MARTINS PERALVA - GE Fabiano de Cristo
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106<br />
Não tem ele, evi<strong>de</strong>ntemente, a função <strong>de</strong> livrar-nos das provações que se<br />
enquadram em nosso <strong>de</strong>stino, em face da lei <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong>.<br />
Todavia, pelas elevadas noções que consubstancia, faculta-nos os meios<br />
<strong>de</strong> atenuá-las ou modificá-las, segundo o nosso programa renovativo e a<br />
benefício <strong>de</strong> nossa felicida<strong>de</strong>.<br />
À luz dos conhecimentos doutrinários, os horizontes do nosso Espírito se<br />
dilatam, uma vez que nos dá, o Espiritismo, o que outras religiões não po<strong>de</strong>m<br />
oferecer aos seus a<strong>de</strong>ptos.<br />
Vivemos em permanente sintonia com entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sencarnadas e com<br />
pessoas <strong>de</strong> todos os tipos evolutivos, permutando, assim, criações mentais<br />
elevadas ou inferiores.<br />
«Pensamentos guerreiam pensamentos, assumindo as mais diversas<br />
formas <strong>de</strong> angústia e repulsão.<br />
«É a influenciação <strong>de</strong> almas encarnadas entre si que, às vezes, alcança o<br />
clima <strong>de</strong> perigosa obsessão.»<br />
Além disso, maus pensamentos têm o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> produzir <strong>de</strong>sequilíbrios<br />
interiores, enfermida<strong>de</strong>s e, até, a própria morte, da mesma forma que bons<br />
pensamentos estabelecem harmonia psíquica, saú<strong>de</strong> e felicida<strong>de</strong>.<br />
Temos, no capítulo em estudo, o caso <strong>de</strong> um lar que, pela intercessão <strong>de</strong><br />
uma irmã infeliz, está ameaçado em seus alicerces.<br />
De Anésia, esposa do irmão Jovino, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, gran<strong>de</strong>mente, a solução<br />
do grave problema.<br />
A sua conduta vai influir, <strong>de</strong>cisivamente, para que as coisas voltem ao<br />
ponto <strong>de</strong> partida ou se agravem.<br />
Se as suas vibrações <strong>de</strong>scerem ao mesmo nível da irmã que lhe ameaça a<br />
paz doméstica, a tendência é para piorar; todavia, se souber compreen<strong>de</strong>r a<br />
infelicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem envolveu o esposo em perigosa cilada, perdoando<br />
sinceramente, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> algum tempo Anésia e Jovino, já <strong>de</strong>spertos para a<br />
execução <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>veres, guardarão do atual inci<strong>de</strong>nte apenas tênue<br />
lembrança...<br />
A harmonia e o entendimento reinarão, <strong>de</strong> novo, no santuário doméstico<br />
em cuja entrada pequeno roseiral «dizia sem palavras dos belos sentimentos<br />
dos moradores”.<br />
A fim <strong>de</strong> que tenhamos idéia <strong>de</strong> como se verifica a ação telepática, vejamos<br />
<strong>de</strong> que maneira André Luiz <strong>de</strong>screve o ambiente familiar assediado, a<br />
distância, pela projeção mental da mulher:<br />
«O chefe da família, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> apurar o nó da gravata vivamente colorida,<br />
bateu a porta estrepitosamente sobre os próprios passos e retirou-se.<br />
A companheira humilhada caiu em pranto silencioso sobre velha poltrona e<br />
começou a pensar, articulando frases sem palavras:<br />
«Negócios, negócios... Quanta mentira sobre mentira! Uma nova<br />
mulher, isso sim!»<br />
Enquanto as reflexões <strong>de</strong>la se faziam audíveis para nós, irradiando-se<br />
na sala estreita, vimos <strong>de</strong> novo a mesma figura <strong>de</strong> mulher que surgira à<br />
frente <strong>de</strong> Jovino, aparecendo e reaparecendo ao redor da esposa triste,<br />
como que a fustigar-lhe o coração com invisíveis estiletes <strong>de</strong> angústia,<br />
porque Anésia acusava agora in<strong>de</strong>finível mal-estar.<br />
Não via com os olhos a estranha e in<strong>de</strong>sejável visita; no entanto,<br />
assinalava-lhe a presença em forma <strong>de</strong> incoercível tribulação mental. De<br />
inesperado, passou da meditação pacífica a tempestuosos pensamentos.»