12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>de</strong> termos singulares s<strong>em</strong> afetar o valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> dos enunciados é<br />

chamada <strong>de</strong> extensionalida<strong>de</strong> (IBID., p. 34).<br />

O enunciado “O espirrar barulhento <strong>de</strong> João foi a causa do <strong>de</strong>spertar<br />

<strong>de</strong> Maria”, e o enunciado “O espirrar <strong>de</strong> João foi a causa do <strong>de</strong>spertar<br />

<strong>de</strong> Maria”, possu<strong>em</strong> o mesmo valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, pois o evento<br />

referenciado pelo termo singular “o espirrar barulhento <strong>de</strong> João” e pelo<br />

outro termo singular “o espirrar <strong>de</strong> João” è o mesmo evento. Assim, os<br />

termos singulares nos dois enunciados se refer<strong>em</strong> aos mesmos<br />

eventos A e B, sendo que A causou B, ou seja, ouve um evento que foi<br />

um espirrar <strong>de</strong> João, e que causou um outro evento que foi o <strong>de</strong>spertar<br />

<strong>de</strong> Maria. Porém, se aquele espirrar foi barulhento, ou não, é uma<br />

questão ligada à <strong>de</strong>scrição do evento. Neste sentido, para explicar<br />

causalmente porque foi que Maria acordou, è necessário <strong>de</strong>screver e<br />

re-<strong>de</strong>screver <strong>de</strong> forma mais completa o evento do espirrar <strong>de</strong> João,<br />

pois, provavelmente, se ele não tivesse feito barulho, Maria não teria<br />

acordado.<br />

Por esta razão, Davidson afirma que, quando um enunciado singular<br />

<strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> é verda<strong>de</strong>iro, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é possível elaborar uma lei<br />

geral: segue somente que sab<strong>em</strong>os que <strong>de</strong>ve existir uma lei que<br />

governa o caso <strong>em</strong> questão (cf. DAVIDSON, 1967b, p. 160). Um<br />

enunciado causal <strong>de</strong> caráter singular como “A casou B” não implica,<br />

segundo Davidson, alguma lei estrita que estabeleça uma conexão<br />

constante entre os predicados instanciados pelos eventos A e B. Na<br />

presença <strong>de</strong> um tal enunciado, tudo que po<strong>de</strong>mos dizer, segundo<br />

Davidson, é que existe uma lei causal instanciada por alguma <strong>de</strong>scrição<br />

verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> A e B” (IDEM, 1963, p. 16).<br />

Isto é, para po<strong>de</strong>r formular uma lei causal é preciso encontrar uma<br />

oportuna <strong>de</strong>scrição dos eventos que se encontram na relação causal.<br />

As leis estão construídas <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s, ou tipos <strong>de</strong><br />

eventos, e, então, <strong>em</strong> termos das <strong>de</strong>scrições e das explicações que<br />

po<strong>de</strong>m ser encontradas para um certo fenômeno causal que envolve<br />

eventos. A afirmação <strong>de</strong> que há uma relação causal è algo diferente: è,<br />

meramente, uma assinalação <strong>de</strong> que há uma relação causa-efeito que<br />

67

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!