ÁREA TEMÁTICA DST/AIDS - Prefeitura de São Paulo
ÁREA TEMÁTICA DST/AIDS - Prefeitura de São Paulo
ÁREA TEMÁTICA DST/AIDS - Prefeitura de São Paulo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>ÁREA</strong> <strong>TEMÁTICA</strong> <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong><br />
Maria Cristina Abbate<br />
Deborah Bitencourt<br />
Haydée Marina do Valle Prereira<br />
Orival Silva Silveira<br />
Silvana Hengles<br />
158a
PROTOCOLO HIV/ <strong>AIDS</strong> PARA UNIDADES BÁSICAS<br />
DE SAÚDE / <strong>ÁREA</strong> <strong>TEMÁTICA</strong> <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong><br />
No início da epi<strong>de</strong>mia, na década <strong>de</strong> 1980, a<br />
Síndrome da Imuno<strong>de</strong>ficiência Humana Adquirida,<br />
atingia apenas homens que faziam sexo com homens<br />
(HSH), indivíduos que receberam transfusão <strong>de</strong> hemo<strong>de</strong>rivados<br />
e a usuários <strong>de</strong> drogas endovenosas.<br />
Na década <strong>de</strong> 1990, a doença se expandiu<br />
atingindo as mulheres, constituindo a transmissão<br />
heterossexual a principal via <strong>de</strong> contaminação para<br />
o HIV.<br />
Segundo dados da Coor<strong>de</strong>nação Nacional <strong>de</strong><br />
<strong>DST</strong>/ Aids, a epi<strong>de</strong>mia mudou e hoje tem como<br />
características: interiorização, feminização e pauperização.<br />
Interiorização : a Aids no Brasil passou <strong>de</strong> restrita<br />
a metrópoles a regional e nacional, atingindo 63%<br />
dos 5.507 munícipios do país.<br />
Feminização: a categoria heterossexual é a que<br />
tem apresentado a maior tendência <strong>de</strong> crescimento,<br />
sendo que a razão <strong>de</strong> sexo em indivíduos com mais<br />
<strong>de</strong> 13 anos passou <strong>de</strong> 25 homens para 1 mulher, em<br />
1985, para 2:1, em 2000, fato este que tem contribuído<br />
para aumento da transmissão vertical.<br />
Pauperização: A epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>AIDS</strong> no Brasil<br />
iniciou-se nos estratros sociais <strong>de</strong> maior instrução,<br />
com progressiva disseminação para os estratos sociais<br />
<strong>de</strong> menor escolarida<strong>de</strong>, fato este constatado por meio<br />
da notificação compulsória.<br />
Diante <strong>de</strong> todas estas evidências e contrário ao<br />
estigma do início da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> que a aquisição<br />
do HIV estava associado a grupos <strong>de</strong> risco, nós<br />
consi<strong>de</strong>ramos negligência a omissão em qualquer<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do oferecimento da sorologia<br />
para HIV.<br />
Alertamos para conduta a ser adotada pelos médicos<br />
pediatras das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que são procurados<br />
em consulta por menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sacompanhados<br />
<strong>de</strong> seus responsáveis, conforme parecer do CRM<br />
(Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina): se o menor reunir<br />
a capacida<strong>de</strong> que se faz para enten<strong>de</strong>r e conduzir-se<br />
na forma prescrita pelo médico para solução <strong>de</strong> seu<br />
estado clínico é dispensável que seja acompanhado<br />
por seus pais ou responsáveis legais.<br />
Lembrando que o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tem o<br />
<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> guardar segredo profissional referente ao<br />
paciente .<br />
159
160<br />
FLUXOGRAMA HIV<br />
UBS<br />
Acolhimento<br />
É processo <strong>de</strong> escuta ativa individualizado e centrado no cliente.<br />
Pressupõe a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer uma relação <strong>de</strong> confiança entre o profissional e paciente, visando<br />
o resgate dos recursos internos do cliente para que ele mesmo tenha possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer-se como<br />
sujeito <strong>de</strong> sua própria saú<strong>de</strong> e transformação.Portanto, além do acolher, o profissional <strong>de</strong>verá permitir<br />
que o paciente fique a vonta<strong>de</strong> e que entenda a sua vulnerabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo assim criar estratégias que<br />
promovam a sua saú<strong>de</strong>.<br />
Oferecer aconselhamento dialogado pré–teste<br />
O aconselhamento po<strong>de</strong> ser realizado tanto em grupo como individualmente.<br />
Aconselhamento pré –teste- é oferecido ao paciente antes <strong>de</strong> realizar o teste. Durante este aconselhamento<br />
, o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prepara o paciente para a realização do teste, analisando em conjunto:<br />
O que é um teste <strong>de</strong> infecção pelo HIV?<br />
Quais os motivos que levam o paciente a pensar em realizar o teste.<br />
Os possíveis resultados <strong>de</strong>ste teste, as implicações <strong>de</strong> ficar conhecendo o seu estado sorológico e o modo<br />
<strong>de</strong> como po<strong>de</strong>rá lidar com a nova informação.<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adotar comportamentos que protejam a sua saú<strong>de</strong> e previnam a propagação <strong>de</strong>sta infecção.
