MARTINS PERALVA - GE Fabiano de Cristo

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35 Licantropia 116 Servir-nos-emos de algumas referências do capítulo «Fascinação» para, aceitando a tese da sua progressividade, chegarmos à Licantropia, fenômeno a que se referiu Bozzano e que foi, igualmente, objeto de menção pelo Assistente Áulus. Ao estudarmos o capítulo 23º de «Nos Domínios da Mediunidade», organizamos, no quadro negro, o seguinte gráfico: Esse mesmo gráfico será, neste livro, o ponto de partida para o escorço que tencionamos fazer em torno da Licantropia. Comecemos por defini-la: é o fenômeno pelo qual Espíritos «pervertidos no crime» atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais. A fim de favorecer o desenvolvimento de nossas considerações, iniciemos esta página com um trecho da narrativa de André Luiz: «A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança, de loba ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio. Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa.» Sublinhamos, intencionalmente, as expressões «à semelhança de loba ferida» e «coleando pelo chão». Atitudes realmente animalescas. Mais adiante, explicando o fenômeno, temos a palavra esclarecedora do Assistente: «Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental dos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos. » A simples fascinação de hoje — caracterizada por fenômenos alucinatórios, atitudes ridículas ou absurdas e, mesmo, pelo fanatismo religioso — pode agravar-se e progredir de tal maneira que se converta na Licantropia de amanhã. Comprometidos com o passado, através de débitos e do nosso acumpliciamento no mal, com entidades inferiorizadas, com as quais estamos

117 sintonizados no Tempo e no Espaço, poderemos ter a nossa vontade submetida ao império hipnotizante dessas entidades. Enquanto a fascinação tem sentido mais psicológico, a licantropia vai mais além. Reveste-se de aspecto mais objetivo, exteriorizando-se na própria organização somática, ou perispirítica, se a vÍtima for encarnada ou desencarnada. Há casos extremos de licantropia deformante, em que a pessoa imita «costumes, posições e atitudes de animais diversos», bem assim de licantropia agressiva, que se expressa através da violência, da alucinação e, até, do crime. A imprensa sensacionalista relacioná-los-á como fruto de «taras», sem maiores explicações; os estudiosos do Espiritismo verão nesses casos apenas manifestações de licantropia agressiva, com poderosa e cruel atuação do elemento invisível. Quando a Medicina e o Direito estenderem as mãos ao Espiritismo, os seus mais graves problemas serão melhormente eqüacionados. Anomalias patológicas, modificadoras da configuração anatômica dos pacientes, observadas especialmente em hospitais de indigentes, via de regra expressam a influência terrível de entidades vingativas junto a antigos desafetos. O Espiritismo — anjo tutelar dos infortunados —, analisando a causa de tais sofrimentos, ajuda as vítimas das grandes obsessões a se recuperarem. Três condições principais podem ser indicadas como favorecedoras da cura de pessoas que sofrem a atuação dessas pobres entidades, a saber: a) — Estudo (Evangelho e Doutrina); b) — Trabalho (atividade incessante no Bem); c) — Amor no coração (converter a própria vida em expressão de fraternidade). Solucionará o Espiritismo, através dos seus milhares de grupos mediúnicos e das dezenas de suas Casas de Saúde, todos os casos de Licantropia? Responder afirmativamente seria rematada leviandade. Todavia, além de lhe ser possível eqüacionar alguns casos, menos entranhados no passado, levará ao coração de perseguidos e perseguidores a semente de luz do perdão, para germinação, crescimento, florescimento e frutificação oportunos. No Grande Porvir, verdugos e vítimas de hoje estarão, redimidos e irmanados, cultivando nos Planos Superiores o Sublime Ideal da Fraternidade Legitima. E não podia deixar de ser assim, a fim de que, agora e por toda a Eternidade, se confirmem, integralmente, as palavras de Nosso Senhor Jesus- Cristo: “Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá.”

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Licantropia<br />

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Servir-nos-emos <strong>de</strong> algumas referências do capítulo «Fascinação» para,<br />

aceitando a tese da sua progressivida<strong>de</strong>, chegarmos à Licantropia, fenômeno a<br />

que se referiu Bozzano e que foi, igualmente, objeto <strong>de</strong> menção pelo Assistente<br />

Áulus.<br />

Ao estudarmos o capítulo 23º <strong>de</strong> «Nos Domínios da Mediunida<strong>de</strong>»,<br />

organizamos, no quadro negro, o seguinte gráfico:<br />

Esse mesmo gráfico será, neste livro, o ponto <strong>de</strong> partida para o escorço<br />

que tencionamos fazer em torno da Licantropia.<br />

Comecemos por <strong>de</strong>fini-la: é o fenômeno pelo qual Espíritos «pervertidos no<br />

crime» atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou <strong>de</strong>sencarnados,<br />

fazendo-os assumir atitu<strong>de</strong>s idênticas às <strong>de</strong> certos animais.<br />

A fim <strong>de</strong> favorecer o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> nossas consi<strong>de</strong>rações, iniciemos<br />

esta página com um trecho da narrativa <strong>de</strong> André Luiz:<br />

«A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança, <strong>de</strong> loba<br />

ferida, gritava a <strong>de</strong>bater-se no piso da sala, sob o olhar consternado <strong>de</strong><br />

Raul que exorava a Bonda<strong>de</strong> Divina em silêncio.<br />

Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a<br />

guarda generosa <strong>de</strong> sentinelas da casa.»<br />

Sublinhamos, intencionalmente, as expressões «à semelhança <strong>de</strong> loba<br />

ferida» e «coleando pelo chão». Atitu<strong>de</strong>s realmente animalescas.<br />

Mais adiante, explicando o fenômeno, temos a palavra esclarecedora do<br />

Assistente:<br />

«Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos po<strong>de</strong>res da<br />

inteligência, fazendo pesar tigrina cruelda<strong>de</strong> sobre quantos ainda<br />

sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros<br />

<strong>de</strong>vemos muitos quadros dolorosos da patologia mental dos manicômios,<br />

em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam<br />

costumes, posições e atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> animais diversos. »<br />

A simples fascinação <strong>de</strong> hoje — caracterizada por fenômenos alucinatórios,<br />

atitu<strong>de</strong>s ridículas ou absurdas e, mesmo, pelo fanatismo religioso — po<strong>de</strong><br />

agravar-se e progredir <strong>de</strong> tal maneira que se converta na Licantropia <strong>de</strong><br />

amanhã.<br />

Comprometidos com o passado, através <strong>de</strong> débitos e do nosso<br />

acumpliciamento no mal, com entida<strong>de</strong>s inferiorizadas, com as quais estamos

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