O Senhor da Chuva - Jovem Sul News
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protegidos. A presença maligna vinha em ondas do meio das árvores. Anatã apertou o cabo da espada nas mãos, e logo um rugido bestial sufocou o silêncio. Um par de brasas surgiu no meio do mato e trotou em direção à clareira. Anatã desembainhou a arma chamejante, imitado por todo o grupo, enchendo a clareira de luz divina, que revelou mais olhos vermelhos escondidos. De imediato, os quinze anjos estavam completamente cercados por centenas de cães do inferno, rugindo e arreganhando as mandíbulas, preparados para destroçar todo e qualquer anjo de luz que encontrassem. — Fujam enquanto podem, seus pedaços de merda — bradou o cão maior e mais assustador. — Dou apenas esta chance a vocês. Anatã abriu as asas e ergueu a espada. Não era fuga, apenas a confirmação de que ficaria para guerrear até a morte. As asas abertas intimidavam as feras. Os anjos restantes imitaram Anatã, formando um círculo, um de costas para o outro, espadas desembainhadas, aguardando o primeiro ataque. Os cães esperavam que os adversários debandassem, mas a satisfação da horda satânica aumentou quando perceberam que a decisão dos anjos era o confronto direto. Estavam ansiosos; iriam estraçalhar as criaturas de luz. Conforme a excitação dos demônios crescia, o ar mais e mais se impregnava do cheiro de enxofre. Não havia necessidade de esconder-se. Anatã visualizava mais de quarenta demônios e imaginou que cada um dos irmãos tinha a mesma e pavorosa visão. — Meu nome é Anatã! Lutarei até a morte! — bradou o anjo, com convicção. — E juro por meu Pai de Luz, meu Deus, que levarei mais de vinte de vocês comigo! Dos demônios vieram gargalhadas entusiasmadas e xingamentos; o cheiro de enxofre dobrou. Eles aproximavam-se lentamente, centímetro por centímetro, empurrados pelos de trás, fechando o cerco. Os anjos já podiam sentir o hálito pestilento e quente expelido pelas mandíbulas gigantes. Entretanto, à medida que se aproximavam, os demônios se afastavam, pois os anjos eram da Luz e seus olhos transmitiam medo às feras. Sabiam que os anjos guerreiros eram poderosos. — Vocês vão morrer! — bradou o líder dos demônios. — Não podem com todos nós. Ah, ah, ah! Somos numerosos! A gargalhada do líder fez coro. Demônios alados voavam acima do grupo luminoso, cacarejavam e
xingavam, tornando o céu ainda mais negro. Eram criaturas de pequeno porte e dotadas de dentes afiadíssimos. A turma de anjos concentrou-se um pouco mais ao centro, afastando-se das mandíbulas caninas. Farfalhava as asas alternadamente, demonstrando nervosismo. Com as espadas erguidas, cada um fazia sua prece, sentindo a ainda leve e sutil energia vinda dos grupos de orações. Prevendo a iminente carnificina, um dos anjos soprou energicamente sua trombeta, fazendo eco no céu, espalhando o som por todos os lados. O efeito foi imediato: a horda de cães satânicos atirou-se imediatamente sobre os anjos. As espadas chamejantes afundaram no peito da primeira leva, mas os cães gigantes cobriram o grupo de anjos com saltos felinos e ataques selvagens. Anatã, atacado por todos os lados, perpassava a espada no maior número de cães que podia. Muitos transformavam-se em fumaça de enxofre, dissolvendo-se na ponta da longa arma. Sentiu um cão cravar os dentes em seu ombro direito. Como não havia tempo nem espaço para dor, retirou a espada do cão à sua frente e, antes que a fera desaparecesse numa bola de fumaça amarela, cravou o objeto no meio dos olhos de fogo de outro cão que avançava enlouquecido. Sentiu um pedaço do ombro ir embora na boca do cão, que agora também se tornava uma bola de fumaça, vítima de um irmão celeste. O líder dos demônios não durou muito tempo. Anatã decapitou-o, mas não pôde evitar que mais um profanasse seu corpo, fechando a mandíbula na coxa direita. A dor fez o líder dos anjos gritar. Livrou-se enterrando a empunhadura da espada na testa do monstro. Uma patada rasgou sua face e o levou ao chão. Mesmo com a visão prejudicada, Anatã teve um breve segundo para observar o horrível cenário que o