FLUXOGRAMA (CONT.)<br />
Coleta do teste <strong>de</strong> HIV<br />
Este exame será solicitado pelo médico e/ou enfermeira da unida<strong>de</strong>.<br />
Este teste apresenta as seguintes características:<br />
Anonimato: o paciente po<strong>de</strong>rá realizar o teste em anônimo ou , caso queira , i<strong>de</strong>ntificar-se.<br />
Confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>:Todos profissionais que trabalham na Unida<strong>de</strong>, além do sigilo profissional a que<br />
estão naturalmente vinculados, recebem formação específica no sentido <strong>de</strong> reforçar este princípio.<br />
Privacida<strong>de</strong>: Tanto os aconselhamentos como a entrega dos resultados são realizados em espaço próprio,<br />
on<strong>de</strong> é garantida a privacida<strong>de</strong> dos pacientes.<br />
Voluntário: Todo processo <strong>de</strong> atendimento, o paciente tem total liberda<strong>de</strong> para recusar os aconselhamentos,<br />
a coleta da sangue, fornecer qualquer tipo <strong>de</strong> informação.<br />
Gratuito: A realização do exame e os aconselhamentos não implicam em nenhuma <strong>de</strong>spesa.<br />
Aconselhamento pós –teste<br />
Deve ser oferecido por ocasião da entrega dos resultados do teste.<br />
O principal objetivo <strong>de</strong>ste aconselhamento é ajudar o paciente a compreeen<strong>de</strong>r os resultados do teste<br />
realizado e a iniciarem o processo <strong>de</strong> adaptação a sua situação sorológica face ao HIV, quer o resultado<br />
seja positivo ou não.<br />
Aconselhamento pós-teste diante do resultado negativo:<br />
• Informar que um resultado negativo significa que a pessoa não está infectada ou foi infectada tão recentemente<br />
que não produziu anticorpos necessários para a <strong>de</strong>tecção pelo teste utilizado;<br />
161
162<br />
• Avaliar a possibilida<strong>de</strong> do paciente estar em janela imunológica e, se necessário, realizar um novo teste<br />
em 3 meses;<br />
• Lembrar que o resultado negativo não significa imunida<strong>de</strong>;<br />
• Reforçar as práticas seguras : camisinha , uso <strong>de</strong> seringa <strong>de</strong>scartável para usuário <strong>de</strong> drogas.<br />
Aconselhamento pós-teste in<strong>de</strong>terminado:<br />
• Explicar que um resultado in<strong>de</strong>terminado po<strong>de</strong> significar : um falso positivo <strong>de</strong>vido a razões biológicas<br />
ou um verda<strong>de</strong>iro positivo <strong>de</strong> uma infecção recente cujos anticorpos não estão plenamente <strong>de</strong>senvolvidos.<br />
• Orientar a realização <strong>de</strong> nova coleta para refazer o teste, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 3 meses após a última exposição.<br />
Aconselhamento pós-teste positivo:<br />
FLUXOGRAMA HIV<br />
O resultado será dado preferencialmente pelo médico e/ou enfermeira que solicitou o exame.<br />
Caso o paciente seja positivo será oferecido ao paciente encaminhamento para unida<strong>de</strong> especilizada<br />
em <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong>.
