ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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através da referência a características psicológicas e a razões. Estas<br />
são s<strong>em</strong>pre explicações por subsunção <strong>de</strong>dutiva a leis abrangentes, e<br />
assum<strong>em</strong> a forma <strong>de</strong> um argumento nomológico <strong>de</strong>dutivo (IBID., p.<br />
162).<br />
Segundo H<strong>em</strong>pel, explicamos as ações humanas a partir <strong>de</strong><br />
circunstâncias particulares especificadas, e a partir da conformida<strong>de</strong><br />
com certas leis gerais, que regulam as razões na base das quais o<br />
agente se comportará regularmente ou provavelmente <strong>em</strong> diversas<br />
circunstâncias (IBID., p. 169).<br />
Há uma importante concepção filosófica do mental <strong>de</strong> cunho<br />
fisicalista, chamada <strong>de</strong> comportamentalismo lógico 12 , que inspirou o<br />
comportamentalismo como movimento <strong>em</strong> psicologia, e que po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rada como uma visão que enxerga a redução mente-corpo como<br />
uma redução <strong>de</strong>finicional ou s<strong>em</strong>ântica (cf. KIM, 1996, p. 35). O<br />
comportamentalismo lógico po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como uma tentativa<br />
para reduzir o mental ao físico, conectando proprieda<strong>de</strong>s mentais com<br />
proprieda<strong>de</strong>s comportamentais através <strong>de</strong> princípios-ponte <strong>de</strong>finicionais:<br />
para cada expressão mental M po<strong>de</strong> ser dada uma <strong>de</strong>finição<br />
comportamental C que oferece um princípio-ponte, “M↔C” (esta formula<br />
é lida “M é equivalente a C”, e a dupla seta é usada para expressar o<br />
sentido da equivalência lógica). Assim, um sist<strong>em</strong>a completo <strong>de</strong><br />
bicondicionais abrangendo todas as proprieda<strong>de</strong>s mentais seria<br />
suficiente, segundo esta visão, para reduzir o mental ao<br />
12 A tese do comportamentalismo lógico propõe uma teoria sobre como analisar o<br />
vocabulário que usamos para falar sobre os estados mentais. Sua idéia primária é a <strong>de</strong><br />
que o significado das expressões mentais, como “dor’, ou “pensamento”, <strong>de</strong>ve ser<br />
explicado com referência não <strong>em</strong> estados internos, localizados <strong>em</strong> mentes privadas<br />
como objetos <strong>em</strong> gavetas, estados acessíveis somente ao próprio sujeito, mas no<br />
comportamento publicamente observável, e intersubjetivamente verificável (cf. KIM,<br />
1996, p. 27). Esta idéia está presente, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> Ryle (cf. RYLE, 1984, p. 25).<br />
O comportamentalismo lógico propõe analisar os enunciados que contêm um<br />
vocabulário mental (isto é, enunciados referidos a supostos estados internos na<br />
mente), <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> enunciados que utilizam exclusivamente o vocabulário<br />
apropriado para <strong>de</strong>screver as disposições ao comportamento físico (cf. BYRNE, 1994,<br />
p. 1), ou seja, as propensões para comportar-se <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminados modos <strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>terminadas circunstâncias (cf. BECHTEL, 1992, p. 150). Duas das críticas que foram<br />
feitas contra esta abordag<strong>em</strong> são as seguintes. A primeira crítica é a <strong>de</strong> que as listas<br />
dos enunciados comportamentais são virtualmente infinitas, e a segunda è a <strong>de</strong> que<br />
<strong>de</strong>las não é possível eliminar os termos mentais (cf. KIM, 1996, p. 34; SEARLE, 1998,<br />
p. 155).<br />
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