Gregório<br />
acor<strong>da</strong>ria a qualquer segundo. Desfiou mais uma porção de alertas quanto a<br />
essa situação também. Os anjos deveriam manter Gregório adormecido<br />
durante todo o tempo <strong>da</strong> Batalha Negra. A presença de Thal na peleja era, sem<br />
dúvi<strong>da</strong>, o pilar de sustentação <strong>da</strong> fé na vitória. Contavam imprescindivelmente<br />
com ele.<br />
O anjo Rafael aproximou-se, pedindo desculpas pela intromissão. Trazia<br />
uma esperança para os coman<strong>da</strong>ntes. Vuhtiel, o anjo-general do oriente,<br />
aproximava-se de Belo Verde.<br />
Imediatamente, Thal alçou vôo, subindo alto e alto até conseguir avistar<br />
a delegação de Vuhtiel. Como uma bala, disparou para interceptá-lo.<br />
Vuhtiel trajava uma túnica vermelho-escura. Na bainha, a legendária<br />
espa<strong>da</strong> repousava em paz. A pele possuía um tom acobreado muito mais<br />
escuro que a de Thal. Tinha o rosto agigantado, desproporcional ao dos<br />
demais, e mãos poderosas. As asas pareciam feitas de prata, refletindo<br />
fortemente a luz do astro-rei. Ao avistar Thal, acenou para seus sete<br />
acompanhantes, fazendo-os parar e pousar. Thal aproximou-se alegre,<br />
sau<strong>da</strong>ndo demora<strong>da</strong>mente tão estimado combatente. Vuhtiel, entretanto,<br />
permanecia sóbrio, como se guar<strong>da</strong>sse um diálogo ruim.<br />
—Grande irmão guerreiro. Chegou em boa hora. — disse Thal.<br />
— Precisaremos enormemente de sua experiência.<br />
—Lamento não vir para alegrá-lo, estimado irmão. — ribombou a voz do<br />
general do oriente, evocando sons metálicos. — Venho para informar