FLUXOGRAMA DE<br />
SOROLOGIA PARA HIV<br />
Oferecimento da sorologia para HIV para usuário com vida sexual<br />
ativa , usuário <strong>de</strong> drogas ou que receberam sangue antes <strong>de</strong> 1986.<br />
Não aceito Aceito<br />
Orientação a<br />
respeito <strong>DST</strong>/<br />
<strong>AIDS</strong><br />
Prevenção<br />
Se<br />
positivo<br />
Encaminhar<br />
para Unida<strong>de</strong><br />
Especializada<br />
Aconselhamento<br />
pré-teste + Coleta<br />
Entrega resultado com<br />
aconselhamento pós-teste<br />
Se<br />
negativo<br />
Orientar<br />
Prevenção<br />
163
164<br />
ABORDAGEM SINDRÔMICA EM DOENÇAS<br />
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS<br />
O Município <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> adotou a Abordagem<br />
Sindrômica para Doenças Sexualmente Transmissíveis<br />
(<strong>DST</strong>) em 2.001, em consonância com o Programa<br />
Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong>, baseada em trabalhos e<br />
experiências que obtiveram resultados melhores<br />
que aqueles que utilizaram abordagem clínica ou<br />
etiológica, como a intervenção realizada por Grosskurt<br />
e colaboradores na Tanzânia, que acumula<br />
nos resultados, não só a redução das <strong>DST</strong>, como<br />
também a estimativa da redução da transmissão do<br />
HIV em 42% (1) .<br />
A Abordagem Sindrômica apresenta maior<br />
sensibilida<strong>de</strong> e resolutivida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
recursos laboratoriais disponíveis, baseando-se na<br />
queixa e exame físico, tendo sido validado no território<br />
nacional por Moherdaui et al através <strong>de</strong> um<br />
estudo multicêntrico em 1998 (2) .<br />
Por ser um protocolo <strong>de</strong> âmbito nacional, po<strong>de</strong><br />
ser realizado por Enfermeira em local que não tenha<br />
médico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a admissão do paciente até a prescrição<br />
(Lei do Exercício Profissional nº 7.498/86 <strong>de</strong><br />
25/06/86, regulamentada pelo Decreto nº 94.406,<br />
<strong>de</strong> 08/06/87 (3).<br />
Destaque <strong>de</strong>ve ser dado ao aconselhamento e<br />
tratamento dos parceiros contido no quatro fluxogramas,<br />
procedimentos muitas vezes negligenciado<br />
pelo profissional que aten<strong>de</strong> ao portador <strong>de</strong> <strong>DST</strong>,<br />
que quando incorporado na rotina eleva não apenas<br />
o nível da assistência, como também da prevenção<br />
às <strong>DST</strong>.
