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Ano 11 Ed 129 Fev 2011.pdf - Colégio Pena Branca

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Página -4 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - FEVEREIRO/20<strong>11</strong><br />

A<br />

jornalista Lilia Ribeiro foi dirigente<br />

da Tenda de Umbanda Luz, Esperança<br />

e Fraternidade (TULEF) e<br />

teve um papel de destaque na divulgação<br />

da História da Tenda Nossa Senhora<br />

da Piedade. Jota Alves de Oliveira,<br />

na obra Umbanda Cristã e Brasileira,<br />

cita:<br />

Ainda na fase de nossa pesquisa<br />

em torno do Caboclo das Sete<br />

Encruzilhadas e seu médium Zélio<br />

Fernandino de Moraes, buscamos<br />

a colaboração da diretora do Culto<br />

da TULEF, e médium do Caboclo<br />

da Mata Virgem, a fim de conseguirmos<br />

nosso intento, a<br />

senhora Lilia Ribeiro, que em<br />

tempo fez jornalismo pelo Diário<br />

de Noticias, de parceria com o<br />

escritor e médico Dr. Cavalcanti<br />

Bandeira, autor do livro O que é a<br />

Umbanda. Lilia Ribeiro nos prestou<br />

muita colaboração: graças a ela<br />

existe uma breve História da<br />

Umbanda Brasileira.<br />

Lilia Ribeiro realizou diversas entrevistas<br />

com Zélio de Moraes, Caboclo<br />

das Sete Encruzilhadas e Pai Antonio.<br />

Em 1985, Jota Alves de Oliveira publicou<br />

a obra Umbanda Cristã e Brasileira,<br />

que traz um primeiro ensaio sobre<br />

a História da Umbanda, contando as<br />

origens da religião com o médium Zélio<br />

Fernandino de Moraes e o Caboclo das<br />

Sete Encruzilhadas. Para tanto, o autor<br />

fundamentou-se nas importantes pesquisas<br />

de Lilia Ribeiro. Relata ainda os<br />

trabalhos de algumas tendas importantes<br />

como a Tenda de Umbanda Luz,<br />

Esperança e Caridade (TULEF), a Tenda<br />

Mirim, o Templo Oxóssi Rompe Mato, a<br />

Seara de Umbanda Tupinambá e o<br />

Centro Espírita Caminheiros da Verdade.<br />

Desde a publicação desta obra<br />

muito pouco se escreveu sobre a História<br />

da Umbanda. A partir da primeira<br />

visita de Ronaldo Antonio Linares à Zélio<br />

de Moraes, algumas matérias importantes<br />

foram publicadas em jornais de<br />

São Paulo pelo Presidente da Federação<br />

Umbandista do Grande ABC. Logo<br />

nas primeiras aulas do Curso de Formação<br />

de Sacerdotes desta instituição,<br />

os brilhantes relatos de Ronaldo despertaram<br />

minha atenção sobre o assunto.<br />

Com o material fornecido no curso<br />

e os relatos já citados, iniciei minha<br />

caminhada como escritor da Umbanda<br />

com a monografia Aspectos Históricos<br />

e Sociais da Umbanda no Brasil,<br />

apresentada como trabalho final de<br />

conclusão do Curso de Pós-Graduação<br />

em Estudos Brasileiros, na Universidade<br />

Presbiteriana Mackenzie, em 1983.<br />

No período de 1984 a 1990 fiz,<br />

acompanhado de <strong>Ed</strong>ison Cardoso de<br />

Oliveira, quatro visitas à Tenda Nossa<br />

Senhora da Piedade, instalada na<br />

época à Rua Dom Gerardo, 51, na cidade<br />

do Rio de Janeiro, e duas visitas à<br />

Cabana de Pai Antonio, em Boca do<br />

Mato, Cachoeiras de Macacu – RJ.<br />

Na primeira visita, em 1984, o meu<br />

Pai Espiritual Ronaldo Antonio Linares,<br />

recebeu das mãos de Dona Zilméia de<br />

Moraes uma cópia do livro O Espiritismo,<br />

a Magia e as Sete Linhas de Umbanda,<br />

de Leal de Souza, publicado em 1933.<br />

Pai Ronaldo cedeu-me, então, uma<br />

cópia deste precioso material que para<br />

nós, durante muito tempo, era o<br />

primeiro livro que falava de Umbanda.<br />

Em agosto de 2008, quando estava<br />

terminando de escrever o livro Umbanda<br />

Brasileira: um século de história<br />

consegui um raro exemplar da obra No<br />

Mundo dos Espíritos, publicado em<br />

1925, do mesmo autor. Este sim é o<br />

primeiro livro que trata da Umbanda.<br />

Fundamentado na monografia já<br />

citada e muitos relatos de Dona Zélia<br />

de Moraes, Dona Zilméia de Moraes e<br />

Ronaldo Linares, publiquei, pela Ícone<br />

<strong>Ed</strong>itora, em 1986, o livro Iniciação à<br />

Umbanda. Nesta obra fiz a primeira<br />

abordagem sobre a História da Umbanda.<br />

No segundo volume, junto com meu<br />

Pai espiritual Ronaldo Antonio Linares,<br />

continuamos a pesquisa histórica da<br />

nossa religião. A obra foi relançada em<br />

2008 pela Madras <strong>Ed</strong>itora.<br />

Em 1991, munido de mais dados e<br />

documentos, escrevi e publiquei, Umbanda<br />

e sua História. A sequência<br />

deste trabalho foi a publicação, em<br />

1993, da obra Umbanda: um ensaio de<br />

ecletismo. Em 2008, publiquei o livro<br />

Umbanda Brasileira: um século de<br />

história, um livro de fôlego com aprofundamentos<br />

baseados em relatos e<br />

documentos originais conseguidos<br />

durante 25 anos de pesquisa.<br />

Diferentemente dos dois volumes<br />

