12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ontológica, que é relativa ao probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> estabelecer se uma e a<br />

mesma coisa po<strong>de</strong> ter ao mesmo t<strong>em</strong>po características materiais e<br />

mentais, investe, para Davidson, eventos singulares, eventos <strong>em</strong><br />

extensão (IBID.), e, neste sentido, concerne a causalida<strong>de</strong> e a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, que são relações entre eventos individuais, qualquer que<br />

seja sua <strong>de</strong>scrição. O probl<strong>em</strong>a epist<strong>em</strong>ológico, que concerne o<br />

probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> estabelecer se, ou não, as proprieda<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> um<br />

evento <strong>de</strong>terminam suas proprieda<strong>de</strong>s mentais, é relativo à questão da<br />

existência <strong>de</strong> leis psicofísicas. Portanto, o probl<strong>em</strong>a epist<strong>em</strong>ológico<br />

concerne as leis e as <strong>de</strong>scrições numa linguag<strong>em</strong>. As leis são<br />

lingüísticas (IBID.), pois os eventos po<strong>de</strong>m ser explicados<br />

nomologicamente somente <strong>em</strong> função do fato <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scritos <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada forma. Então, do fato <strong>de</strong> sabermos que um enunciado<br />

singular <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong>, como “a causa b”, é verda<strong>de</strong>iro, não segue que<br />

estamos na condição <strong>de</strong> dizer que este enunciado singular <strong>de</strong><br />

causalida<strong>de</strong> instancia uma lei (IBID.), isto é, não segue que estamos na<br />

condição <strong>de</strong> elaborar uma lei, mas somente que estamos na condição<br />

<strong>de</strong> dizer que <strong>de</strong>ve haver uma lei que governa o caso <strong>em</strong> questão,<br />

mesmo que possamos não saber qual esta seja (IDEM, 1967b, p. 160).<br />

O terceiro princípio, o princípio da anomalia do mental, concerne os<br />

eventos <strong>de</strong>scritos como mentais, já que os eventos são mentais<br />

somente enquanto <strong>de</strong>scritos (IDEM, 1970b, p. 215).<br />

O argumento do monismo anômalo possui, segundo Davidson,<br />

algum limite na sua aplicação. Em primeiro lugar, o argumento se refere<br />

somente àqueles eventos mentais que são causas e efeitos <strong>de</strong> eventos<br />

físicos, ou seja, àqueles eventos mentais para os quais vale o primeiro<br />

princípio, o princípio <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência causal do mental (IBID., p. 223).<br />

Além disso, o argumento é aplicável somente para aquelas áreas da<br />

psicologia que faz<strong>em</strong> referência a atitu<strong>de</strong>s proposicionais, como crença,<br />

<strong>de</strong>sejo, e m<strong>em</strong>ória, ou usam conceitos logicamente conexos a estes,<br />

como o <strong>de</strong> percepção, <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, <strong>de</strong> ação, s<strong>em</strong>pre nos casos<br />

<strong>em</strong> que estes conceitos exibam um caráter intencional (IDEM, 1974, p.<br />

240). Isto é, o argumento não se aplica aos eventos e estados que não<br />

têm conteúdo proposicional. Um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>stes dos são as dores ou as<br />

77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!