O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
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animalescamente para fora da casa. — Vamos, pastor! — ordenou, arreganhando os lábios, exibindo os caninos desenvolvidos. — O dia vai lhe parecer lindo pela manhã. Você vai ver tanta coisa que terá vontade de ressuscitar para contar pra todo mundo. Elias caiu na varanda, rolando a escada na frente da casa. Samuel irrompeu pela porta, dirigindo-se como um cão na direção do pastor. Elias tentava levantar quando foi atingido por Samuel. Dessa vez, bateu o rosto em uma pedra e, antes de erguer a cabeça, sabia que tinha se machucado de verdade. A mente navegava num oceano de incompreensão, zonzo pelo golpe físico e pelo atabalhoamento mental. Por que Samuel o atacava de forma tão selvagem? O que estava acontecendo? O vampiro o agarrou pelos colarinhos e o levantou. — Não tente entender, pastor. Você não poderia. Elias estava apavorado. Percebia o ódio queimar nos olhos do homem, mas se pudesse ver os demônios alados que bailavam e gargalhavam ao redor, certamente seu pavor seria triplicado. Não via Crepúsculo, o que o salvaria da insanidade eterna. Deveria contentar-se com isso, mas não se sentia confortado. A vontade maior não era que Samuel aliviasse a pressão que fazia em sua traquéia, mas entender o porquê da situação. — O que vo... você... quer? Me larga Sa... muel. — pediu o pastor. O sangue vertia da testa do pastor; um filete grosso e quente desceu pela bochecha direita e, quando chegou ao pescoço, escorreu pela mão do vampiro. Samuel fechou os olhos. Lembrar não era bom àquela hora. Crepúsculo olhou para trás: um clarão, em velocidade fenomenal, avançava pela floresta a cerca de quatro quilômetros. Desembainhou a espada, inundando o lugar com luz vermelha. Nervoso, ordenou a Samuel: — Mate-o agora, vampiro! Mate-o e vamos embora! Samuel olhou para o demônio, espantado com a urgência entonada e percebeu que algo estava errado. Por que o guerreiro animalesco tinha medo? Virou para o pastor Elias, quase desmaiado pela falta de ar. Arreganhou os lábios, preparando-se para cravar os caninos gigantes em seu pescoço, mas foi impedido. Durval jogou-se contra o corpo do vampiro, derrubou-o no chão e libertou o amigo. Sandra correu para assisti-lo. Com o rosto transformado pelo ódio, Samuel levantou-se para descobrir o
que o havia atingido e deparou-se com a figura do outro pastor, de pé, empunhando um crucifixo de madeira. — Suma daqui, criatura do inferno! Desapareça em nome de Jesus! — gritava o pastor Durval, na intenção de fazer Samuel evaporar. Samuel arreganhou a boca, soltou um grunhido feroz, desatando numa comprida gargalhada. —O que vai fazer com isso, pastor? Me bater? Só se for. Ah! Ah! Ah! —Mate o pastor agora ou não haverá mais tempo!!! — gritou Crepúsculo com tamanho nervosismo que chamou a atenção. Samuel olhou para o lado e para o alto: de cima da floresta copada, emergiu uma criatura de luz, com um par de asas imensas dirigindo-se para eles em alta velocidade, espada desembainhada, ameaçadora. Entendeu que não poderia demorar um segundo. Olhou para frente e viu de relance um punho cerrado acertando em cheio seu nariz, jogando-o ao chão. — Por que não? — disse o pastor. Samuel levantou-se furioso. Viu Elias correndo com o auxílio de Sandra para casa. Dessa vez, o golpe de Durval acertou seu estômago, sem causar dor e extremamente ineficiente; os outros golpes apenas tiraram seu equilíbrio. Samuel ouviu um tilintar às costas; os demônios alados começaram a gritar e a xingar. Provavelmente, Crepúsculo já estava usando a espada, batendo-se contra o anjo. Luzes claras dançavam por toda a volta. Durval golpeou-o novamente no estômago. Samuel agarrou-lhe o