ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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A lei da física que regula o comportamento mecânico de todas as bolas de biliar, não menciona bolas de biliar, mas vetores, massas, forças. Ao observar os eventos particulares, como o movimento das bolas, posso dizer que estes eventos instanciam alguma lei da física? Sim, porém somente se são re-descritos nos termos da linguagem da mecânica. As explicações dos eventos, e das razões pelas quais aconteceram, estão estritamente ligadas aos enunciados, às frases e as proposições com os quais descrevemos estes eventos. Mesmo se soubéssemos que dois eventos são idênticos, ou seja, são o mesmo evento, poderíamos fornecer diferentes explicações deste mesmo evento a depender de como o descrevemos. Esta dificuldade na análise da explicação dos eventos pode ser esclarecida através do seguinte exemplo: o evento do apunhalamento de César por parte de Brutus teve como êxito o evento da morte de César, que é ainda outro evento, pois aconteceu sucessivamente ao apunhalamento. Mas, de fato, mesmo que não necessariamente, o evento do apunhalamento de César por parte de Brutus foi idêntico ao assassinato de César por parte de Brutus, mesmo que o evento da morte de César não seja idêntico ao evento do apunhalamento de César. Porém, é importante observar que Brutus tinha determinadas razões para apunhalar César, e razões diferentes para assassiná-lo: ele pode ter pensado que apunhalá-lo fosse o modo melhor para matá-lo, e que assassiná-lo fosse o modo melhor para resolver um problema de tirania em Roma. Então, explicar o assassinato de César por parte de Brutus não é a mesma coisa que explicar o apunhalamento de César por parte de Brutus, mesmo que se trate do mesmo evento (IDEM, 1969, p.170-171). Ao tema da explicação causal deve ser reconduzido o princípio que Davidson chama de “O Caráter Nomológico da Causalidade”. É, este, “... um princípio que deve ser lido com atenção: ele afirma que quando os eventos estão relacionados como causa e efeito, eles possuem descrições que instanciam uma lei. Isto não quer dizer que cada enunciado singular verdadeiro de causalidade instancia uma lei” (IDEM, 1970b, p. 215). 70
Esta leitura do princípio do caráter nomológico da causalidade é um ponto crucial, ao redor do qual Davidson organiza a defesa de sua tese do monismo anômalo. 71
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A lei da física que regula o comportamento mecânico <strong>de</strong> todas as bolas<br />
<strong>de</strong> biliar, não menciona bolas <strong>de</strong> biliar, mas vetores, massas, forças. Ao<br />
observar os eventos particulares, como o movimento das bolas, posso<br />
dizer que estes eventos instanciam alguma lei da física? Sim, porém<br />
somente se são re-<strong>de</strong>scritos nos termos da linguag<strong>em</strong> da mecânica.<br />
As explicações dos eventos, e das razões pelas quais aconteceram,<br />
estão estritamente ligadas aos enunciados, às frases e as proposições<br />
com os quais <strong>de</strong>screv<strong>em</strong>os estes eventos. Mesmo se soubéss<strong>em</strong>os que<br />
dois eventos são idênticos, ou seja, são o mesmo evento, po<strong>de</strong>ríamos<br />
fornecer diferentes explicações <strong>de</strong>ste mesmo evento a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
como o <strong>de</strong>screv<strong>em</strong>os. Esta dificulda<strong>de</strong> na análise da explicação dos<br />
eventos po<strong>de</strong> ser esclarecida através do seguinte ex<strong>em</strong>plo: o evento do<br />
apunhalamento <strong>de</strong> César por parte <strong>de</strong> Brutus teve como êxito o evento<br />
da morte <strong>de</strong> César, que é ainda outro evento, pois aconteceu<br />
sucessivamente ao apunhalamento. Mas, <strong>de</strong> fato, mesmo que não<br />
necessariamente, o evento do apunhalamento <strong>de</strong> César por parte <strong>de</strong><br />
Brutus foi idêntico ao assassinato <strong>de</strong> César por parte <strong>de</strong> Brutus, mesmo<br />
que o evento da morte <strong>de</strong> César não seja idêntico ao evento do<br />
apunhalamento <strong>de</strong> César. Porém, é importante observar que Brutus tinha<br />
<strong>de</strong>terminadas razões para apunhalar César, e razões diferentes para<br />
assassiná-lo: ele po<strong>de</strong> ter pensado que apunhalá-lo fosse o modo melhor<br />
para matá-lo, e que assassiná-lo fosse o modo melhor para resolver um<br />
probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> tirania <strong>em</strong> Roma. Então, explicar o assassinato <strong>de</strong> César<br />
por parte <strong>de</strong> Brutus não é a mesma coisa que explicar o apunhalamento<br />
<strong>de</strong> César por parte <strong>de</strong> Brutus, mesmo que se trate do mesmo evento<br />
(IDEM, 1969, p.170-171).<br />
Ao t<strong>em</strong>a da explicação causal <strong>de</strong>ve ser reconduzido o princípio que<br />
Davidson chama <strong>de</strong> “O Caráter Nomológico da Causalida<strong>de</strong>”. É, este,<br />
“... um princípio que <strong>de</strong>ve ser lido com atenção: ele afirma que quando os eventos<br />
estão relacionados como causa e efeito, eles possu<strong>em</strong> <strong>de</strong>scrições que instanciam<br />
uma lei. Isto não quer dizer que cada enunciado singular verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong><br />
causalida<strong>de</strong> instancia uma lei” (IDEM, 1970b, p. 215).<br />
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