ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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intencional (IBID.). S<strong>em</strong> aceitar os eventos como individuais, não è<br />
possível, segundo Davidson, analisar inclusive outros t<strong>em</strong>as que, assim<br />
como a teoria da ação, são centrais na sua teoria do mental, como o<br />
t<strong>em</strong>a da causalida<strong>de</strong> entre eventos, ou da relação entre mental e físico<br />
(IBID., p. 165).<br />
O conceito <strong>de</strong> mental, <strong>em</strong> Davidson, começou a se <strong>de</strong>senvolver no<br />
âmbito da explicação da ação humana. As características intencionais e<br />
s<strong>em</strong>ânticas do “mental”, para Davidson, não po<strong>de</strong>m ser entendidas<br />
senão no âmbito do t<strong>em</strong>a da explicação da ação intencional (IDEM,<br />
1974, p. 230). Neste sentido, a gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> da explicação do<br />
mental, <strong>em</strong> Davidson, resi<strong>de</strong> <strong>em</strong> seu tratamento do t<strong>em</strong>a da<br />
compreensão da ação humana, que requer a interposição <strong>de</strong> campos e<br />
noções que tradicionalmente eram enfrentados separadamente, sendo<br />
consi<strong>de</strong>rados como pertencentes à epist<strong>em</strong>ologia, à lingüística, à<br />
filosofia da mente, à teoria da ação e do comportamento.<br />
Segundo Davidson, as nossas ações são uma espécie <strong>de</strong> eventos, e<br />
portanto faz<strong>em</strong> parte da or<strong>de</strong>m natural, encontrando-se numa relação<br />
<strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> com outros eventos. Porém, ao mesmo t<strong>em</strong>po, relutam<br />
a ser incluídas <strong>de</strong>ntro do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> leis próprias do mundo físico<br />
(IBID.). O que caracteriza as ações humanas, é que não são eventos<br />
que meramente acontec<strong>em</strong>, mas são feitas intencionalmente, na base<br />
<strong>de</strong> razões que as justificaram logicamente. Isto é, po<strong>de</strong>mos explicar<br />
uma ação <strong>de</strong> uma pessoa <strong>de</strong>screvendo as razões que a justificaram, e<br />
que levaram esta pessoa a agir. Portanto, as ações precisam ser<br />
explicadas <strong>em</strong> termos dos estados mentais que constitu<strong>em</strong> a razão para<br />
agir, ou seja, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas crenças, <strong>de</strong>sejos, intenções,<br />
etc. que outorgamos às pessoas. Por ex<strong>em</strong>plo, o meu amigo po<strong>de</strong> ter<br />
cumprido a ação <strong>de</strong> levantar o braço porque “queria assinalar que<br />
estava virando a esquerda”, porque “estava querendo cumprimentar <strong>de</strong><br />
longe alguém”, porque “estava querendo celebrar o gol que acabou <strong>de</strong><br />
fazer”, ou por mil outras razões.<br />
Para explicar uma ação intencional, po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong>sta mesma<br />
ação, ou seja, do mesmo evento, a partir <strong>de</strong> diferentes <strong>de</strong>scrições. Às<br />
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