Na rota da cerVeja

RoteirO
Na rota da
cerVeja
T
SelecionamoS 11 cervejariaS que
oferecem rótuloS eSpeciaiS e petiScoS
que São verdadeiraS tentaçõeS.
por Carlos Marcondes
udo bem, não temos a cultura milenar de países como a Alemanha
e a Bélgica, onde a bebida é encarada como alimento
e incorporada à rotina diária dos europeus! Mas poucos
lugares no mundo oferecem espaços com a alegria de um
bom e velho botequim, com porções criativas e deliciosas,
harmonizadas com cartas de cervejas completas e diversas,
embora ainda com preços um pouco salgados.
A cada mês, novas casas surgem para trabalhar com as cervejas
especiais e complexas, sejam as nacionais de microcervejarias,
sejam as importadas, que trazem séculos de tradição.
O potencial é imenso, afinal somos o quarto maior mercado
da bebida no mundo, tendo produzido 10 bilhões de litros
em 2010, com um consumo anual per capita de 53,3 litros.
É uma paixão nacional estimulada pela gana de provar
algo novo, vivenciar uma experiência gourmet com cervejas
e brindar à diversidade.
Confira nossos destaques!

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Cervejaria Corsário
A ideia nasceu de uma brincadeira de dois amigos que começaram
a estudar formas de produção de cerveja caseira.
Após acertarem em receitas inusitadas usando ingredientes
diferentes, como camomila, baunilha e canela, e fermentos
de saquê e champanhe, os novos cervejeiros criaram uma
carta de 30 rótulos que se harmonizassem com petiscos da
Casa da Li, na Vila Madalena, em São Paulo, onde também
funciona a Corsário. No local, há cinco torneiras de chope
de especialidades produzidas no próprio espaço do bar.
Entre as criações exclusivas, a cervejaria sugere a Corsário
Berbere (R$ 10 – 400ml), de alta fermentação, baseada em
receitas encontradas no antigo Egito. Leva mel, açafrão, mirra,
uva moscatel e trigo-sarraceno. Com 9% de teor alcoólico,
é refermentada no saquê e não contém lúpulo. Uma das
indicações é harmonizá-la com as lulas salteadas com azeite
de páprica e com purê de banana-da-terra.
Outra prata da casa é a Batemans XXXB (R$ 25 – 500ml).
Estilo bitter ale que traz aromas cítricos de abacaxi e maçã
vermelha. De amargor persistente e com 4,8% de álcool, a
cerveja é uma boa parceira para a pimenta-dedo-de-moça
recheada com carne-seca.
A XXXB é um
dos destaques
da Cervejaria
Corsário
Botequim do Cesinha:
70 rótulos de cerveja,
além de outros drinques
Botequim do Cesinha
Um verdadeiro botequim que prima pela simplicidade, pelo
bom preço e pela simpatia dos donos, Cesinha e Marisa, que
atendem o público pessoalmente. Segundo o casal, esses
elementos têm sido o segredo do sucesso do pequeno bar
encravado na Vila Madalena, em São Paulo. São 70 rótulos
de cerveja e dezenas de outros drinques selecionados para
agradar a todos os botequeiros.
Quatro opções de cervejas russas da marca Baltika, a maior
cervejaria da Europa, aparecem como destaques da casa.
Servidas em garrafas de um litro, custam R$ 16,90 nas opções
Weiss, Porter, Red e Export. O casal brinca e diz que é
do tipo da russa que entra no churrasco sem pedir licença.
A fama do lugar também se deve muito ao sanduíche de
rosbife, que atrai gente de todos os cantos da cidade. Leva
maionese e vinagrete e a sugestão é saboreá-lo com cervejas
do tipo Old, Strong Ale ou Dark Larger.
Delirium Café:
franquia da
rede belga em
Ipanema
Delirium Café
A charmosa e cervejeira praia de Ipanema, palco da saudosa
boemia carioca, foi o local escolhido para abrir a sexta franquia
da belga Delirium Café, a primeira das Américas. A matriz em
Bruxelas entrou para o “Guiness Book”, o livro dos recordes,
ao apresentar exatos 2.004 diferentes rótulos, alcançando o
título de maior carta de cervejas do mundo.
A versão brasileira segue a decoração temática da franquia,
com as paredes do sobrado pintadas de azul e repletas de
desenhos de elefantes rosa. Na carta, mais enxuta que a da
matriz, são 300 rótulos de 20 países, como as premiadas St.
Feullien Blond (R$ 59,90 – 750ml) e a Delirium Tremens (R$
69,90 – 750ml), eleita em 1998 a melhor cerveja do mundo,
no The World Beer Championships, em Chicago, EUA.
No cardápio, há dezenas de petiscos, como o croquete de
queijo St. Paulin, pratos com mexilhão e o creme de cerveja
com Hoegaarden.
divino Sabores 69