cercava. Pelo menos quatro irmãos já tinham tombado sem vida, jazendo sem luz. Os outros, sem exceção, apresentavam ferimentos graves em várias partes do corpo. Mais uma fera cravou os dentes em suas costas, ferindo-o dolorosamente. Anatã assoprou fortemente a trombeta, fazendo o som espalhar-se como um trovão. Um inimigo saltou, preparando-se para engolir a cabeça do líder angelical, que colocou o braço na boca do agressor para proteger-se. A dor foi tamanha que o anjo pensou que desmoronaria. Cravou a espada e transformou o atacante em fumaça, impregnando o ar com enxofre. Sua visão periférica captou dois anjos debandando, quase sem luz, quase mortos. Ainda restavam inúmeros cães, mas certamente os anjos conseguiram aniquilar metade. Os anjos remanescentes eram nove, cansados e próximos da morte. Um cravou a espada no cão que permanecia pendurado às costas de Anatã, proporcionando alívio inacreditável. Os cães cessaram o ataque, e os anjos voltaram a ficar de pé, reagrupando-se no centro da clareira. Um deles vacilou, deu dois passos para trás, mas não resistiu, tombando agonizante. Os cães atiraram-se em nova onda e pelo menos dez morreram nas espadas celestes. Dois anjos alçaram
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protegidos. A presença maligna vinha em on<strong>da</strong>s do meio <strong>da</strong>s árvores. Anatã<br />
apertou o cabo <strong>da</strong> espa<strong>da</strong> nas mãos, e logo um rugido bestial sufocou o<br />
silêncio. Um par de brasas surgiu no meio do mato e trotou em direção à<br />
clareira.<br />
Anatã desembainhou a arma chamejante, imitado por todo o grupo,<br />
enchendo a clareira de luz divina, que revelou mais olhos vermelhos<br />
escondidos. De imediato, os quinze anjos estavam completamente cercados por<br />
centenas de cães do inferno, rugindo e arreganhando as mandíbulas,<br />
preparados para destroçar todo e qualquer anjo de luz que encontrassem.<br />
— Fujam enquanto podem, seus pe<strong>da</strong>ços de mer<strong>da</strong> — bradou o cão<br />
maior e mais assustador. — Dou apenas esta chance a vocês.<br />
Anatã abriu as asas e ergueu a espa<strong>da</strong>. Não era fuga, apenas a<br />
confirmação de que ficaria para guerrear até a morte. As asas abertas<br />
intimi<strong>da</strong>vam as feras. Os anjos restantes imitaram Anatã, formando um círculo,<br />
um de costas para o outro, espa<strong>da</strong>s desembainha<strong>da</strong>s, aguar<strong>da</strong>ndo o primeiro<br />
ataque.<br />
Os cães esperavam que os adversários deban<strong>da</strong>ssem, mas a satisfação <strong>da</strong><br />
hor<strong>da</strong> satânica aumentou quando perceberam que a decisão dos anjos era o<br />
confronto direto. Estavam ansiosos; iriam estraçalhar as criaturas de luz.<br />
Conforme a excitação dos demônios crescia, o ar mais e mais se<br />
impregnava do cheiro de enxofre. Não havia necessi<strong>da</strong>de de esconder-se.<br />
Anatã visualizava mais de quarenta demônios e imaginou que ca<strong>da</strong> um<br />
dos irmãos tinha a mesma e pavorosa visão.<br />
— Meu nome é Anatã! Lutarei até a morte! — bradou o anjo, com<br />
convicção. — E juro por meu Pai de Luz, meu Deus, que levarei mais de vinte<br />
de vocês comigo!<br />
Dos demônios vieram gargalha<strong>da</strong>s entusiasma<strong>da</strong>s e xingamentos; o<br />
cheiro de enxofre dobrou. Eles aproximavam-se lentamente, centímetro por<br />
centímetro, empurrados pelos de trás, fechando o cerco. Os anjos já podiam<br />
sentir o hálito pestilento e quente expelido pelas mandíbulas gigantes.<br />
Entretanto, à medi<strong>da</strong> que se aproximavam, os demônios se afastavam, pois os<br />
anjos eram <strong>da</strong> Luz e seus olhos transmitiam medo às feras. Sabiam que os anjos<br />
guerreiros eram poderosos.<br />
— Vocês vão morrer! — bradou o líder dos demônios. — Não podem<br />
com todos nós. Ah, ah, ah! Somos numerosos!<br />
A gargalha<strong>da</strong> do líder fez coro.<br />
Demônios alados voavam acima do grupo luminoso, cacarejavam e