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mos chance de enfraquecê-lo antes que comece valer as almas humanas.<br />
Alanca obedeceu prontamente: reuniu anjos, delegou ordens.<br />
Thal foi atrás de sua visita mais importante naquela noite: o pastor Elias.<br />
O anjo desceu até a igreja, mas o homem não estava. Thal perdeu alguns<br />
minutos tentando encontrar uma pista do paradeiro do pastor Elias, que,<br />
acompanhado de outros fiéis, havia partido para ci<strong>da</strong>des vizinhas, acor<strong>da</strong>ndo<br />
pastores e clamando por aju<strong>da</strong> nos grupos de orações.<br />
As conversas entre os humanos eram confusas. Thal decidiu ir destino a<br />
Barra <strong>da</strong> Cana, ci<strong>da</strong>de próxima a Belo Verde, provável destino do pastor.<br />
Samuel estava enraivecido com a intervenção angelical. A sede de sangue<br />
estava sacia<strong>da</strong>, mas agora era movido por algo maior e letal. O ódio tomava<br />
conta de suas atitudes e tudo que desejava era matar. Com a rapidez de um<br />
corcel, dirigiu-se à ci<strong>da</strong>de à procura de vítimas fáceis. Varou a floresta, imerso<br />
na escuridão. Avistou a cerca que demarcava a fazen<strong>da</strong>, e, junto a ela, um cão<br />
vermelho.<br />
—Pare, vampiro.<br />
—Parar? Pra quê, se eu posso seguir e matar? — in<strong>da</strong>gou Samuel.<br />
—Queremos que mate, sem dúvi<strong>da</strong>, mas sabemos um nome que você<br />
não sabe. Conhecemos uma vi<strong>da</strong> que você não conhece. Siga-me;<br />
ordeno, servo de Satanás, ordeno que me siga na noite escura para<br />
ouvir de seus irmãos <strong>da</strong>s trevas o nome que precisa seguir, o nome que<br />
deve apagar <strong>da</strong> existência do plano dos homens, pois você é carne e<br />
pode feri-lo com agili<strong>da</strong>de mortal.<br />
O demônio fitava os olhos de Samuel, o fantasma pálido, que sentiu-se<br />
encantado por aquele cão. Sem oferecer resistência, seguiu-o, sem medo, sem<br />
restrição.<br />
Chegaram a uma clareira, parando no centro, onde o cão mandou que<br />
aguar<strong>da</strong>sse. O cão distanciou-se, embrenhando-se no matagal, deixando ver<br />
apenas os rastros de seus olhos de fogo entre ramas e galhos.<br />
— Você é importante para o nosso desígnio. A partir de agora, tem<br />
uma missão a cumprir. Apresento nossos irmãos. — disse a fera distante e<br />
com voz quase sumi<strong>da</strong>, lá do meio do mato, deixando apenas o par de olhos<br />
satânicos, como brasas vermelhas, à mostra.<br />
Samuel não tirava os olhos do par de brasas. Apesar <strong>da</strong> noite escura,<br />
com a visão modifica<strong>da</strong> desde que se tornara vampiro, podia ver com nitidez<br />
impressionante. As brasas vermelhas do cão maléfico deixavam um rastro pelo