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Cervejaria Nacional
O que era apenas uma microcervejaria que fornecia bebidas
para outros bares acaba de ser ampliada para o que a direção
chama de fábrica-bar. No espaço, são produzidas cinco
receitas de chope artesanal, todas batizadas com nomes
de lendas brasileiras, como a Y-îara Pilsen (R$ 6 – 330ml),
a Domina Weiss (R$ 7) e a Sá Si Stout (R$ 7).
As cervejas são totalmente produzidas no local, desde a
moagem dos dez tipos de malte até a filtração e a fervura
do mosto. As bebidas chegam prontas para acompanhar o
menu criado pelo chef e sócio da Cervejaria Nacional, Alexandre
Cymes, que montou diversas opções interessantes
para um eclético casamento de comida de boteco.
Uma das opções de petiscos é a costelinha ao molho barbecue,
que pode ser servida com a Kurupira Ale (R$ 6).
Já entre os pratos da casa, há os verdes, como os vegetais
da Nacional, que traz minicoração de alcachofra, aspargo,
cogumelo-paris, tomate-cereja e cebola roxa na chapa, indicada
com a Mula IPA (India Pale Ale, R$ 8).
Já para a sobremesa, a pedida é experimentar o crumble de
maçã com chocolate meio amargo, servido com sorvete de
Y-îara Pilsen, algo bem original.
A carta do
Melograno tem
160 rótulos
A Kurupira Ale
acompanha a
costelinha na
Cervejaria Nacional
Melograno
O bar, inaugurado há três anos pelo especialista em cervejas
Edu Passareli, já conquistou o reconhecimento da mídia paulistana
por sua detalhada carta de 160 rótulos. O mais recente
deles foi a premiação como melhor carta de cervejas concedida
pela revista Veja São Paulo, edição 2010/2011.
Pequeno e charmoso, o espaço localizado na Vila Madalena,
em São Paulo, traz entre os destaques seis exclusivas
opções da cervejaria inglesa St Peter’s (Cream Stout,
Winter Ale, Old-Style, India Pale Ale, Suffolk Gold e Best
Bitter), todas em garrafa de 500 ml, a R$ 27.
A gastronomia não fica atrás e forma bons pares com as
cervejas, com sanduíches feitos em forneria e com massa
de pizza, além de porções como a de bolinho de mortadela,
que pede cervejas dos tipos pilsen, weisen e pale ale,
ou ainda o filé ao molho de gorgonzola, que casa com os
estilos strong golden ale e weizenbock.
Para os fãs de tecnologia, o Melograno acaba de lançar
um aplicativo para iPhone e Ipod Touch que traz a lista de
cervejas disponíveis para que o cliente escolha os rótulos
por sabor, estilo, país ou valor. Segundo a casa, a novidade
é pioneira no País.
Beer Taste
Dentro do Shopping Cittá-América, na Barra da Tijuca,
esta casa carioca, além de oferecer cerca de cem rótulos de
vários cantos do mundo, tenta também harmonizar música
com cervejas. Ao som de jazz e blues, os clientes são incentivados
a degustar, por exemplo, uma estruturada belga
ouvindo clássicos como os do famoso músico Buddy Guy.
O proprietário Leo Oliveira define a casa como um lugar
excêntrico e informal, que imprime a filosofia de um verdadeiro
pub. Os clientes, a maioria executivos e empresários
que trabalham nos arredores do shopping, são convidados a
buscar as marcas nas prateleiras e geladeiras, uma proposta
de criar um clima descontraído.
Clássicas como a belga Duvel (R$ 21,90 – 330ml) ou a
tcheca Pilsner Urquell (R$ 23,90 – 500 ml) dividem a
geladeira com rótulos mais renomados como a La Trappe
Quadrupel Oak (R$ 69,90 – 375ml), envelhecida dois
anos em barris de carvalho.
No Bierboxx tem
até pudim de
cerveja Stout
Entre as opções para beliscar, a cozinha oferece salsichas
alemãs e mostarda escura com torradas ou queijo brie
com geleia de damasco.
Bierboxx
Localizado na Vila Madalena, em São Paulo, a casa deve
agradar a quem gosta de variedades – são mais de 200 rótulos
de cervejas – e curte a música ao vivo, nos estilos rock e
blues, oferecida diariamente.
A extensa carta é apresentada por duas divisões: país e estilo
(como Ale, Bock ou Weissbier). Além das opções em
garrafas, há também quatro bicos para chope, sendo um da
Guinness Draught e outros três que se revezam durante a
semana entre La Trappe, Erdinger, Colorado, Brewdog e
diversas outras marcas. Entre os “comes” da casa, destaque
para as polpetas de carne, que acompanham sour cream
com pesto, a linguiça Bragantina, o pudim de cerveja Stout
e o fettucini ao Funghi, “puxado”na Stout.
70 divino Sabores divino Sabores 71

