ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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2. O MONISMO FISICALISTA NÃO-REDUCIONISTA DE DONALD<br />
DAVIDSON<br />
A solução que Davidson propõe para o mental constitui uma novida<strong>de</strong><br />
no âmbito do fisicalismo. Davidson rejeita o eliminativismo, pois tenta<br />
salvar a concepção s<strong>em</strong>ântica relativa às proprieda<strong>de</strong>s mentais dos<br />
seres humanos, acolhendo-a no âmbito <strong>de</strong> uma visão fisicalista do<br />
mundo. Porém, ao mesmo t<strong>em</strong>po, ele recusa o reducionismo.<br />
O naturalismo <strong>de</strong> Davidson não confere à ciência física a<br />
exclusivida<strong>de</strong> sobre a reflexão epist<strong>em</strong>ológica. Davidson, no próprio<br />
âmbito da tradição naturalista, afirma que os estados e os eventos<br />
mentais são parte da natureza física, porém, ao mesmo t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
a autonomia da filosofia com relação à ciência, e a anomalia do mental,<br />
isto é, a sua autonomia das leis estritas, das leis s<strong>em</strong> exceções da<br />
ciência física (cf. DAVIDSON, 1970b, p. 219; IDEM, 1993, p. 191), que<br />
são supostas governar os fenômenos naturais. Pela sua alegação da<br />
anomalia do mental, a concepção davidsoniana do mental é conhecida<br />
como sendo uma versão do fisicalismo não-redutivo (cf. HORGAN,<br />
1994, p. 474; KIM, 1996, p. 218). Neste sentido, o conceito <strong>de</strong> mental<br />
<strong>em</strong> Davidson exclui duas formas <strong>de</strong> reducionismo: a redução<br />
<strong>de</strong>finicional sugerida pelo comportamentalismo lógico, isto é, a redução<br />
do mental ao físico através da <strong>de</strong>finição explícita <strong>de</strong> predicados mentais<br />
<strong>em</strong> termos físicos, e a redução epist<strong>em</strong>ológica, ou seja, a redução por<br />
meio <strong>de</strong> leis-ponte que conectam as proprieda<strong>de</strong>s mentais com as<br />
proprieda<strong>de</strong>s físicas (cf. DAVIDSON, 1994, p. 231).<br />
Davidson, mesmo permanecendo fiel ao fisicalismo, questiona a<br />
redutibilida<strong>de</strong> da psicologia à ciência física não apenas através <strong>de</strong> leisponte<br />
tipo-tipo psico-físicas na forma bicondicional, ou que expressam<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s entre proprieda<strong>de</strong>s mentais e físicas. Davidson exclui,<br />
também, a existência <strong>de</strong> leis estritas <strong>de</strong> qualquer tipo. Por ex<strong>em</strong>plo, ele<br />
exclui a coextensivida<strong>de</strong> nómica <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s distintas, ou seja,<br />
exclui a existência <strong>de</strong> leis que colocam <strong>em</strong> relação proprieda<strong>de</strong>s<br />
mentais com distintas proprieda<strong>de</strong>s físicas (cf. EVNINE, 1991, p. 17-18).<br />
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