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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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Esta dissertação não se ocupa diretamente do projeto hermenêutico<br />

<strong>de</strong> Davidson, na medida <strong>em</strong> que o t<strong>em</strong>a principal <strong>de</strong>la é o estudo da<br />

solução que Davidson propõe para o conceito <strong>de</strong> mental, a qual<br />

consiste <strong>em</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ao mesmo t<strong>em</strong>po a anomalia do mental e o seu<br />

acolhimento no âmbito da visão fisicalista do mundo. Neste contexto, as<br />

duas subseções seguintes se propõ<strong>em</strong> esclarecer alguns conceitos<br />

fundamentais no âmbito do projeto causal <strong>de</strong> Davidson, o conceito <strong>de</strong><br />

evento particular, e os conceitos <strong>de</strong> causação e <strong>de</strong> explicação causal,<br />

cuja compreensão é necessária para o enfrentamento do t<strong>em</strong>a que será<br />

tratado no terceiro capítulo <strong>de</strong>sta dissertação, o t<strong>em</strong>a da anomalia do<br />

mental.<br />

2.3 O PROBLEMA DA INDIVIDUAÇÃO DOS EVENTOS<br />

Os eventos particulares não repetíveis que constitu<strong>em</strong> a ontologia <strong>de</strong><br />

Davidson <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser individuados, portanto é preciso refletir sobre os<br />

critérios que po<strong>de</strong>mos utilizar para esta individuação (DAVIDSON,<br />

1967a, p. 137). Vimos que Davidson afirma que, numa primeira<br />

aproximação ao probl<strong>em</strong>a da individuação, po<strong>de</strong>mos localizar e datar<br />

estas entida<strong>de</strong>s individuais através <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas espaço-t<strong>em</strong>porais,<br />

como faz<strong>em</strong>os quando nos referimos à particular erupção <strong>de</strong> um vulcão,<br />

ou ao nascimento ou à morte <strong>de</strong> uma pessoa (IDEM, 1970b, p. 209).<br />

Davidson diz que há, inevitavelmente, um limite na precisão com a<br />

qual a individuação unívoca <strong>de</strong> um evento po<strong>de</strong> ser efetuada. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, assim como uma montanha é i<strong>de</strong>ntificada univocamente<br />

fornecendo a latitu<strong>de</strong> e a longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu pico mais alto, mas na<br />

verda<strong>de</strong> ela ocupa mais <strong>de</strong> um único ponto no espaço, assim, <strong>de</strong> uma<br />

forma análoga, e com não maior precisão, i<strong>de</strong>ntificamos um evento<br />

mental (IDEM, 1969, p. 176).<br />

Para Davidson, os eventos, enquanto particulares, não são<br />

referenciados por inteiras frases [sentences], mas por <strong>de</strong>signadores<br />

chamados <strong>de</strong> “termos singulares”, que comparec<strong>em</strong> no interior <strong>de</strong>las,<br />

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