braço, quebrando-o com a mesma facilidade com que se quebra um graveto seco. O pastor gritou alto. Samuel, erguendo-o acima da cabeça, arremessou-o para longe com violência. O pastor não se movia nem gritava. Samuel olhou para a casa, buscando sinal de Elias. Ele estava no carro e partia desenfreado, em marcha a ré, para o acesso da ruela de barro. Crepúsculo livrou-se da poderosa espada de Thal, mas sabia que já estava condenado pela extensa ferida no abdome que lhe permitiria poucos minutos de vida. Com sorte, poderia oferecer o mesmo destino ao graduado anjo do Exército de Luz. Sua espada suportava os ataques duros da arma do oponente. A cada impacto, o corpo voava para trás, ao sabor da inércia. Crepúsculo, enfurecido, mal conseguia se defender. Queria bater no inimigo de luz. Queria cortá-lo ao meio. Chispas escapavam dos encontros das armas. A espada de Thal cintilava, ardendo em tom amarelo, enquanto a do demônio tinha uma coloração avermelhada devido ao espectro flamejante. Os demônios alados, cerca de trinta, criaram coragem e avançaram todos ao mesmo tempo, envolvendo o anjo numa nuvem de podridão,
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—O que vai fazer com isso, pastor? Me bater? Só se for. Ah! Ah! Ah!<br />
—Mate o pastor agora ou não haverá mais tempo!!! — gritou<br />
Crepúsculo com tamanho nervosismo que chamou a atenção.<br />
Samuel olhou para o lado e para o alto: de cima <strong>da</strong> floresta copa<strong>da</strong>,<br />
emergiu uma criatura de luz, com um par de asas imensas dirigindo-se para<br />
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não poderia demorar um segundo. Olhou para frente e viu de relance um<br />
punho cerrado acertando em cheio seu nariz, jogando-o ao chão.<br />
— Por que não? — disse o pastor.<br />
Samuel levantou-se furioso. Viu Elias correndo com o auxílio de Sandra<br />
para casa. Dessa vez, o golpe de Durval acertou seu estômago, sem causar dor<br />
e extremamente ineficiente; os outros golpes apenas tiraram seu equilíbrio.<br />
Samuel ouviu um tilintar às costas; os demônios alados começaram a gritar e a<br />
xingar. Provavelmente, Crepúsculo já estava usando a espa<strong>da</strong>, batendo-se<br />
contra o anjo. Luzes claras <strong>da</strong>nçavam por to<strong>da</strong> a volta. Durval golpeou-o<br />
novamente no estômago. Samuel agarrou-lhe o braço, quebrando-o com a<br />
mesma facili<strong>da</strong>de com que se quebra um graveto seco. O pastor gritou alto.<br />
Samuel, erguendo-o acima <strong>da</strong> cabeça, arremessou-o para longe com violência. O<br />
pastor não se movia nem gritava. Samuel olhou para a casa, buscando sinal de<br />
Elias. Ele estava no carro e partia desenfreado, em marcha a ré, para o acesso <strong>da</strong><br />
ruela de barro.<br />
Crepúsculo livrou-se <strong>da</strong> poderosa espa<strong>da</strong> de Thal, mas sabia que já<br />
estava condenado pela extensa feri<strong>da</strong> no abdome que lhe permitiria poucos<br />
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anjo do Exército de Luz. Sua espa<strong>da</strong> suportava os ataques duros <strong>da</strong> arma do<br />
oponente. A ca<strong>da</strong> impacto, o corpo voava para trás, ao sabor <strong>da</strong> inércia.<br />
Crepúsculo, enfurecido, mal conseguia se defender. Queria bater no inimigo de<br />
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espa<strong>da</strong> de Thal cintilava, ardendo em tom amarelo, enquanto a do demônio<br />
tinha uma coloração avermelha<strong>da</strong> devido ao espectro flamejante.<br />
Os demônios alados, cerca de trinta, criaram coragem e avançaram<br />
todos ao mesmo tempo, envolvendo o anjo numa nuvem de podridão,