12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nas razões transformando-o num cálculo parecido” (DAVIDSON, 1974, p.<br />

233).<br />

No caso da queda <strong>de</strong> um corpo no vazio, conhecendo a velocida<strong>de</strong> do<br />

corpo no t<strong>em</strong>po t zero é possível saber com antecipaçao a velocida<strong>de</strong><br />

do corpo no t<strong>em</strong>po successivo t um. No truísmo citado por Davidson não<br />

é possível saber antecipadamente que alguém vai comer uma omelete<br />

<strong>de</strong> bolinhas <strong>de</strong> carvalho, pois não há como isolar com exatidão as<br />

condições antece<strong>de</strong>ntes (este hom<strong>em</strong> a po<strong>de</strong> querer comer, mas po<strong>de</strong><br />

achar que não a <strong>de</strong>ve comer, e po<strong>de</strong> existir uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras<br />

condições antece<strong>de</strong>ntes não especificadas). É possível saber isto<br />

somente no âmbito <strong>de</strong> uma visão interpretativa que concebe o agente<br />

como uma pessoa racional, cujas crenças e <strong>de</strong>sejos estão relacionados<br />

como partes <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> holística. O enunciado “um hom<strong>em</strong> quer<br />

comer uma omelete <strong>de</strong> bolinhas <strong>de</strong> carvalho” faz sentido somente no<br />

âmbito <strong>de</strong> uma concepção interpretativa. Vice-versa, o enunciado “uma<br />

bola <strong>de</strong> biliar, <strong>de</strong>ixada cair verticalmente, vai ocupar no t<strong>em</strong>po t o ponto<br />

p do espaço”, é expressão <strong>de</strong> uma lei física.<br />

Também, o fato <strong>de</strong> que alguém comeu uma <strong>de</strong>terminada omelete é<br />

um fator importante para que ele possa ser interpretado por nós como<br />

querendo comê-la, mas não é conclusivo para <strong>de</strong>terminar se ele queria<br />

mesmo comê-la. E o fato <strong>de</strong> ele não tê-la comido não falsifica a<br />

afirmação <strong>de</strong> que ele a quer comer. É a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />

crenças e <strong>de</strong>sejos no quadro <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> holística e normativa que leva<br />

para a presença, nas generalizações psicológicas, das ditas clausulas<br />

<strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> falhas, ou clausulas <strong>de</strong> escape, ou cláusulas ceteris<br />

paribus, como, por ex<strong>em</strong>plo, “se nenhum outro <strong>de</strong>sejo prevalece”, ou<br />

“mantendo firmes todas as outras condições”, as quais não po<strong>de</strong>m estar<br />

presentes nas leis estritas (IDEM, 1994, p. 231). Estas clausulas têm a<br />

função <strong>de</strong> excluir a influência <strong>de</strong> outros estados ou eventos mentais, a<br />

qual não po<strong>de</strong> ser controlada <strong>de</strong> outra forma. A presença <strong>de</strong> clausulas<br />

<strong>de</strong>ste tipo, evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, torna as generalizações psicológicas<br />

diferentes <strong>de</strong> uma lei estrita que po<strong>de</strong> ser usada para prever e explicar<br />

(cf. EVNINE, 1991, p. 22).<br />

98

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!