12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

através da referência a características psicológicas e a razões. Estas<br />

são s<strong>em</strong>pre explicações por subsunção <strong>de</strong>dutiva a leis abrangentes, e<br />

assum<strong>em</strong> a forma <strong>de</strong> um argumento nomológico <strong>de</strong>dutivo (IBID., p.<br />

162).<br />

Segundo H<strong>em</strong>pel, explicamos as ações humanas a partir <strong>de</strong><br />

circunstâncias particulares especificadas, e a partir da conformida<strong>de</strong><br />

com certas leis gerais, que regulam as razões na base das quais o<br />

agente se comportará regularmente ou provavelmente <strong>em</strong> diversas<br />

circunstâncias (IBID., p. 169).<br />

Há uma importante concepção filosófica do mental <strong>de</strong> cunho<br />

fisicalista, chamada <strong>de</strong> comportamentalismo lógico 12 , que inspirou o<br />

comportamentalismo como movimento <strong>em</strong> psicologia, e que po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rada como uma visão que enxerga a redução mente-corpo como<br />

uma redução <strong>de</strong>finicional ou s<strong>em</strong>ântica (cf. KIM, 1996, p. 35). O<br />

comportamentalismo lógico po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como uma tentativa<br />

para reduzir o mental ao físico, conectando proprieda<strong>de</strong>s mentais com<br />

proprieda<strong>de</strong>s comportamentais através <strong>de</strong> princípios-ponte <strong>de</strong>finicionais:<br />

para cada expressão mental M po<strong>de</strong> ser dada uma <strong>de</strong>finição<br />

comportamental C que oferece um princípio-ponte, “M↔C” (esta formula<br />

é lida “M é equivalente a C”, e a dupla seta é usada para expressar o<br />

sentido da equivalência lógica). Assim, um sist<strong>em</strong>a completo <strong>de</strong><br />

bicondicionais abrangendo todas as proprieda<strong>de</strong>s mentais seria<br />

suficiente, segundo esta visão, para reduzir o mental ao<br />

12 A tese do comportamentalismo lógico propõe uma teoria sobre como analisar o<br />

vocabulário que usamos para falar sobre os estados mentais. Sua idéia primária é a <strong>de</strong><br />

que o significado das expressões mentais, como “dor’, ou “pensamento”, <strong>de</strong>ve ser<br />

explicado com referência não <strong>em</strong> estados internos, localizados <strong>em</strong> mentes privadas<br />

como objetos <strong>em</strong> gavetas, estados acessíveis somente ao próprio sujeito, mas no<br />

comportamento publicamente observável, e intersubjetivamente verificável (cf. KIM,<br />

1996, p. 27). Esta idéia está presente, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> Ryle (cf. RYLE, 1984, p. 25).<br />

O comportamentalismo lógico propõe analisar os enunciados que contêm um<br />

vocabulário mental (isto é, enunciados referidos a supostos estados internos na<br />

mente), <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> enunciados que utilizam exclusivamente o vocabulário<br />

apropriado para <strong>de</strong>screver as disposições ao comportamento físico (cf. BYRNE, 1994,<br />

p. 1), ou seja, as propensões para comportar-se <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminados modos <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas circunstâncias (cf. BECHTEL, 1992, p. 150). Duas das críticas que foram<br />

feitas contra esta abordag<strong>em</strong> são as seguintes. A primeira crítica é a <strong>de</strong> que as listas<br />

dos enunciados comportamentais são virtualmente infinitas, e a segunda è a <strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>las não é possível eliminar os termos mentais (cf. KIM, 1996, p. 34; SEARLE, 1998,<br />

p. 155).<br />

48

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!