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Frangó
No famoso largo da Freguesia do Ó, bairro da zona norte
de São Paulo, a cervejaria que funciona em um casarão de
1894 virou quase um atrativo turístico da cidade.
O pitoresco lugar já foi eleito seis vezes o melhor boteco
da capital pela revista Veja SP – e sua carta de cervejas,
com mais de 400 rótulos, provenientes de 22 países, é
uma das mais premiadas do Brasil.
São marcas para todos os gostos e bolsos, algumas sofisticadas
e exclusivas, como a Cuvée Van de Keizer Safra
2001 (R$ 198 – 750ml), fabricada na Holanda apenas
uma vez ao ano, e o chope La Trappe Blonde (R$ 19,50
– 330ml), trapista, produzido por monges holandeses do
monastério de Koningshoven.
Mas, além do festival de rótulos, a casa também é famosa
por suas porções, evidentemente de frango, como a opção
grelhada acompanhada de polenta e farofa, que serve três
pessoas, e as renomadas coxinhas com ou sem Catupiry,
que, segundo a direção, é um ícone capaz de harmonizarse
com todos os estilos de cerveja.
72 divino Sabores
No Empório Alto dos
Pinheiros, rótulos
de microcerevejarias
brasileiras
A carta de cerveja do
Frangó é uma das mais
premiadas do Brasil
Empório Alto dos Pinheiros
Um espaço que reúne bar, restaurante e empório com a
vantagem de servir à mesa cervejas, vinhos e cachaça a preços
de prateleira. E não são poucas as opções. Só das “loiras”,
a casa oferece 350 rótulos. De vinhos, são 200. Uma
das peculiaridades é não ter uma carta fixa formada. A ideia
é que o cliente vá até as estantes, veja as opções, troque
experiências com outros clientes e peça ajuda aos funcionários
para tirar as dúvidas que certamente surgirão. O proprietário,
Paulo Almeida, comenta que a área foi apelidada
por seus clientes de “Play Ground”. “É uma oportunidade
de estimular o intercâmbio de informações e de brincar
com a parte lúdica”, conta.
A casa prefere não trabalhar com as marcas populares de
cervejas da grande indústria. Opta por microcervejarias
brasileiras, como a Bodebrown, com destaque para a Perigosa
Imperial IPA (R$ 17 – 330ml), e por cervejas importadas,
como a Rodenbach Grand Cru (R$ 61 – 750ml).
Entre as harmonizações, a sugestão é provar um pastel de
angu recheado com carne-seca com a Corujá Extra Viva,
ou ainda, as minikaftas de cordeiro com molho de hortelã
balanceada com a Estrada Real IPA.

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Brejas
Esta casa de Campinas surgiu após a criação de um site feito
por amigos que estiveram em viagem à Europa e, na volta,
decidiram escrever na internet histórias sobre o mundo da
cerveja. Segundo a direção, o bar tem a missão de fazer o que
eles chamam de “beer evangelizar” as pessoas sobre as boas
experiências que a bebida pode gerar.
São cerca de 230 rótulos na carta com opções curiosas como
a Weihenstephaner Weiss, de trigo (R$ 19,90), feita em uma
das mais antigas cervejarias do mundo, com quase mil anos
de história. Outro destaque é a belga Gouden Carolus Cuvée
de Keizer Blauw (R$ 79,90), elaborada uma vez ao ano, no
dia 24 de fevereiro, aniversário do Imperador Charles 5º.
O Brejas criou duas porções exclusivas para os botequeiros
comensais: a trouxa de mortadela com pasta de ricota
e nozes, sugerida com um rótulo leve como a Baden Baden
Cristal, e ainda o croquete de carne recheado com
queijo brie, que pede uma bebida mais complexa, como a
belga Wals Dubbel.
Cervejarium
Ribeirão Preto é famosa pelo “par” calor e chope, o que faz da cidade
um belo celeiro de cervejarias como a Cervejarium, bar do
grupo da renomada produtora local Colorado, responsável por
algumas das mais premiadas artesanais do País. Além dos quatro
rótulos da marca, com preços entre R$ 8,90 e R$ 10,90, há
na carta cerca de 50 outras opções, como a americana Brooklyn
Local (R$ 44 – 750ml) e a trapista belga Orval (R$ 24,90).
No quesito gastronomia, uma das especialidades é o bolinho
de feijoada do Aconchego Carioca, que, recheado com couve
e bacon, é indicado com as brasileiras Demoiselle, Baden
Bock, Alt ou Indica, ou ainda com importadas como Carolus
Ambrio e London Pride.
Outra interessante pedida é o Casadinho Granel Piratininga.
São bolinhos de arroz negro e branco, com tempero especial
e recheio de queijo azul de minas. Casam com a Indica ou
Lust ou com europeias como a Leffe e a Dubbel. No site do
bar, está disponível o menu completo com todas as opções de
porções e as sugestões de harmonização.
Opção do Brejas:
croquete de carne
recheado com queijo
brie, acompanhado pela
belga Wals Dubbel
fotoS: tadeu brunelli e divulgação