FLUXOGRAMA DE<br />
CORRIMENTO URETRAL<br />
* SINAN<br />
PACIENTE COM QUEIXA DE CORRIMENTO URETRAL<br />
ANAMNESE E EXAME FÍSICO<br />
TRATAR CLAMÍDEA E GONORRÉIA<br />
ACONSELHAR, OFERECER ANTI-HIV E VDRL,<br />
ENFATIZAR A ADESÃO AO TRATAMENTO. OFERECER<br />
MEDICAMENTOS PARA PARCERIA SEXUAL, CONVOCAR<br />
PARCEIROS E AGENDAR RETORNO E NOTIFICAR *<br />
165
166<br />
FLUXOGRAMA DE<br />
ÚLCERAS GENITAIS<br />
PACIENTE COM QUEIXA DE ÚLCERA GENITAL<br />
ANAMNESE E EXAME FÍSICO<br />
HISTÓRIA OU EVIDÊNCIAS DE LESÕES<br />
VESICULOSAS<br />
SIM NÃO LESÕES COM MAIS DE 4<br />
SEMANAS<br />
Tratar<br />
Herpes<br />
genital<br />
Aconselhar, oferecer anti-<br />
HIV e VDRL, enfatizar<br />
a<strong>de</strong>são ao tratamento,<br />
notifi car, convocar<br />
parceiros e agendar<br />
retorno.<br />
Tratar<br />
sífi lis e<br />
cancro<br />
mole<br />
NÃO SIM<br />
Tratar sífi lis e cancro<br />
mole. Fazer biópsia.<br />
Iniciar tratamento<br />
para<br />
Do-novanose.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Parker R., Galvão J., Pimenta M.C., Jr Veriano<br />
T.Aprimorando o <strong>de</strong>bate: respostas sociais frente á <strong>AIDS</strong>:<br />
anais do seminário conquistas e <strong>de</strong>safios na assistência<br />
ao HIV/Aids. Rio <strong>de</strong> Janeiro: ABIA, 2002.<br />
Manual <strong>de</strong> Controle das Doenças Sexualmente<br />
Transmissíveis.Brasília, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 1999,<br />
3ª edição .<br />
Portal <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong>:<br />
www.prefeitura.sp.gov.br/dstaids<br />
Grosskurth, H et al. Impact of improved treatment<br />
of Sexually Transmitted Diseases on HIV Infection<br />
in Rural Tanzania: Randomised Controlled Trial.<br />
Lancet. 346(8974:530-534,1995.<br />
Moherdaui, F et al. Validation of national algorithms<br />
for the diagnosis of STD in Brazil: Results<br />
from a multicentre study. Sexually Transmitted Infections<br />
(former Genitourinaty Medicinte, 1998;<br />
74 (supl 1): S38-S43.<br />
Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, Manual <strong>de</strong> Controle<br />
das Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3ª ed,<br />
Brasília, 1999.<br />
167
168<br />
UNIDADES ESPECIALIZADAS EM <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong><br />
CR Centro <strong>de</strong> Referência, SAE –Serviço <strong>de</strong> Atendimento<br />
Especializado, AE- Ambulatório <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s.<br />
CR <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Nossa Senhora do Ó.Av Itaberaba<br />
, n °1377 –Freguesia do Ó.<br />
CR <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Penha R. Praça Nossa Senhora da<br />
Penha n° 55-Penha.<br />
CR <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Santo AmaroAv.General Roberto<br />
Alves <strong>de</strong> Carvalho Filho, n° 569 –Santo Amaro.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Campos Elíseos Rua Albuquerque<br />
Lins , n°40- Santa Cecília.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Butantã Av.Corifeu <strong>de</strong> Azevedo<br />
Marques, n° 3596- Butantã.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> José F.<strong>de</strong> AraújoR.Vicente da Costa<br />
, n° 289- Ipiranga .<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Hebert <strong>de</strong> Souza Av. Arquiteto<br />
Vila Nova Artigas, n°515, cj Teotônio Vilela -Sapopemba.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Cida<strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>r II R. Médio Iguaçu,n°<br />
86- Itaquera.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Fí<strong>de</strong>lis Ribeiro R. Peixoto, n° 100-<br />
<strong>São</strong> Miguel Paulista.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Santana R. Dr Luiz Lustosa da<br />
Silva, n °339 –Mandaqui.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Cida<strong>de</strong> Dutra R.Cristina <strong>de</strong> Vasconcelos<br />
Cecatto, n °109 - Cida<strong>de</strong> Dutra.<br />
SAE <strong>DST</strong>/<strong>AIDS</strong> Jardim Mitsutani R.Frei Xisto<br />
Teuber n° 50 -Campo Limpo.<br />
AE Dr Alexandre Kalil YazbecK Av.Ceci, n° 2235-<br />
Planalto Paulista .<br />
AE Vila Pru<strong>de</strong>nte Praça Centenário <strong>de</strong> Vila Pru<strong>de</strong>nte,<br />
n°108 – Vila Pru<strong>de</strong>nte.