anteriores, onde fizemos uma abordagem<br />

sobre o caráter milenar da Umbanda,<br />

mais precisamente o Aumbandhan,<br />

neste livro o enfoque recaiu sobre a<br />

restauração da Umbanda em solo<br />

brasileiro a partir do final do século XIX.<br />

Alguns temas foram aprofundados em<br />

virtude da coleta de documentos escritos<br />

e gravados que não tínhamos no<br />

início dos anos 1990. O objetivo foi resgatar<br />

a memória dos pioneiros, Entidades<br />

Espirituais, médiuns, escritores,<br />

tendas, terreiros e outras instituições,<br />

que trouxeram até nós a Umbanda<br />

ou, como preferem alguns, o<br />

Movimento Umbandista. Nomes como<br />

Caboclo das Sete Encruzilhadas, Pai<br />

Antonio, Zélio Fernandino de Moraes,<br />

Caboclo Mirim, Benjamim Figueiredo,<br />

W.W. da Matta e Silva, Pai Guiné,<br />

Ronaldo Antonio Linares e outros.<br />

Em 2009, sustentado por uma ampla<br />

bibliografia, publiquei pela <strong>Ed</strong>itora<br />

do Conhecimento a obra Leal de Souza:<br />

o primeiro escritor da Umbanda, onde<br />

recuperei dados importantes sobre este<br />

importante autor. A mesma editora<br />

publicou também os dois primeiros livros<br />

que tratam da Umbanda: O Espiritismo,<br />

a Magia e as Sete Linhas da Umbanda e<br />

No Mundo dos Espíritos, de Leal de Souza,<br />

onde fiz a apresentação das obras.<br />

Em 2010, publiquei, pela <strong>Ed</strong>itora do<br />

Conhecimento, a obra A Construção<br />

Histórica da Literatura Umbandista que<br />

mostra as principais obras e autores<br />

que fazem parte da construção histórica<br />

da literatura umbandista ao longo<br />

de mais de oitenta anos.<br />

Até então me sentia solitário nesta<br />

tarefa de historiador da Umbanda. Porém,<br />

Alexandre Cumino retomou, com<br />

maestria, o encargo de resgatar a memória<br />

da nossa religião e publicou, pela<br />

Madras <strong>Ed</strong>itora, ainda em 2010, a importante<br />

obra História da Umbanda:<br />

uma religião brasileira, que apresenta<br />

um novo olhar sobre os aspectos históricos<br />

da nossa querida religião. Diversos<br />

temas são tratados com uma forte fundamentação<br />

e metodologia. Recorreu,<br />

cientificamente, à pesquisa primária,<br />

utilizando documentos originais escritos<br />

e também à história oral, resgatando,<br />

de forma brilhante, essa história, mos-<br />

trando as origens, a etimologia da palavra,<br />

a trajetória e a literatura da Umbanda.<br />

Dezenas de sites da Internet, artigos,<br />

jornais e livros abordam a História<br />

da Umbanda utilizando-se da pesquisa<br />

secundária e terciária. Poucos utilizam<br />

a pesquisa primária, afastando-se assim<br />

da realidade histórica. É impossível ao<br />

historiador a imparcialidade. Desde a<br />

escolha de documentos até a redação<br />

do trabalho são feitas escolhas, que<br />

não são causais. Qualquer tentativa<br />

de escrever sobre um fato ou período<br />

histórico envolve seleção, julgamento<br />

e pressupostos metodológicos. A História<br />

não pode ser nunca puramente<br />

descritiva, pois sempre haverá elementos<br />

de avaliação em qualquer relato.<br />

Sendo assim, o máximo que um historiador<br />

pode fazer no seu trabalho é<br />

alcançar uma face da verdade, que não<br />

é absoluta e sim variável de acordo com<br />

as condições que se apresentam no<br />

momento da escrita.<br />

Está previsto para o final de fevereiro<br />

de 20<strong>11</strong> o lançamento do livro Memórias<br />

da Umbanda do Brasil, de Ronaldo<br />

Antonio Linares e Diamantino Fernandes<br />

Trindade. Nesta obra estamos<br />

resgatando alguns desses documentos<br />

e abordando alguns temas que, ao<br />

longo da história, tem sido motivo de<br />

muitos estudos e polêmicas. Contamos<br />

com as preciosas colaborações dos<br />

nossos irmãos Alex de Oxóssi, Gilberto<br />

Angelotti e Renato Henrique Guimarães<br />

Dias. Por dever de oficio, e com muita<br />

alegria, damos voz a importantes figuras<br />

do Movimento Umbandista, através<br />

de textos e mensagens de Jota Alves<br />

de Oliveira, Vovó Benta, Lilia Ribeiro,<br />

Atamã, W. W. da Matta e Silva, Dr. Adalberto<br />

Pernambuco, Carlos de Azevedo,<br />

General Nelson Braga Moreira, João de<br />

Freitas, Deputado Atila Nunes Filho,<br />

Eurico Lagden Moerbeck, Demétrio<br />

Domingues, Zélio de Moraes, Caboclo<br />

das Sete Encruzilhadas, Martinho<br />

Mendes Ferreira, Floriano Manoel da<br />

Fonseca e Leal de Souza.<br />

Historiador é aquele que escreve a<br />

História segundo a sua ótica em função<br />

de documentos originais orais e escritos.<br />

História da Umbanda é para quem<br />

conhece a Umbanda e não para pesquisadores<br />

superficiais.<br />

Contatos: hanamatan@yahoo.com.br<br />

http://mandaladosorixas.blogspot.com/

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